terça-feira, 27 de novembro de 2012
Quase
É quase imossível ver uma lágrima que escorre seca
Ouvir um grito que ecoa no vácuo
Enxergar um ectoplasma que se acha humano
Amar algo que se esconde
Procurar algo tão secreto que sua existência é desconhecida
É quase impossível
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SOS
Quem quer salvar muitas coisas esconde ou desconhece culpas pessoais inconfessáveis e, às vezes, inatingíveis.
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segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Presente
Agora o transporte me trouxe você
Veio num vento forte, com as folhas secas
Escapou da chuva por um fio
E o fio que me chega, me basta, pois é seu
Cabelo fino, cheiro seu, cheiro meu
Te toco as pernas, seus pelos descoloridos
Sua pele macia, seu cheiro meu
Meu cheiro seu chama sua boca e me toca
Retoca os anseios de anos atrás
E nos transporta num tempo que se desfaz
Onde ontem, hoje e amanhã
É e sempre será agora enorme presente
Veio num vento forte, com as folhas secas
Escapou da chuva por um fio
E o fio que me chega, me basta, pois é seu
Cabelo fino, cheiro seu, cheiro meu
Te toco as pernas, seus pelos descoloridos
Sua pele macia, seu cheiro meu
Meu cheiro seu chama sua boca e me toca
Retoca os anseios de anos atrás
E nos transporta num tempo que se desfaz
Onde ontem, hoje e amanhã
É e sempre será agora enorme presente
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sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Amor tecer
O que me amortece a alma das pontas e farpas que carrega dentro dela, nem sei o que é, nem é tão amortecida. É, aliás, bastante ferida, cortada, cheia de cicatrizes e algumas coisas purulentas, ainda. O que amortece é alguma música, algum livro, alguma esperança, algum amor que ainda espero.
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Ignorância
Sabe? Nasci completamente ignorante e vou morrer completamente ignorante, por mais que eu passe a vida - e vou passar - tentando aprender mais e mais.
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quarta-feira, 21 de novembro de 2012
É o fim
- Trinta, né? Hoje é 21 de novembro.
- E vai começar a acabar no Japão primeiro e depois no Jalapão? Será que vão conseguir televisionar o início pra todos que estão com um fuso horário favorável, como nós?
- Pode ser, não sei.
- Jesus Cristo vai chegar antes?
- Quem?
- Jesus Cristo não vai voltar antes do fim do mundo? Onde ele vai chegar? Jesus vai nascer japonês?
- Não sei, será? Pode ser... japonês loiro, né? Barbudo, também, e de olhos claros, que é pra ficar bem coerente.
- E Neonoé já estará com a arca pronta até a data?
- Quem é Neonoé?
- Ai, que ignorância. O novo Noé, veio de Matrix, Neo-Noé, sacou?
- Ah, saquei, e ele vai nos libertar da Matrix?
- Não, só salvar um casal de cada animal. Mesmo esquemão.
- Todo e qualquer animal?
- Assim foi, assim será.
- Então, de humanos, ele só poderá levar a Trinity!
- É... pobre Jesus!
- Mas quem vai salvar, afinal, Jesus ou Neonoé?
- Se forem os dois o trabalho fica mais eficiente, não fica? Se fosse eu quem mandasse em tudo eu acionaria os dois.
- É... verdade... mas se eu fosse quem mandasse em tudo eu nem acabaria com o mundo. Estamos na era da reciclagem, eu arrumaria as coisas.
- Como?
- Sei lá, arrumaria, eu seria o todo poderoso, e todo poderoso que se preza arruma, não destrói nem deixa que destruam.
- É verdade...
- Será mesmo que vão conseguir televisionar o início do fim do mundo no Japão pra gente assistir? Nós, com fuso horário favorável?
- Não sei, ué! Fico com fuso, digo, confuso. Pode ser que sim.
- E o que você vai fazer depois do fim do mundo?
- Ah, estou pensando em férias. Mas antes tem natal, ano novo, daí em janeiro pegar uma praia. Vão tar muitas praias novas, ondas iradas.
- Puts, é mesmo, nem tinha pensado nisso! Irado! Vou comprar uma prancha nova.
- Você sabe surfar?
- Não, mas vou aprender. Neonoé não vai me convidar pra arca, mesmo.
- E desses animais que entrarão na arca, um casal de cada espécie animal, mesmo?
- É, exatamente assim.
- Isso inclui vírus, pulgas, carrapatos, mosquito da dengue?
- Ehhhhh... não sei.
- Se Neonoe e a Trinity, ainda que sem o Morpheu, deixarem esses animais pra traz eu prefiro.
- É, também, acho que sim, melhor.
- A água das novas praias vai ficar contaminada igual nas inundações comuns?
- E quem disse que vai acabar em água?
- Não?
- Não sei!
- Ah, conjecturas, oras.
- Matrix 4?
- Pode ser que sim.
- Mas sem cinema, vai passar onde?
- No Neocinema, oras!
- Ah, é. Neoempresário neohollywoodiano. Amigo e protegido do cara lá de cima. Puts!
- Vamos sair pra olhar umas pranchas iradas?
- Bora!
Arte:
Tonho Oliveira, mais uma vez colaborando aqui no Empirismo Vernacular. Vejam outras obras de Tonho nos blogs Pô-ética, 6vQcoisa e ArquiteTonho. Tonho é de Porto Alegre, RS.
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Tonho Oliveira, mais uma vez colaborando aqui no Empirismo Vernacular. Vejam outras obras de Tonho nos blogs Pô-ética, 6vQcoisa e ArquiteTonho. Tonho é de Porto Alegre, RS.
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sábado, 17 de novembro de 2012
Credo!
Haverá cura para aquilo em que se crê, por imposição de algum tipo, desde tenra idade? A crença é um mal que corrói as entranhas da alma, destrói vidas, paralisa pessoas ou as move ao precipício, pois quase nunca uma crença corresponde à verdade. Crer é não pensar e deixar que outros pensem por si, ainda que seja, de um ponto em diante, o próprio inconsciente.
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Pessoas
As pessoas vazias se medem pelos lugares que frequentam, pelos vinhos que bebem, pelos pratos que comem, pelo quanto ganham, pelo quanto gastam, pelas viagens feitas, pelos lugares vistos, pelas casas que ostentam, pelos carros que dirigem, pelos sobrenomes que têm. Ficam cheias de vazios e são vazias do que enche mesmo.
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sexta-feira, 16 de novembro de 2012
In verdades
Aceitar verdades prontas como verdades pode até ser cômodo, mas é igualmente idiotizante. Serve para palavras, livros, atitudes. Verdades absolutas devem ser vistas com muita cautela, senão viram abrigo para os ignorantes.
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quinta-feira, 15 de novembro de 2012
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Fora de hora
E quando você quis estourar os meus balões, a festa já havia acabado.
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sábado, 10 de novembro de 2012
Querer quântico
Queria mudar de cidade
Mudar de continente mental
Voar mais alto
Voar mais rápido
E com mais precisão
Queria viajar pra outros cantos
Mudar de planeta-pensar
Pegar meu foguete
E andar além da velocidade da luz
Para que o tempo diminuísse
Queria abrir as portas novas
Desconhecidas, de universos paralelos
Escolher novos destinos
Apagar o que bem quisesse
E reescrever novos parágrafos
Queria poder existir só às vezes
E me desligar por conveniência
Deixando de lado a ferida
Fugindo deliberadamente da vida
E voltando só quando me aprouvesse
Mudar de continente mental
Voar mais alto
Voar mais rápido
E com mais precisão
Queria viajar pra outros cantos
Mudar de planeta-pensar
Pegar meu foguete
E andar além da velocidade da luz
Para que o tempo diminuísse
Queria abrir as portas novas
Desconhecidas, de universos paralelos
Escolher novos destinos
Apagar o que bem quisesse
E reescrever novos parágrafos
Queria poder existir só às vezes
E me desligar por conveniência
Deixando de lado a ferida
Fugindo deliberadamente da vida
E voltando só quando me aprouvesse
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Filmes mudos
Ouvi atentamente os diálogos dos filmes mudos para tentar compreender as falas internas de quem via e compreender suas limitações. Olhei pra mim.
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quinta-feira, 8 de novembro de 2012
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Femme fatalle?
Menina, você não precisa fazer "cara de sexy" para ficar sexy! Não precisa fazer bicos, bocas, olhares e poses forçadas para se fazer de "femme fatalle" ou para se sentir uma... Aliás, quando você fica o mais natural e relaxada possível é quando te acho mais sexy. Quando você tenta ficar sexy, artificialmente, ou fica narrando assuntos que te "engrandessem" e te "promovem", supostamente, é quando fica menos atrativa. Os atrativos são, e têm que ser, naturais. Vai, relaxa, garota. O que é bom vem de dentro.
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sábado, 3 de novembro de 2012
Hastear bandeiras
Levante suas bandeiras inúteis
Grite gritos que não são seus
É fácil aderir à imbecilidade
Dos que não se mostram ao mundo
Hastear bandeiras alheias
Como movimento contínuo
Denuncia uma fantasia gasta
Atrás da qual tantos se escondem
Levante a haste dos tecidos mortos
Que flamejam ao vento vão
Enquanto os seus gritos engole
Na covardia de assumir-se engasgado
Grite gritos que não são seus
É fácil aderir à imbecilidade
Dos que não se mostram ao mundo
Hastear bandeiras alheias
Como movimento contínuo
Denuncia uma fantasia gasta
Atrás da qual tantos se escondem
Levante a haste dos tecidos mortos
Que flamejam ao vento vão
Enquanto os seus gritos engole
Na covardia de assumir-se engasgado
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sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Dez crenças
Tenho dez crenças, todas muito elaboradas e semelhantes na origem, tendo todas elas me conduzido eficazmente a dez apontamentos.
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Finandos
A morte é algo inevitáveel; é a única certeza de que temos na vida e também a maior e mais angustiante incerteza que vivemos.
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