domingo, 29 de novembro de 2009

A Perfeição, Deus

Se existisse “um Deus todo poderoso”
Ele detestaria a Bíblia
Por ser chata, longa, confusa, inconclusiva e, mais,
Causadora de tanta discórdia, tanta guerra.

Se existisse “esse Deus”, mesmo,
E se Jesus foi um homem bom, e mais,
Seu filho e sua carne e sua dor
Não seria Deus quem mandou Jesus. Quem foi, então?

Se existisse “Deus”, ele amou Jesus
E não o teria enviado para tarefa tão inglória;
Nem teria feio plano tão vão,
Pois se nossos pecados foram pagos na cruz
O pagamento foi surrupiado e continuamos na dor.

Deus não precisaria de adoração!
Deus criaria tudo perfeito, sem precisar fazer e refazer.
Deus não teria IRA, que seria sentimento pro demônio.
Não criaria humanos tão pouco sábios e dependentes,
Nem demônio com tamanho poder!

Odiaria a Bíblia, o Torá e o Alcorão
E todo e qualquer “livro sagrado” pelo que são,
E odiaria toda forma de adoração, principalmente a “Ele” próprio.
E só traria a paz, a brisa, o amor...
Seria bem mais criativo
Talvez não tão poderoso, nem tão oneroso...
Talvez “nada ser”, um pouco “tudo e disperso”.

Talvez fosse hiperativo, talvez seja!
Daí porque não consegue se concentrar muito bem
Embora faça tanto, tanto deixa por fazer.
Embora ame tanto, tão pouca proteção dá
Aos seus filhos, ao mundo que criou, aos mundos que criou
E talvez pense, confidencialmente, “Poderia ter feito melhor!”

Se “Deus” existisse, talvez chorasse sua impotência
E chorasse sua potência finita, sua bondade vã,
E a cegueira dos homens, e o “demônio” criado
Em todas as sementes que falharam
Ou simplesmente foram ruins, irremediavelmente ruins, tão ruins.

Queimaria, se pudesse, igrejas e crenças
E distribuiria sabedoria pura,
Sem o mal sucedido livre arbítrio, que é porta do mal.
Fecharia esta porta!
Então a liberdade humana seria sábia.
Teria criado um ser humano melhor capaz de cria-“Lo”.

Feito isto, renovado, extinto o sofrimento que paira,
Aniquilaria a maldade e a ignorância
E voltaria em paz para a eternidade...
E sua criação seguiria, então, na mesma paz
E num sábio moto-perpétuo.

Então descansaria um sono eterno e tranqüilizante,
Pois sua criação tão perfeita, imagem e semelhança “d’Ele”
Não precisaria mais de Deus
E “O” deixaria, enfim, em paz eterna
Na inexistência serena... Amém.

26/11/2009 (02:40h)

Um comentário:

  1. Heresia!!!!rsrss...
    Me lembrei daquele poema que te disse sobre meus momentos de revolta com Deus, ou com a vida não sei ao certo...
    De qq forma não importa brigarmos com Deus de vez enquando afinal ele aguenta...

    segue o poema:

    "Incompreensão dos Mistérios

    Saudades de minha mãe.
    Sua morte faz um ano e um fato
    Essa coisa fez
    eu brigar pela primeira vez
    com a natureza das coisas:
    que desperdício, que descuido
    que burrice de Deus!
    Não de ela perder a vida
    mas a vida de perdê-la.
    Olho pra ela e seu retrato.
    Nesse dia, Deus deu uma saidinha
    e o vice era fraco."

    Elisa Lucinda

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