sábado, 10 de setembro de 2011

Manchas do tempo

E a junção dos fatos não corresponde às fotos
Manchas do tempo
Traças a corroer as revelações
Marcas do vento
Troços a corromper as reuniões
Onde houvera amor

Laços fraternos a se desfazer em ódio puro
Cheio de afeto
Afetado pelo rancor e pelo desprazer
Cheio do infecto
Do normal pútrido que toma o bom
Mostra-o podre também

Nós e maçarocas, emaranhados de fios tênues
Alguns a se arrebentar
Nós em meio aos nós, gritando
Dores da falência
Órgãos múltiplos dando sinais de fraqueza
Órgãos como de igreja

E as junções dos fatos não servem à foto
Amarelou-se o tempo
Desnudou-se o templo com o sujo
Escureceram a luz
Apagaram-se as chamas de quem chama
E então me fui cabisbaixo, só

3 comentários:

  1. Ivan, adoro essa sua engenharia com as palavras. Acho que a formação profissional não define, posto que é apenas uma parte, mas acaba vindo ao encontro do que somos.

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  2. D.e.S.m.A.n.C.h.E,
    d.E.s.C.o.N.s.T.r.U.ç.Ã.o, reformul...AÇÃO,

    Яedesenho!

    (o:

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  3. Hey, tudo bem contigo? saudade de estar aqui para ler os passos de teus versos?

    Um beijo grande, sempre carinho.

    Carmen.

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