segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Recaminho

Fotografia: Ivan Bueno
Sinto a pressão que se acomoda sobre mim
A tortura de momentos e estradas erradas
Posso ter seguido por bifurcações estranhas
Posso ter caído, mas me reergui, retomei
Olhei adiante, me guiei pelas estrelas, pelo sol
E pelo solo iniciei meu necessário recaminho 

Ainda que sozinho, ainda que no escuro
Soube admirar a lua nova, invisível e gentil
Dando espaço à visão de tanto céu a mais
Caminhando fui, estou, vou recaminhando, indo
Onde chegarei é incógnita, onde cairei é sentença
Não é necessário ter certezas, mas tolerá-las

Nesse recaminho vou, nesse recaminho me faço
Nessa estrada incerta e tortuosa me vejo
Busco, encontro, perco e reencontro de tudo
Um pouco de tudo, um pouco de nada: mundo, mundo
Um certo recaminho incerto tentando cobrir a solidão
Um recaminho pra cobrir a interrogação

Recaminho na interrogação jogando areia
Recaminho nas curvas, pulo sobre o ponto
Mas tudo é tão incerto que decidi não ter certezas
Estou certo disso e da imprecisão que se precisa
Estou incerto da certeza desse recaminho, recomeço
Recaminho, redestino, remar remar remar...

3 comentários:



  1. Cuidado com os "descaminhos"...!

    :o)

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  2. E será que ter certezas não ajuda mesmo? Essa convicção de não ter certezas... Que vida é essa que não é certa? Talvez nem certa para nós, pessoas.
    Beijos, Thátis

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  3. O importante é não parar, que entre caminhos e recaminhos você possa absorver o que o mundo tem pra ensinar, e se conheça cada vez mais . Ja to seguindo seu blog.

    Abraço

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