Os falsos caminham tranquilamente pela calçada molhada de chuva lá fora. Os sinceros igualmente, lado a lado com os primeiros, caminham pela mesma trilha sem, às vezes, uns e outros, saberem quem são uns, quem são outros. Às vezes nem se sabem, os sinceros, por tanto temerem-se falsos. E nisso os falsos levam vantagem, pois se sabem falsos e raramente acreditam-se verdadeiros. Quando acreditam, o caso é patológico e daí o diagnóstico inútil e, via de regra, impossível.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
domingo, 24 de novembro de 2013
domingo, 17 de novembro de 2013
Antiarte (do viver...)
E sem dom artístico algum se meteram a pintar o que chamaram de retratos, mas incapazes eram de ver os traços reais. Viam distorções, projeções de si. Saíram, então, caricaturas grotescas, mal feitas e monstruosas. Daí por diante, passaram a ver só os monstros que criaram em suas próprias telas, reflexos deles mesmos.
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Convencer-se
Quem precisa muito afirmar e reafirmar algo, é porque provavelmente lhe falta convicção e real crença interna naquilo que afirma tão enfaticamente.
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sexta-feira, 15 de novembro de 2013
A nota aí
Noto cada nota
que se dispersa
nesta música
estranha
que me acompanha .
Noto cada fato
como se feto fosse,
meio escuro,
meio molhado,
meio perdido,
meio ainda que nada.
Noto cada estrela
a brilhar até onde
meus olhos alcançam,
e onde não,
sigo a procurar seu brilho.
Noto que noto pouco
muitas coisas próximas,
que noto muito
ciosas distantes e que
não queria notar
as coisas doídas.
Noto cada nota
desafinada
com desprazer,
mas não sei afinar
toda a musica, nota-se
que segue como é.
que se dispersa
nesta música
estranha
que me acompanha .
Noto cada fato
como se feto fosse,
meio escuro,
meio molhado,
meio perdido,
meio ainda que nada.
Noto cada estrela
a brilhar até onde
meus olhos alcançam,
e onde não,
sigo a procurar seu brilho.
Noto que noto pouco
muitas coisas próximas,
que noto muito
ciosas distantes e que
não queria notar
as coisas doídas.
Noto cada nota
desafinada
com desprazer,
mas não sei afinar
toda a musica, nota-se
que segue como é.
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Clichê
A vida em suspenso
A vida é suspense, clichê:
Não sei do amanhã
Do hoje, nem soube
Do ontem, nada entendi
Suspende-se o suspense?
Jamais! É condição sine qua non
Se é vida, é não-sei
Se é vida, é interrogação
No meio disso, decisão
Um passo pro abismo
Um passo pro hipotético
Um sonho com paraíso
Utopia, quimera
Felicidade toda, quem dera!
A vida é suspense, clichê:
Não sei do amanhã
Do hoje, nem soube
Do ontem, nada entendi
Suspende-se o suspense?
Jamais! É condição sine qua non
Se é vida, é não-sei
Se é vida, é interrogação
No meio disso, decisão
Um passo pro abismo
Um passo pro hipotético
Um sonho com paraíso
Utopia, quimera
Felicidade toda, quem dera!
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Poesia
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Possível
Arte: Sócrates Magno Torres |
e arrombei meu coração
Desci ao próprio inferno
tentando buscar meu céu
Descobri-me purgatório
de sentimentos
Bons, ruins, duvidosos,
certeiros e tantos outros
Tentei adjetivar tudo
o que via e tinha
Deparei-me com tantas etiquetas
que perdi meus modos
De modo que deixei
tudo pra trás
A porta quebrada,
o coração arrombado e ideais
Caí na real e sucumbi
ao dia a dia, no possível viver
Respirar, sentir
ainda que pouco, mais que nada
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Poesia
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Selvagem
E o ser humano não pode ter um lado selvagem? Pode, claro que pode. E tem. O importante é não confundir o ser selvagem com a crueldade.
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sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Certo x errado
No campo do possível, não existem escolhas certas ou erradas. As escolhas são meramente possíveis, nada mais. Não cabe condenação ou aplauso.
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