Ela foi cada vez mais se inteirando sobre o mundo animal e a realidade do pensamento dos animais e, mais e mais, ficando sensibilizada. Primeiro as elementares descobertas sobre a inteligência de cachorros, gatos, golfinhos, baleias, bois, cavalos (vacas e éguas também), mas um dia foi crucial. Leu um artigo de um jornalista sobre um artigo científico onde se relatava a descoberta de que até mesmo animais como o polvo (não o povo, que nem sempre pensa) tinham consciência. Pronto, foi a gota d’água pra levar adiante não só a ideia de não comer carne, mas de, radicalmente, se tornar vegana. Trocou toda peça de bijuteria que tinha couro, trocou as pulseiras dos relógios dela e do marido e passaram a usar (a contragosto dele) somente sapatos sintéticos. De couro, nunca mais. Nada de origem animal! No começo ele ficou meio mal, adorava carne, adorava os relógios e os sapatos dos quais se desfez, mas, por amor a ela, cedeu. Comia uma quantidade enorme de proteína derivada da soja, saudável, transgênica, mas a transgenia não tinha consciência, então ok. Com essa postura dele ela foi passando a ver nele, o marido, um homem tão mais admirável do que sempre percebera que a relação, mesmo depois de mais de dez anos de casados, se aprofundou a tal nível que um parecia compreender o outro só pelo olhar e pelo pensamento. Momento mágico da relação, da renovação da relação... É o que se pensa. Nesta simbiose de pensamentos ela descobriu, para espanto próprio, que ele, o marido, não só pensava, mas assim como o polvo, o cachorro, o gato, a vaca, o boi, o cavalo e a égua, dentre outros, tinha consciência. A partir desta descoberta deixou de comê-lo. Foi o fim da relação mais perfeita de todos os tempos. Deprimido, ele saiu pra comer um hamburguer.
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ResponderExcluirAh! ah! ah!
Beleza de crônica, Ivan!
"Agora tu VÊ... GANA que dá!
... e como comê-la se virar coro e osso,
só os 'cachorros' sem consciência?!"
:o)
KKKKKKKKKKKKKKKKKK adorei!
ResponderExcluirEstá familiarizado com a técnica da Ironia de Brouff?
ResponderExcluirBacio, Thátis.
Thátis,
ResponderExcluirEssa da "Ironia de Brouff" merece uma tese de doutorado.
Eu uso muito, mesmo sendo Brouff um desconhecido, até mesmo ou especialmente no meio acadêmico. (rs...)
Beeeeijo.
OBS:
A Teoria baseada na Ironia de Brouff pode ser melhor compreendida somente vendo a Thaís explicar isso pessoalmente. Não há bibliografia disponível até o momento. :c)