Ah, que idéia horripilante me parece hoje ter que ir à análise, me deitar no divã e, mais uma vez dentre incontáveis outras, abrir o mesmo baú, revirar as mesmas bujigangas, cutucar os mesmos fantasmas, espalhar novamente a poeira.
Hoje a idéia me parece péssima! Esta resistência deve ter seu porquê, e não é nenhum dos motivos citados acima. Resistimos muito àquilo que esbarra em nossas feridas mais profundas. Arranca cascas de machucados, toca a carne viva.
Vou à análise, lá me deitarei novamente e de lá voltarei novamente com alguma coisa tão insignificante que às vezes é impossível de ver. Sempre nos é dado um grão minúsculo, translúcido, difícil de carregar e guardar, mas são esses grãos minúsculos que nos enchem o papo, assim como o da galinha.
Eu mesma reviro minha canastra...que tem muitas besteiras com pedaços de papel borrado por lágrimas e fotos rasgadas mas guardadas...Mas meu alívio é que muitas vezes me deparo com uma poesia...uma rima... uma meninice minha..também me deparo com desenhos rabiscados em mesa de bar ou carteiras de cigarro com dedicatórias...Acho que também são os grãos que mantém nossa existência..assim como a das galinhas..
ResponderExcluirContinuo revirando minha canastra e nunca me esquecendo de depositar grãos diários..
beijo
Canastra valiosa, esta, de uma "Emília-Aline" cheia de sapequice, vida e encantos.
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