Escutei no rádio uma música antiga, daquela dos tempos em que a música tinha poderes sobrenaturais de entrar no corpo e na alma e arrepiar tudo, deixar marcas irremovíveis. Isso se prolonga pro resto da vida e, quando ouvida, ainda que décadas depois, traz de volta o momento, as pessoas, os lugares, o tempo e, junto, um aperto de saudade dentro do peito. Deixei a música ecoar e, embora tenha durado uns 3 minutos apenas, depois continuou a tocar dentro de mim, por tudo que ela tocou. Veio muita gente à vista, à memória, à saudade; vieram momentos dos feitos e não feitos, mas desejados; vieram tempos, eras, gentes idas e outras ainda presentes; vieram beijos, abraços e desejos. Tanta coisa uma música pode carregar, guardar, gravar em nós. Inevitavelmente vieram lágrimas e um misto de sorriso e choro, um misto de alegria e dor. É vida carregada pela música, pela memória, alimentando a alma.
Ouvi a música
O rádio se desligou
Notas ecoaram
Lágrimas e lembranças
Sorriso e dor
Gentes, amores
Idos e vindos
Na música, na alma
Na dor e na calma
Ouvi a música
Que me ouviu
Que me tocou, me toca
Ouvi a música
O rádio se desligou
Notas ecoaram
Lágrimas e lembranças
Sorriso e dor
Gentes, amores
Idos e vindos
Na música, na alma
Na dor e na calma
Ouvi a música
Que me ouviu
Que me tocou, me toca
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