segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Há dias

Há dias em que os machucados doem mais, as feridas sangram mais amiúde, mais intensamente, mas nem todo mundo vê, nem todo mundo entende, pois têm olhares dormentes, mortos. No máximo veem esses sangramentos quando na forma de lágrimas. Não raro repreendem a manifestação com um “reaja!” ou “saia dessa!”, cheios de fórmulas mágicas de autoajuda e uma burrice endêmica. "Reaja! Vamos lá, olhe pra sua ferida, permita-se humano.", seria a resposta. Mas são raras as pessoas que sabem manter o silêncio, respeitar e, se puderem, apenas dar o que há de mais importante nesses momentos: um abraço sem palavras sem profundidade e conteúdo real, coisa de quem tenta resolver aquilo de que nem entende. Apenas um abraço, "apenas"... e silêncio.

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