E às vezes, quando mais preciso de gritar, as palavras me somem por completo, me calo, emudeço, engulo seco, engasgo e sinto o incômodo silêncio das palavras não ditas.
terça-feira, 20 de setembro de 2016
terça-feira, 26 de julho de 2016
Compreensão
Entender as mentes turbulentas e atormentadas é ter um tanto grande e bem reconhecido de turbulência também dentro de si.
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sexta-feira, 10 de junho de 2016
Eco
Só nos emociona e nos encanta, só nos toca profundamente aquilo que faz eco em nossa alma, aquilo que ressoa com nossa nota interna, que umedece as lágrimas já choradas ou por chorar, sopra os risos dados ou por dar, desperta amores e paixões vividas ou por viver. É preciso ecoar, reverberar, senão não emociona.
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terça-feira, 24 de maio de 2016
Gosto
Adoro a sofisticação de quem se encanta com a simplicidade. Adoro a sofisticação de quem se veste dela...
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sexta-feira, 29 de abril de 2016
Relaltividade
O tempo corre quando a gente não quer e se arrasta quando a gente quer que corra. É totalmente relativo... e, via de regra, cruel.
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quarta-feira, 13 de abril de 2016
Tecidos
Desconheço teu rosto em face à face que me beija, sem língua a se intrometer, assim como desconheces minha face, sem língua a se intrometer. Há beijo, pouco tato no beijo, há pouco ranço, pouco hálito, pouca entrega, pouca coisa que se esfrega. Tudo meio incompleto. Rostos cobertos, a face do medo. E o que parece entrega é teatro, é cena, é figura, é arte da falta de vida. Desconhecemos nossos rostos internos e externos, assim como desconhecemos nossos ids, egos e superegos, que nos comandam eternamente por debaixo dos panos. Não nos conhecemos sequer minimamente e arrotamos arrogância mundo afora. Rostos cobertos, beijos vazios, mãos tateando temerosas no escuro.
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terça-feira, 5 de abril de 2016
Desilusão...
Viagens alucinantes já não me fascinam mais, não no campo da suposta realidade. Tomaram seu lugar, definitivamente, na área da ficção científica e da diversão. Não espero magia da vida, ou espero pouca, sem ilusão, apenas com uma réstia de esperança semiperdida. Tudo que é zen demais, me irrita, cai no ilusionismo, no autoengano, na magia fácil, no engodo. Espero pouco das orações, mas as faço assim mesmo. Não acredito em deus, mas o invoco quase todo dia, assim como os santos e os que se foram pro outro lado. Só acredito na magia do que é corriqueiro e natural, ainda que possa, às vezes, ser raro. Não quero me alucinar, quero me apaziguar. Que os demônios vivos mantenham boa distância.
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terça-feira, 8 de março de 2016
Fanatismo
Muito fervor faz a água evaporar, seca tudo, mina a vida possível e razoável, destrói os pontos médios necessários ao viver.
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sexta-feira, 4 de março de 2016
Esperança (a esperar)
Te sinto na ausência presente
Tua sombra ainda perambula luminosa
E busco teu cheiro num vestido deixado
Num fio de cabelo que ficou
Nas lembranças de cada coisa tocada
Mantida com a égide de uma relíquia
Quase te vejo no nada, em tudo
Quase te toco ao buscar meu toque
Minha vida, minha lida
Tudo meio em vão sem ti
Tudo sem rumo, sem destino, sem planos
Ausência do precioso desejado
Te sinto nos caminhos repetidos
Como uma espiral que vai
Não sei se ascendente ou descendente
E que me levará ao mesmo ponto teu
Não sei se real ou se me iludo de esperança
E assim espero, espero, espero
Estás em cada canto, em cada centro
Estás em tudo onde projeto meu ser
E me confundo contigo ou com o nada
E ando fracamente arrastando as pernas
Ombros caídos, largados, tristes
Alma que não sabe pra aonde ir e espera
domingo, 14 de fevereiro de 2016
Guru
Quem precisa de gurus, normalmente não conta consigo.
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
De quanto?
De quantas curas preciso
Para sair às ruas
Olhar pro céu, ver estrelas
Não temer o sol nem as gentes
De quantas caras preciso
Para às ruas ir
Para de mim e todos rir
Não temer o temor e o tremor
De quantos quereres preciso
Para me curar
Para me encarar
Não temer mais viver, calar
Para sair às ruas
Olhar pro céu, ver estrelas
Não temer o sol nem as gentes
De quantas caras preciso
Para às ruas ir
Para de mim e todos rir
Não temer o temor e o tremor
De quantos quereres preciso
Para me curar
Para me encarar
Não temer mais viver, calar
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Tic tac...
Não existe tempo, o que existe é metamorfose.
O tempo é uma invenção para tentar justificar a metamorfose que se sofre e da qual se padece.
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