Complementando o que postei abaixo e matando a saudade dos idos de 1997, aí estou eu, feliz e sorridente no Cavern Pub, em frente ao Cavern Club, em Liverpool (UK), prestes a comer um fish and chips e posando com cara de meio (ou por completo) abobalhado ao lado da bateria do Ringo.
Fiz o dito "Circuito Beatles" em Londres e Liverpool (UK) e em Hamburgo (Alemanha). Conheci o estúdio Abbey Road onde cometí uma das minhas maiores gafes da vida. Gafe da qual, aliás, não me perdôo. Segue o relato:
Estava eu em frente ao estúdio, era inverno, então todo mundo fica meio igual e igualmente elegante, até os homeless. Tirei fotos atravessando a famosa rua, assinei nas muretas da entrada do estúdio e, em dado momento, achando que o estúdio tinha uma parte de visitação pública, me dirigí à portaria principal. Havia acabado de chegar um carrão e tres caras, tão elegantes quanto eu, entraram convictos pela porta principal do Abbey Road. Fui, inocentemente, e entrei. Na época meu british English estava pra lá de fluente, e assim entrei e cumprimentei o recepcionista com um impecável "Good evening." e fui estúdio afora. Entrei e andei por corredores, vi portas fechadas, vi portas abertas, cruzei com pessoas (nenhuma conhecida) e, sempre cordialmente, dizia "Good Evening". Um verdadeiro lord-inglês-tupiniquim passeando dentro de nada mais nada menos que o estúdio mais famoso do mundo.
Eu continuei andando e queria encontrar uma porta com uma plaquinha onde estivesse escrito Studio 03, que era o estúdio mais usado pelos Beatles. Procurei, procurei, mas o local é grande e não tinha a plaquinha. O que fazer, então, eu, lord-inglês-tupiniquim? Claro! Voltar à recepção e pedir orientação. Lá fui eu de volta e me dirigi em inglês ao recepcionista:
- Please, where do I find the "Studio 03"?
- Are you a musician?
- Yes, I am, but I am here as a tourist, just to know the "Studio 03"
Mal completei esta frase e ele me olhou num misto de auto-reprovação e vontade de rir. A verdade é que a frase seguinte foi:
- I'm sorry, but you cannot get in here.
Era isso, o estúdio só era aberto pra pessoas com alguma agenda profissional. Nem as melhores argumentações filosóficas adiantariam, e não adiantaram. Turistas ficam só lá fora. Mas eu entrei logo atrás dos outros três caras e, mais que isso, entrei com aquela convicção inquestionável de quem está onde deve estar. Maldita hora em que decidi voltar à recepção pra pedir informações. Ainda conversei um pouco com ele, e foi bastante engraçado, porque eu estava arrependido de ter voltado pra falar com ele e ele estava ciente de que tinha falhado ao deixar entrar um turista. Perguntei se tinha gente famosa gravando alí naquele dia:
- Off course, every day.
- Who?
- I cannot tell you, I'm sorry.
E assim terminou minha saga pelo Abbey Road Studios. Agradeci... O clima de vontade de rir e arrependimento mútuo era inegável e voltei pro meu flat com um misto de felicidade e frustração. Felicidade por ter entrado em boa parte do estúdio (o que não era permitido a turistas e eu fiz) e arrependido por não ter continuado a andar e andar e andar sem voltar para pedir informação. Mas valeu! Hora de voltar praquelas bandas ou outras bandas distantes, além de tentar ver a Paul McCartney Band aqui no Brasil, mesmo. Já conhecí a casa do cara em Liverpool, por que não posso ir ao show?
The dream is not over, I'm sorry, Lennon!
Fiz o dito "Circuito Beatles" em Londres e Liverpool (UK) e em Hamburgo (Alemanha). Conheci o estúdio Abbey Road onde cometí uma das minhas maiores gafes da vida. Gafe da qual, aliás, não me perdôo. Segue o relato:
Estava eu em frente ao estúdio, era inverno, então todo mundo fica meio igual e igualmente elegante, até os homeless. Tirei fotos atravessando a famosa rua, assinei nas muretas da entrada do estúdio e, em dado momento, achando que o estúdio tinha uma parte de visitação pública, me dirigí à portaria principal. Havia acabado de chegar um carrão e tres caras, tão elegantes quanto eu, entraram convictos pela porta principal do Abbey Road. Fui, inocentemente, e entrei. Na época meu british English estava pra lá de fluente, e assim entrei e cumprimentei o recepcionista com um impecável "Good evening." e fui estúdio afora. Entrei e andei por corredores, vi portas fechadas, vi portas abertas, cruzei com pessoas (nenhuma conhecida) e, sempre cordialmente, dizia "Good Evening". Um verdadeiro lord-inglês-tupiniquim passeando dentro de nada mais nada menos que o estúdio mais famoso do mundo.
Eu continuei andando e queria encontrar uma porta com uma plaquinha onde estivesse escrito Studio 03, que era o estúdio mais usado pelos Beatles. Procurei, procurei, mas o local é grande e não tinha a plaquinha. O que fazer, então, eu, lord-inglês-tupiniquim? Claro! Voltar à recepção e pedir orientação. Lá fui eu de volta e me dirigi em inglês ao recepcionista:
- Please, where do I find the "Studio 03"?
- Are you a musician?
- Yes, I am, but I am here as a tourist, just to know the "Studio 03"
Mal completei esta frase e ele me olhou num misto de auto-reprovação e vontade de rir. A verdade é que a frase seguinte foi:
- I'm sorry, but you cannot get in here.
Era isso, o estúdio só era aberto pra pessoas com alguma agenda profissional. Nem as melhores argumentações filosóficas adiantariam, e não adiantaram. Turistas ficam só lá fora. Mas eu entrei logo atrás dos outros três caras e, mais que isso, entrei com aquela convicção inquestionável de quem está onde deve estar. Maldita hora em que decidi voltar à recepção pra pedir informações. Ainda conversei um pouco com ele, e foi bastante engraçado, porque eu estava arrependido de ter voltado pra falar com ele e ele estava ciente de que tinha falhado ao deixar entrar um turista. Perguntei se tinha gente famosa gravando alí naquele dia:
- Off course, every day.
- Who?
- I cannot tell you, I'm sorry.
E assim terminou minha saga pelo Abbey Road Studios. Agradeci... O clima de vontade de rir e arrependimento mútuo era inegável e voltei pro meu flat com um misto de felicidade e frustração. Felicidade por ter entrado em boa parte do estúdio (o que não era permitido a turistas e eu fiz) e arrependido por não ter continuado a andar e andar e andar sem voltar para pedir informação. Mas valeu! Hora de voltar praquelas bandas ou outras bandas distantes, além de tentar ver a Paul McCartney Band aqui no Brasil, mesmo. Já conhecí a casa do cara em Liverpool, por que não posso ir ao show?
The dream is not over, I'm sorry, Lennon!
O prazer é meu!
ResponderExcluirQue sonho, que delícia, que tudo, que maladro-inocente!!
Me deu vontade de sentar com vc e te escutar, escutar, escutar. Saber de tudo o que viu por lá, por onde foi.
A Gê foi minha professora e hj é minha amiga. A Fernanda ainda não tive oportunidade de conhecer, mas sei da grandeza dela.
Enfim, será que o Paul vem mesmo?
Imagina...
Conheci a tal amante, Loretha, imaginava algo parecido!Rs...
Ah, não, Ivan... que coisa! Viagens têm dessas mancadas que as tornam inesquecíveis, né? Um dia quero ser chique assim para caminhar pelas ruas de Londres e tietar: Beatles, Virgínia Wolf, Katherine Mansfield..., sentir o cheiro das ruas úmidas e cinzentas, subir num ônibus vermelho e tomar um café bem quente, ou seria melhor um chá?
ResponderExcluirVais mesmo ver o Paul? Li num blog que o show pode até ser de graça, sabia?
Abração!
Pois é, Fernanda. Gafe melhor eu dei na Itália, mas depois te conto ou escrevo por aqui.
ResponderExcluirEm se tratando de Londres, não tem café que presta, não. O que tem de bom por lá é comida indiana, cervejas maravilhosas (pra quem gosta de cerveja, claro) e chá. O café é aguado.
Café bom é o nosso aqui e também o da Itália é bom. Apesar de que viajando, até café ruim é bom!
Eu vi no blog que você segue, da Polly (é isso?) sobre o show do Paul e que talvez tenha show de graça em Brasília. Imperdível. Aliás foi por ler esta matéria que escrevi esta postagem e a anterior. Bora? Leva o João pra ele começar já na vida de sexo, drogas e rock and roll. O Luca mal entra no meu carro e já pede pra colocar rock... e alto! (rs...)
Oi, Polly.
ResponderExcluirRespondi ao comentário da Fernanda antes de receber o seu.
Ah, quem dera eu tivesse sido malandro-inocente. Fui absolutamente inocente, e só por isso consegui entrar. Fui convicto por estar internamente convicto. E se tivesse tido uma malandragenzinha mínima, não teria voltado na recepção nem arrastado pelo segurança. Dava uma de músico irreverente, arrogante e ainda perguntava pela Loretha com ar acusativo de rapto. Seria um escândalo, ainda mais naquela terra onde todo mundo é frio, fino e contido, manos os músicos irreverentes. Eu não sou, mas um teatrinho, poderia tentar. (rs...)
Quanto ao show do Paul, não perco de jeito nenhum. Se der, vou nos dois. Tomara que tenha, mesmo. É a última turnê do cara! Depois disso, só se for show mediúnico, e músicas "psicocantadas" ficam péssimas. (rs...)
Bater papo? Me ouvir? Parece que te ouvir também é bom. Quando quiser.
Ainda afirmo: foi malandro sim. É quase como um malandro inerente, de alma, implícito, que é mas não percebe. Coisa de brasileiro, saka?!
ResponderExcluirRs...brincadeira! Não sou tão limítrofe assim.
Foi inocencia, "das brabas", que entra em caramim, que ganha tudo e que passeia em estudio, coisa de quem já tem pinta de músico famoso.
Morri de rir das músicas psicocantadas!
Hum, preciso então pensar em um evento para reunir um papo, chamar a gê, a fernanda(que ainda não conheço), você e mais...
O que acha???
Qualquer dia é dia de evento, nem precisa pensar muito. Acho ótimo! É só marcar que acho que vai ser bacana. A Loretha infelizmente não poderá ir, a não ser que seja em algum estúdio e haja mais músicos presentes. rs... Mas, a sério (e não que qualquer coisa que eu diga não seja séria), é mesmo só questão de marcar. Eu não tenho filho pra tomar conta e a Loretha não é tão possessiva. Marca aí! Avisa aqui! Acho ótimo.
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