segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Despedida

Eu me despedi com a certeza de quem deseja, desde já, o reencontro.
Eu me despedi como quem se despede cumprimentando,
Pegando pela mão, tomando pelos braços, enlaçando a cintura, beijando os lábios.
Me despedi acariciando os cabelos e tocando os seios,
Sentindo o movimento interno e externo da vontade e da sede de manter
O amor, o querer, a capacidade de aturar... aturar a mim mesmo diante do mundo.

Eu me despedi com a certeza da dor latente, da vontade querente.
Eu me despedi como quem empurra segurando pelo braço,
Como quem expulsa de casa sem deixar chaves nas portas, nenhuma janela aberta.
Me despedi em meio ao açoite compreensivo de quem se analisa e se condena
E, em meio à análise, analisa toda a situação, toda a própria limitação.
E o desejo a gritar, a solidão tomando espaço e tendo, de qualquer forma, que me aturar.

Eu me despedi como quem se despede de uma jóia viva,
De uma música querida que não posso ouvir mais... Impossível ouvir mais!
Dei adeus a um pedaço de mim, também... Com dor, mas sem arrependimento.
Vivi, amei... Amo! Continuo vivo, mas cambaleante, pela despedida.
A vida é mesmo feita de despedidas, mais que de encontros, mas este... ai, doeu!
Este fui eu que decidi, fui eu que me senti incapaz! Daí doi mais, e como! Eu disse adeus a Deus.

Um comentário:

  1. eu nem sabia que tinha essa coisa de "seguir"! rs
    agora sou sua seguidora... será que vc é a minha religião, minha seita???
    bom, eu acho que quando eu me despedir, vai ser quenem você, "como quem empurra segurando pelo braço". mas isso são projeções futurísticas de quem sabe que não tem bola de cristal, mas tem certeza que tem.
    só não acho que a vida tem mais despedidas que encontros... ts ts ts. essa não!
    beijos

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