Outubro é mês natal, do meu natal. E natal é pepoca de reflexão, de pôr na balança o que consideramos, dentro do que conquistamos ou não, do que fizemos ou não, bom ou mau. Outubro mexe com minha mente e me coloca sempre numa posição que me faz lembrar, mais do que gostaria, mas absolutamente dentro do esperado, do tempo e, pior, do tempo perdido, e aqui minha reverência a Marcel Proust e seu "À la recherche du temps perdu" (Em Busca do Tempo Perdido).
Ah, "choro" muito, lamento muito meus tempos perdidos, em especial em outubro, que ás vezes me parece como que meu outono pessoal, seguido de um renascer de folhas verdes. Encaro mais fortemente os fantasmas em outubro e os meus venenos de escorpião se fazem mais visíveis (e ativos). Outubro é mês de me parabenizarem, e sempre me questiono se é de se parabenizar. Este questionamento é fruto de uma visão ácida da vida, que tenho, não nego, mas luto com ela.
Parabenizo-me no mesmo dia em que minha cidade natal, com uma diferença de 33 anos de idade. De nada a nada, ao menos é um feriado, a cidade fica quieta e eu, também, me aquieto em minha toca de escorpião, pensando no tempo a ganhar e usar. Haverá mesmo algum tempo que seja perdido a ser buscado? Talvez não. Tudo é bagagem e o lamento só traz mais perda. Sorry.
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