E ao tentar alçar seu vôo que imaginou que seria o mais alto, o mais pleno, o mais heróico, o Super Homem caiu, falhou, se descobriu, mais ainda, simplesmente homem, falho, impotente, fraco.
Já no solo, ainda com o corpo doído, a mente confusa, levantou-se trôpego, manco, dirigiu-se para diante de um espelho e se viu nada super e totalmente humano, imperfeito como todo humano. Envergonhou-se de suas fraquezas e da idéia, anterior, de que era mesmo capaz de brincar de Super Homem.
A capa enroscou, a tanga (ridícula) apertou, o vôo foi um salto irrisório e patético e nem se podia sentir como um resquício de Clark Kent. Nada disso. Um homem medíocre comum, sem nada de mais e com os defeitos que tanto queria não ter, mas tem.
Um homenzinho, aparentemente grande, talvez com idéias de grandeza, mas pequeno, de alma podre, de fraquezas que parecem tão insuperáveis.
Incapaz de salvar a si mesmo, incapaz do próprio vôo, tentou voar levando sua Lois Lane. Pobre dela, que precisava de um herói, desabou mais ainda. Mas ela, ao contrário dele, não se pensava super, mas tão apenas mulher, então se recuperará do tombo com mais facilidade. Ele, sem o super, pequeno homem, imperfeito, falho e fraco, fica cabisbaixo. Agora tem medo até de levantar e andar... de dar um simples passo sem se apoiar.
O Super Homem não existe em parte alguma, mas este delírio acompanha tantos. E dói se descobrir tão reles, tão fraco, tão homem.
Nada de vôos. Um passo adiante já seria uma conquista e tanto. Chegar à calçada, do lado de fora da casa ou em direção à própria casa, já seria muito bom.
O Super Homem morreu... todos morrem!
“Eu não sou normalmente alguém que ora, mas se você estiver aí em cima, por favor me salve, Superman.” Homer Simpson
ResponderExcluirkkk...
ResponderExcluirAline, você é uma besta! Adorei essa.