Então o dia amanheceu e ela não tinha nem dormido e nem queria se levantar e nem sabia o que fazer e nem o canto dos pássaros trouxe entusiasmo. Ficou imóvel e agitada. O sol incomodou os olhos que não se fecharam no escuro longo e a música não ajudou a relaxar. Queria mesmo se desligar da tomada da vida, mas era wireless, sempre fora.
domingo, 29 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Inversão especular
Que ironia... Dirigia tão cuidadosamente durante toda a vida que não tirava os olhos dos retrovisores, daí só via o que estava atrás, mas dizia querer ir para frente. De tanto se concentrar no que passou, colidiu com o futuro.
Marcadores:
Advertência,
Aforismos,
Ironia/Heresia
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Espionagem...
O olho penetra no buraco
fecha a duras penas
nas pernas pequenas
das meninas do meu adolescer,
ah! dói ser-me NINO.
Observar curvas (re)buscadas
descobrir carícias caríssimas
até então, imaginação
tudo num buraco: fechadura
procura por ver mais a NINA.
Destes meandros, sei-os...
mas então só intuía
em busca de descoberta
ah, totalmente descoberta
nua em pêlo, pelo mais
E pelo menos, pelo amor
dos meus apelos
desvirginando a inocência
desnudando segredos na decência
secreta no olhar dos pequenos,
Mas todo pequeno cresce
e não somente padece do desejo
abre a porta, toca, desfruta, descobre
desfaz-se dos pudores aos bons odores
fechadura, aí, só pra viver o gozo.
fecha a duras penas
nas pernas pequenas
das meninas do meu adolescer,
ah! dói ser-me NINO.
Observar curvas (re)buscadas
descobrir carícias caríssimas
até então, imaginação
tudo num buraco: fechadura
procura por ver mais a NINA.
Destes meandros, sei-os...
mas então só intuía
em busca de descoberta
ah, totalmente descoberta
nua em pêlo, pelo mais
E pelo menos, pelo amor
dos meus apelos
desvirginando a inocência
desnudando segredos na decência
secreta no olhar dos pequenos,
Mas todo pequeno cresce
e não somente padece do desejo
abre a porta, toca, desfruta, descobre
desfaz-se dos pudores aos bons odores
fechadura, aí, só pra viver o gozo.
Obs.:
Arte de Tonho Oliveira, do blog 6VqCoisa e Pô-ética. A ideia nasceu a partir de um comentário meu, feito lá no blog dele, numa postagem intitulada "DÊ ixe um título para o post...", vejam lá. Deixei lá meu comentário relatando travessuras da pré-adolescência e adolescência, das espionagens em fechaduras, e daí o Tonho fez outra arte (esta aqui deste post) e me mandou a primeira estrofe do poema, daí fiz duas, ele fez mais uma, daí fiz a última. Trocamos ideias, aparramos arestas, trabalho a quatro mãos, mesmo (e tudo por e-mail) e cá está o resultado.
Poesia: Tonho Oliveira e Ivan Bueno
Arte: Tonho Oliveira
Marcadores:
Artes plásticas,
Poesia,
Quatro mãos
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Políti... ca(cos)
Em época de eleições ouço, indignado, as pessoas a afirmar que "já não existe mais nenhum político em quem confiar". Discordo. Eu conheço vários nos quais confio, pena estarem todos mortos.
Marcadores:
Advertência,
Aforismos,
Ironia/Heresia
sábado, 21 de agosto de 2010
Doce sinfonia
Calei-me em teus lábios
Toquei-me com tua pele e alma
Quis ouvir o mundo
O meu, o teu
Não soube te ouvir no silêncio
Emudeci diante do espelho
Rendi-me à impotência
À pequenez humana que carrego
Amei-te como nunca antes
Mas não soube mergulhar
Piscina profunda
Bela sereia a nadar em pausa musical
Poucos sons, tantos acordes
Acorde!... Acordes distantes
Sinfonia interna, dissonante
Amor, amar, amei, amo
E amar é libertar
Dó, ré, mi, fá, sol...
Lá se vai você, livre
Não se aprisiona uma fada
Abri mão de ti e dos teus véus
Joelhos ao chão, perda
Dor, choro, clamor
Voa, amor, voa bela fada
Ver tua felicidade já é algo
Amo-te livre a voar
Na doce sinfonia do teu silêncio
Sem fim... e terno
Toquei-me com tua pele e alma
Quis ouvir o mundo
O meu, o teu
Não soube te ouvir no silêncio
Emudeci diante do espelho
Rendi-me à impotência
À pequenez humana que carrego
Amei-te como nunca antes
Mas não soube mergulhar
Piscina profunda
Bela sereia a nadar em pausa musical
Poucos sons, tantos acordes
Acorde!... Acordes distantes
Sinfonia interna, dissonante
Amor, amar, amei, amo
E amar é libertar
Dó, ré, mi, fá, sol...
Lá se vai você, livre
Não se aprisiona uma fada
Abri mão de ti e dos teus véus
Joelhos ao chão, perda
Dor, choro, clamor
Voa, amor, voa bela fada
Ver tua felicidade já é algo
Amo-te livre a voar
Na doce sinfonia do teu silêncio
Sem fim... e terno
Marcadores:
Fotografia,
Homenagem,
Poesia
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Filho de peixe
Filho de peixe, peixinho é. Passamos a vida tentando vomitar ou cuspir fora os anzóis mordidos por nossos pais e a nós repassados, mas continuamos engasgados, fisgados e nos debatendo pela maioria das mesmas armadilhas na tentativa de escapar. Pior mesmo para os que nem se debatem na crença de que são seres absolutamente novos, nada peixes, nada réplicas. São cegos!
Marcadores:
Advertência,
Aforismos,
Ironia/Heresia
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Delicadeza
É, sem sombra de dúvida, um momento delicado, este: ousado, sem volta, sem mudança de rota, linha reta, ainda que torta. Este momento começa quando a gente nasce e termina quando damos o último suspiro.
Marcadores:
Advertência,
Aforismos,
Ironia/Heresia
sábado, 7 de agosto de 2010
Baía de saudade
Mar de passagens, horizonte
Baía que se perde no céu
Saudade, vai na trilha do barco
Em motos sucessivos, vai
E se perde longe, infinito
Olhar distante, lacrimeja
O não vivido desejado
Saudade que aperta em chuva forte
Choro de sol que esconde
Lábios perdidos distantes
Fotografia:
Cláudia de Sousa Mendonça – Seattle, USA
Baía que se perde no céu
Saudade, vai na trilha do barco
Em motos sucessivos, vai
E se perde longe, infinito
Olhar distante, lacrimeja
O não vivido desejado
Saudade que aperta em chuva forte
Choro de sol que esconde
Lábios perdidos distantes
Fotografia:
Cláudia de Sousa Mendonça – Seattle, USA
Marcadores:
Fotografia,
Homenagem,
Poesia
Des ato
Quando um nó se desata e se solta tão facilmente, é porque nem sequer um laço consistente se formou; foi incapaz de aguentar uma mera caminhada no fim da tarde. Se desfez, não houve enlace, são somente fios soltos, sem função mútua.
Marcadores:
Advertência,
Aforismos,
Ironia/Heresia
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)