Filho de peixe, peixinho é. Passamos a vida tentando vomitar ou cuspir fora os anzóis mordidos por nossos pais e a nós repassados, mas continuamos engasgados, fisgados e nos debatendo pela maioria das mesmas armadilhas na tentativa de escapar. Pior mesmo para os que nem se debatem na crença de que são seres absolutamente novos, nada peixes, nada réplicas. São cegos!
Pior é para os que sequer se debatem mesmo!
ResponderExcluirSe peixes somos, o debater e o não se deixar fisgar, faz parte.
Belo, Ivan!
Abração
Mirze
Debater-se - talvez seja uma saída, talvez só uma reação.
ResponderExcluirOutra reação possível - talvez outra saida: descobrir porque razão o peixe se deixou fisgar.
Gosta o peixinho...
da isca?
do anzol?
ou dos pais com toda a sua carga de dor?
↓
ResponderExcluirNada de novo sob o sol...
quando se é moço
velho é o pai
quando se é pai
velho é o avô
quando se é avô
velho ficou o moço
Mas a luta continua!
Abraço-tchê!
fiz uma analogia aqui, inspirada pelo texto: os anzóis fazem os peixes sofrerem, por tirar-lhes de seu seio de vida... os anzóis são a nossa dor, por ousarem nos afastar das ideias que nos prendem ao seio de nossa genese, porque crescer dói, amadurecer e tomar o próprio rumo pode ser doce-amargo na liberdade de nos percebermos independentes dos que nos geraram e cuidaram...
ResponderExcluirAnzol-cordão-umbilical: como é divino ter quem cuide e faça por nós às vezes... colo e acolhida
Engasgados....
ResponderExcluirGostei!
E quantos os anzóis...
ResponderExcluirAbordagem inusitada do tema!
Parabéns!
Um abraço,
Doce de Lira
As memórias são terríveis pois, vamos sabendo nadar sempre com o que ficou dos nossos ancestrais.
ResponderExcluirO único sentido é tornarmo-nos mais perfeitos e projectarmos aquilo que eles não conseguiram, e que nós desejamos.
Isto é uma ideia, embora esteja fora do contexto. E desculpe a antítese. :))
Bom Sábado!
É, Ivan! Admitamos as iscas, mas para seguirmos temos que aprender, conhecer e criar outrsa iscas...
ResponderExcluirUm beijo
Na isca da herança, o mar balança...
ResponderExcluirBeijos, querido!
que a cegueira não nos impeça de saber o que não sabemos...
ResponderExcluire que fase é essa, ivan?..rs
um beijo
É isso...beijo
ResponderExcluirIvan,
ResponderExcluirencontrei-me neste teu poema, pois nesta vida de negar os estereótipos dos pais, a afirmação deles se fazem certeza quando me percebo.
beijos!
Adorável poeta,
ResponderExcluirme fez lembrar...
"ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais" (Elis Regina).
Acredito que sempre estamos nos reinventando, mas o anzol dos nossos pais sempre irá nos engasgar, sempre influenciará no nosso ser-no-mundo.
bjo
Oportuno e confesso que acho os nepotismos cada vez mais exagerados. Somos seres novos a partir nossos pais na maioria das vezes. Muitos cegos, como você bem citou, nem percebem e se tornam ridículos.
ResponderExcluirSao completamente cegos! Nao enxergam o que ha fora, nao enxergam a vida e nao enxergam a si proprios.
ResponderExcluirObrigada pela visita e um grande bem-haja!
ResponderExcluirBeijo
Ana :))
A negação e/ou a cegueira poderão facilmente conduzir ou mesmo confundir-se com ingratidão ou falta de generosidade. A nossa identidade nunca poderá ser divorciada daqueles que a ajudaram a construir.
ResponderExcluirGostei da forma como agarrou o tema da inércia humana perante a pretensa inevitabilidade do destino. O ambiente pré-fabricado que se nos apresenta, não é fácil de mudar, mas não pode ser aceite como um anátma que paira sobre as nossas cabeças sem possibilidade de alteração. Nós construimos o nosso caminho, interessa saber para onde se quer ir.
ResponderExcluirabraço
MariaIvone
muito bom isso...
ResponderExcluirNo final é modo como nos debatemos que acaba nos diferenciando!
Beeeeeeeijo!MAIOR!!!
E os que não se debatem pelo simples aceitar da realidade? (...)
ResponderExcluirSeriam esses mesmos os merecedores dos anzóis??
E aqueles em que houveram a primeira mutação para o começo de uma nova espécie??
É o grande ciclo... a teoria da (distorcida) evolução!
ivan!
ResponderExcluir...e...gosto tanto do que escreves!
bjo
taniamariza
É verdade, tentamos, mas...
ResponderExcluirMuito, muito interessante o teu poema, Ivan!
ResponderExcluirTema que não se esgota nunca...
Como é difícil a gente desbravar a selva e abrir o próprio caminho... E enfrentar as feras...Afff!
Grande abraço, preenchido de gratidão pela visita que me fez...
ah! exatamente!
ResponderExcluirimpossível sair do círculo de nossa hereditariedade, melhor é pensá-la e tentar ganhar outros mares através do conhecimento profundo da vida de nossos pais, tentar melhorar os acertos e aprender com os erros (deles..)
ignorar a herança karmica e física é uma bobagem, uma perda de tempo, talvez até aí sim, uma repetição inútil.
um beijo, ivan.
Diz Bakhtin, filósofo da linguagem, que toda enunciação já encontra seu objeto "desacreditado,contestado, avaliado, envolvido por uma névoa escura"; ou seja, já o encontra iluminado por discursos alheios. Assim, o objeto do discurso é penetrado por ideias, pontos de vista, julgamentos, apreciações de outros...
ResponderExcluirAssim os filhos...
sempre impregnados, mesmo antes da concepção... de história de vida de outrem. Sempre presentes nos sonhos e desejos de seus progenitores e nos genitores de seus progenitores... o sonho dos pais, o sonho dos avós... uma cadeia arquetípica... Não apenas como soma, mas como produto de uma síntese que está sempre em movimento.
Haveria de ser diferente?
Se a resposta for não, como administrar isso?
***A metáfora dos azóis foi está ótima!
Faço grupos de Orientação Profissional e isso pode ajudar muito... até onde os anzóis de meus pais vão me prender à margem e impedir de avançar a águas mais profundas?
Muito bom! E agradeço.
Álly.