terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Aborda-me de gorros...

Aborda-me
Pela borda do que sou
Sem se aprofundar
Daí, de repente, dá um pití subjetivo
Se é que algum não seja
E se sente no direito de agredir
É arrogância pura
É prepotência crua
É humano, no entanto
Vestir carapuças alheias como próprias
Dá, já deu, origem ao ditado popular
E a carapuça serviu
Vestiu-a? Coube?
Sinto, mas não era para ti
Se gostas da aparência
Mantêm-na na cabeça
E admira-a a cada olhar lançado ao espelho
Neste mundo narcisístico
E se me aborda
Aborda-me, sim
Não pela borda, mas pela alma
Que é lá que se me toca
Pois não sou prato de sopa
Nem fabrico gorros

5 comentários:

  1. Acho que é o que li aqui e mais gostei até agora, o poema mais metafórico. "Não sou prato de sopa" é ótimo, adorei!

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  2. Como a Fernanda eu tbm adorei essa frase "Não sou prato de sopa"...acho que quando lidamos com pessoas diretas e francas que não vão pelas bordas e colocam o "dedo direto na ferida" a vida se torna mais simples e ate mais leve!
    Como sempre vc falando oq eu sinto de maneira tão clara e bonita...Adoro vcs escritores...rsrsss
    E abaixo joguinhos, insinuações e meias verdades!!!....rsrsrss...
    Beijosssss

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  3. Adorei a foto... que delícia ...
    o que é???

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  4. Sopa de morango quente com sorvete de creme, na foto já derretido. Uma delícia mesmo! Coisa pra se tomar no frio.

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  5. Às vezes se acerta uma metáfora! rs...
    Quem vai só pelas bordas da sopa corre o risco de não ousar-lhe o conteúdo pleno e apetecer-se (ou desapetecer-se) apenas com o caldo ralo e resfriado da borda.
    Perde-se conteúdo, perde-se calor, perde-se...

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