Constrói-se com todo o cuidado, cultiva-se, aduba-se a horta
De repente um vento forte, inesperado,
Um vento do norte, sei lá donde,
Bate forte, arromba portas e janelas, aniquila o cuidado
Mata a horta, deixa tudo em destroços
Foi um terremoto, não é um Haiti,
Foi um monte de dor, visível
Sonhos voando por todos os lados, inescrupulosamente,
Vidas soterradas, esperanças sufocadas,
Um vento do sul, sei lá donde,
Bate cru, bate derrubando até mesmo as estruturas
Não restam plantas no quintal
O céu não mostra seu azul
As taças se despedaçaram
As núvens que pairam são cinzentas, de assombro
O rosto que se mostra nas formas amorfas
Formam rostos sádicos, de vida
São destroços de construções, de desejos, de sonhos
Desistências impostas, surpreendentes
Gente, gente, quanta querência!
Querer bem é algo perigoso? Não! Vale a pena viver
Ainda que passando pelo tormento
Ainda que absurdamente atormentado
Bate um vento do leste, sei lá donde,
Bate forte e não deixa gente de pé, não com firmeza
E amanhã? E depois de amanhã?
Tudo parece terminado, mas é ciclo
No circo do qual fazemos parte, bom e divertido,
Há espaço pra dor, sim há
Mas é suportável, ainda que pareça não
Bate um vento oeste, sei lá donde
Não deixa de pé nenhum cipreste, nenhuma rosa
A mais bela despetalou-se
Ao vento forte, ao abalo sísmico
Mas a rosa vai sobreviver, vai sim,
Que é rosa forte e bela
A raiz é firme, apesar do abalo, da dor, do despedaçar
A rosa chora, e sinto te dizer, Cartola,
As rosas falam e falam bonito
Escrevem, cativam, cultivam, dão o melhor de sí
São o melhor em si, mas perecem
Só que não é por fim,
É por recomeçar, frágil, mas forte, como é a rosa
Floresce de novo
É da natureza da rosa
É mais forte que o abalo e a destruição
E reina em meio aos escombros
E reconstrói tudo de novo... tudo de novo outra vez
Não há só uma taça, sempra há mais
De repente um vento forte, inesperado,
Um vento do norte, sei lá donde,
Bate forte, arromba portas e janelas, aniquila o cuidado
Mata a horta, deixa tudo em destroços
Foi um terremoto, não é um Haiti,
Foi um monte de dor, visível
Sonhos voando por todos os lados, inescrupulosamente,
Vidas soterradas, esperanças sufocadas,
Um vento do sul, sei lá donde,
Bate cru, bate derrubando até mesmo as estruturas
Não restam plantas no quintal
O céu não mostra seu azul
As taças se despedaçaram
As núvens que pairam são cinzentas, de assombro
O rosto que se mostra nas formas amorfas
Formam rostos sádicos, de vida
São destroços de construções, de desejos, de sonhos
Desistências impostas, surpreendentes
Gente, gente, quanta querência!
Querer bem é algo perigoso? Não! Vale a pena viver
Ainda que passando pelo tormento
Ainda que absurdamente atormentado
Bate um vento do leste, sei lá donde,
Bate forte e não deixa gente de pé, não com firmeza
E amanhã? E depois de amanhã?
Tudo parece terminado, mas é ciclo
No circo do qual fazemos parte, bom e divertido,
Há espaço pra dor, sim há
Mas é suportável, ainda que pareça não
Bate um vento oeste, sei lá donde
Não deixa de pé nenhum cipreste, nenhuma rosa
A mais bela despetalou-se
Ao vento forte, ao abalo sísmico
Mas a rosa vai sobreviver, vai sim,
Que é rosa forte e bela
A raiz é firme, apesar do abalo, da dor, do despedaçar
A rosa chora, e sinto te dizer, Cartola,
As rosas falam e falam bonito
Escrevem, cativam, cultivam, dão o melhor de sí
São o melhor em si, mas perecem
Só que não é por fim,
É por recomeçar, frágil, mas forte, como é a rosa
Floresce de novo
É da natureza da rosa
É mais forte que o abalo e a destruição
E reina em meio aos escombros
E reconstrói tudo de novo... tudo de novo outra vez
Não há só uma taça, sempra há mais
Quem de nós nunca passou por isso? Essa perda, essa desconstrução de sonhos, de ideais de uma vida "feliz". O importante é ter a certeza de que tentamos, de que aproveitamos ao máximo cada segundo e que fomos realmente felizes enquanto durou. Não é fácil! Mas faz parte do viver correr alguns riscos, ainda que não tão calculados, porque coração não é feito de razão, mas de pura emoção.(Ainda bem!)
ResponderExcluirE como no outro comenrário que você fez eu me lembrei, mas não transcrevi, a música Começar de Novo, aqui vai:
ResponderExcluirComeçar de Novo
Ivan Lins / Victor Martins
Começar de novo e contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido
Ter virado o barco, ter me socorrido
Começar de novo e só contar comigo
Vai valer a pena ter amanhecido
Sem as tuas garras sempre tão seguras
Sem o teu fantasma, sem tua moldura
Sem tuas escoras, sem o teu domínio
Sem tuas esporas, sem o teu fascínio
Começar de novo e só contar comigo
Vai valer a pena já ter te esquecido
Começar de novo...
Pode parecer pessimista em alguns pontos, mas é preciso ler com atenção e estar atento ao título da música, à estrofe da música. A gente sempre pode (e deve) começar de novo, mesmo que seja difícil, mesmo tendo que romper amarras apertadas. É sempre possível.
"POEMINHA DO CONTRA
ResponderExcluirTodos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!"
(Mário Quintana)
Esse poeminha foi p rosa, pobre rosa...rsrsrs
Acho que o mais importante é recomeçar bem, se resolvendo e conseguindo tirar da vida o melhor que há para ser tirado, sendo até gratos... porque como na letra da música acredito que sempre vale à pena...
Beijo!
incrível sua sensibilidade poética e habilidade em escrever!
ResponderExcluir;**
Oi, Luna.
ResponderExcluirObrigado pelo elogio, pela visita, pelo comentário. Apareça mais por aqui, apareça sempre por aqui. To sempre de olho no seu blog à espera de algo novo.
Beijo.