E as linhas que eu escrevia
iam sumindo
antes de chegar ao fim da linha,
como se a tinta da caneta
estivesse se acabando,
mas não,
a caneta estava cheia.
Na próxima linha,
cor forte, traço firme,
a idéia seguinte, mas novamente
as linhas iam sumindo ao final.
Parecia que, por vontade própria,
não queriam mostrar por completo
seus segredos.
E da mesma forma
que ocorria com cada linha,
foi ocorrendo a cada nova linha,
a cada nova estrofe,
ia sumindo e sumindo e sumindo.
Ao final do poema
a caneta parecia seca,
mas não estava. Aceitava rabiscos,
desenhos à toa, qualquer coisa,
menos a escrita daquelas idéias,
a exposição daquela vida,
daquela intriga, daquela intimidade.
Ao ponto final, nem sinal
em baixo relevo ficou no papel.
Sumiu tudo.
Era seca de poesia,
era o fim da linha...
iam sumindo
antes de chegar ao fim da linha,
como se a tinta da caneta
estivesse se acabando,
mas não,
a caneta estava cheia.
Na próxima linha,
cor forte, traço firme,
a idéia seguinte, mas novamente
as linhas iam sumindo ao final.
Parecia que, por vontade própria,
não queriam mostrar por completo
seus segredos.
E da mesma forma
que ocorria com cada linha,
foi ocorrendo a cada nova linha,
a cada nova estrofe,
ia sumindo e sumindo e sumindo.
Ao final do poema
a caneta parecia seca,
mas não estava. Aceitava rabiscos,
desenhos à toa, qualquer coisa,
menos a escrita daquelas idéias,
a exposição daquela vida,
daquela intriga, daquela intimidade.
Ao ponto final, nem sinal
em baixo relevo ficou no papel.
Sumiu tudo.
Era seca de poesia,
era o fim da linha...
Gostei muito dos três poemas.
ResponderExcluirEste me fez ver a poesia como nessa imagem que vc escolheu: uma névoa, que depois que a atravessa, ela parece se dissipar, ou deixa as coisas mais distantes, longe do nosso alcance visual.
Beijos.
↓
ResponderExcluirNo fim da linha tem um ponto.
...
Na vida real,
da imagem,
caminhar nesta linha,
quem apaga-se é o nevoeiro!
Gostei!
Querido! Ivan
ResponderExcluirAgradeço o carinho do seu comentário no pequeno espaço, e fico feliz que tenha gostado.
A net tem essa magia de encontra pessoas tem poesia na alma, voce é uma delas. Desculpe simplicidade do meu comentário, pois nao tenho o dom das letrinhas. Mas com certeza sempre vou está por aqui...a poesia alimenta minha essencia.
beijos,
Não encontro nesse momento meu, um final, uma chegada... Mas sei que ele deve estar lá.
ResponderExcluir:(
Lindo poema, gosto tanto de vir aqui.
Ivan!
ResponderExcluirEm tudo há sinais. Nas aves, nas canetas. São teimosas, quando não querem o conteúdo, e olha que elas sequer aparecem.
Ainda bem que você resistiu e deu o ponto final.
Beijos
Mirze
A linha da vida, do trem e da página...
ResponderExcluirGosto da idéia e do jogo que faz com a imagem!
100 seguidores???
Esse blog não é mais o meu achado é o de tantos!
Parabéns!
Beeeeeeijo!
Ivan, teu poema me faz lembrar de que a caneta e a página em branca do poeta são cheia de hieroglifos, marcas, rasuras, impressões, manchas e para limparmos tudo isso é que escrevemos!!!
ResponderExcluirParabéns, o poema inquieta e repõe as cargas de emoções que precisamos para seguir escrevendo.
Um beijo, Vidráguas!!!
Carmen Silvia Presotto
Interessante a sensação de transitoriedade que poema transmte. Me lembrou outro (de Jorge Luís Borges):
ResponderExcluir"Não há uma só coisa que não seja
nuvem. Assim são essas catedrais
de vasta pedra e bíblicos cristais
que o tempo alisa. A Odisséia, veja,
muda como o mar; há algo distinto
a cada vez que a abrimos. Seu velho
rosto já é outro, visto no espelho,
e o dia é um duvidoso labirinto.
Somos os que se vão. A volumosa
nuvem que se desmancha no poente
é a nossa imagem. Incessantemente
a rosa se converte em outra rosa.
Você é nuvem, mar, esquecimento.
E é o que perdeu a cada momento."
No ínicio algo turvo que até alinhar-se nos faz todo aprendizado. Os segredos são engimas de entrelinhas, a gente não vê, mas sente mesmo que não entenda. Essa é a mágica.
ResponderExcluirFiquei muito feliz com sua visita, querido. Gostei muito do seu espaço e voltarei aqui mais vezes.
Bom dia! Beijos.
É belo o seu poema!
ResponderExcluirParece que vamos a seguir a viagem juntamente com as palavras. Muito sensitivo, fantástico.
Parabéns.
Obrigada pela visita. E espero que haja mais linhas. :)
Ana
Talvez a caneta, egoísta, quisesse a beleza toda pra si. Tem dessas...
ResponderExcluirBeijo, querido!