Fertilidade poética e imaginativa,
Enveredou-se pela escrita sendo um em diversos.
Retornando múltiplos a um em versos,
Nunca deixou de lado a tratativa com o rigor à forma.
Andou trôpego, mas a apontar verdades,
Notando mais que a mediana visão mundana afora.
Dom da escrita em criação: tonalidades,
O mestre da poesia portuguesa, sem exceção o fora.
Porte de pessoa garbosa tinha ele, pois,
E era, de per si, Ricardo, Álvaro ou mesmo Alberto,
Sem, no entanto, deixar de ser só pessoa.
Simulou a multiplicidade em heterônimos, aberto.
Oscilou pelas ruas de Lisboa e da África,
Atingiu o mundo: "drama de gente", poesia, Pessoa.
Enveredou-se pela escrita sendo um em diversos.
Retornando múltiplos a um em versos,
Nunca deixou de lado a tratativa com o rigor à forma.
Andou trôpego, mas a apontar verdades,
Notando mais que a mediana visão mundana afora.
Dom da escrita em criação: tonalidades,
O mestre da poesia portuguesa, sem exceção o fora.
Porte de pessoa garbosa tinha ele, pois,
E era, de per si, Ricardo, Álvaro ou mesmo Alberto,
Sem, no entanto, deixar de ser só pessoa.
Simulou a multiplicidade em heterônimos, aberto.
Oscilou pelas ruas de Lisboa e da África,
Atingiu o mundo: "drama de gente", poesia, Pessoa.
Obs.:
Em 13 de junho de 1888 nascia em Lisboa, Portugal, um dos maiores poetas da língua portuguesa (com a disputa acirrada com Camões), há 122 anos atrás. Viveu na África do Sul com a mãe, na infância, onde aprendeu Inglês e compôs poemas neste idioma, depois tendo retornado a Portugal. A expressão "drama de gente" era usada por ele próprio para se autodenominar.
Grande!
ResponderExcluirGostei muito do poema homenagem!
Beijo.
Ivan,
ResponderExcluira Pessoa Poética se fragmentou em outras Pessoa(s) e Fernando(s). Criou memória, deixou memória e é dela que nos inspiramos.
Um abraço
Lara e Pâmela,
ResponderExcluirEu ainda estava editando correções ortográficas quando vi os comentários de vocês chegando. Muito bom isto! Quase uma conversa em tempo real. Composição quentinha.
Bom tê-las por aqui.
Beijo grande, pessoas.
Bela homenagem a um dos meus ídolos da literatura.
ResponderExcluirMeu livro de cabeceira, um dos é O Livro Do Desassossego. Maravilhoso.
Parabéns pela bela homenagem!
Beijos
Mirze
Oi, Mirze.
ResponderExcluirO "Livro do Desassossego" é também um livro do qual gosto muito. Dentre as poesias que gosto muito, nem tamto pela forma, mas pelo "tapa" que ele dá na hipocrisia humana, está o "Poema em Linha Reta".
Beijo grande.
Ivan, um beijo companheiro e gostei tanto da Hoemangem a Pessoa que colei em Vidráguas!!!
ResponderExcluirCarmen Silvia Presotto
www.vidraguas.com.br
Carmen,
ResponderExcluirBom te ter por aqui, bom trocar idéias, sempre bom estar em Vidráguas.
Obrigado pela divulgação, mais uma vez.
Beijo grande.
maravilhosa homenagem!
ResponderExcluirvocê desenho na escrita o retrato de um poeta de muitas pessoas, parabéns!
Oi, Betina.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário metafórico. Dá um certo frio na barriga tentar homenagear um poeta de tal estatura. Pelo menos tentei.
Beijo grande.
Como já te disse, Ivan, escrever sobre pessoa é muito difícil, conheço apenas um ou dois poemas.
ResponderExcluirTu conseguiste, de uma forma brilhante, falar de pessoa, usando uma prosa poética muito eficaz, com uma postura de admiração, mas sempre de proximidade.
Há aquela questão do termo trôpego de não gostei, mas que justificaste muito bem.
Obrigado pelo poema, sinto-me sempre orgulhoso quando vejo a vossa admiração por Pessoa e Outros. Pena que a admiração não seja recíproca, porque quem perde somoa nós
António,
ResponderExcluirObrigado por suas palavras e pelo aconselhamento.
Quanto ao termo "trôpego", para quem nos lê e não sabe da conversa anterior, feita por e-mail, me referi à história de vida de Fernando Pessoa, com a perda do pai aos 5 anos, a perda de dois irmãos também na infância, a introspecção a que se submeteu (ou foi submetido) em consequência ao segundo casamento de sua mãe e às mudanças de país e, posteriormente, ao alcoolismo.
Trôpego, como todos cambaleamos muitas vezes como seres humanos, mas jamais em sua obra, jamais como poeta, escritor.
Grande abraço.
"LER É SONHAR PELAS MÃOS DE OUTREM" >>> Falando em Fernando Pessoa, e nO Livro do Desassossego, que a Mirze comentou, lembrei dessa frase que está no livro e que me encanta, por explicar um pouco porque a leitura é algo tão fascinante.
ResponderExcluirIvan, muito linda sua homenagem!
Ótima semana para vc! ;)
Belas palavras Ivan!
ResponderExcluirParadoxo! “O poeta é um fingidor” soa como um subterfúgio para escrever o que, às vezes, não se pode admitir publicamente, ou, por alguma espécie de pudor, não se admite a si mesmo. A moral dissociada da relatividade que a determina, as convenções sociais, os costumes, todos esses conceitos se enraízam no seio da sociedade. O poeta finge, simula, porque muitas vezes não pode dizer a verdade em seu modo habitual. Mas o que ele escreve não é mentira, é uma forma mais sublime de verdade, singela, artística, metafórica, intensa e muitas vezes mais autêntica que a verdade convencional. Isso significa uma quebra de paradigmas, é preciso estar suscetível à verdade da forma como ela vier. Fernando Pessoa tinha os seus heterônimos e, a depender do prisma do leitor, eles poderiam ser tão ou mais reais que o próprio Pessoa.
Nã,
ResponderExcluirO Livro do Desassossego é uma obra e tanto. Preciso reler... preciso ler e reler tanta coisa... e esses dias só com 24 horas, e estas semanas só com 7 dias, e esses meses só com 30 ou 31 dias (pior é fevereiro), e esses anos só com 365 dias e 6 horas, enfim...
Obrigado pelo comentário, Nã. Boa semana, também.
Beijo grande.
Juliano,
ResponderExcluirBela reflexão, ótimos comentários. E sobre este "fingimento", eu não poderia deixar de postar aqui nos comentários o poema completo de onde deriva toda esta análise. Aí vai para todos nós:
AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa
Simplesmenge genial. Uma fonte de onde se deve sempre buscar beber mais e mais, em Pessoa e seus inúmeros heterônimos.
Abraços.
Ivan com suas lindas, merecidas e certeiras Odes!
ResponderExcluirComo sempre brilhante!Como sempre um poeta!
ps: Coloquei esse comentário no Vidráguas e queria colocar aqui também...rsrsrss
Beeeijo!
Aline,
ResponderExcluirAté que enfim. Quando você demora pra ler minhas postagens, eu estranho. Bom te ter por aqui, sempre.
Obrigado pelo comentário aqui e lá no Vidráguas.
Beeeeeeijo.
Você a cada poema me deixa mais feliz,e eu que pensava que talento e sensibilidade eram só para as fotografias...Beijos querido poeta!
ResponderExcluirPuxa, Ely.
ResponderExcluirObrigadíssimo pelo comentário. Eu escrevo por catarse. Às vezes acho que sai algo bom, muitas vezes acho que só mediano. Mas vou lendo, escrevendo e tentando me aprimorar.
Beijo grande.
Ivan, excelente essa tua homenagem, descrevendo os tantos Pessoas que nos iluminaram.
ResponderExcluirbeijos
Oi, Andrea.
ResponderExcluirBom tê-la por aqui. Tentar homenagear Fernando Pessoa é sempre difícil. Como já escrevi antes, não sei se consegui, mas tentei.
Beijo grande.
Mal sabia eu que ao homenagear os 122 anos do nascimento de Fernando Pessoa estaria a 5 dias de homenagear outro grande escritor português, meu predileto, José Saramago, falecido em 18/06 às 8:00h da manhã, no horário de Brasília. Grande perda, grandes escritores, grandes expoentes.
ResponderExcluirObrigado a todos.