quinta-feira, 8 de julho de 2010

À deriva

Barco à deriva
Deriva-se de que?
Vida de barco
Perdido em oceano
Não é azul?

O céu é tormenta
Tudo atormenta
Ondas violentas ocasionais
Marolas raras
Há, mesmo, tormenta?

Barco à deriva
Muita água, muita sede
Muitos peixes, muita fome
Horizontes amplos
Destino sem rumo

Barco à deriva
Há tormenta no céu
Acima encabeça
Pensamentos
Âncora... Terá fundo?

18 comentários:

  1. A calmaria do azul no horizonte infinito de mar e céu confunde, e como, a paz de dentro que se remói.

    Beijo.

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  2. Ivan, lindo poema. Adoro barcos em mar de tempestade ou calmaria. Prefiro barco à deriva do que aprisionado no porto.

    (Eu bem tentei passar aqui antes, mas a imagem do post anterior me espanta...cada um com suas fobias malucas, né?...rs)

    beijos pra ti

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  3. às vezes o que parece doce...nos faz ranger os dentes de tão azedo...
    muito legal
    bj
    taniamariza

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  4. Não tem fundo e nem âncora
    e o barco voa... pra longe...
    foi brincar de barco em mares calmos,
    fazer de conta que é pipa no céu azul,
    pediu descanço...

    porque vida de barco à deriva,
    não é mole!

    beijo grande moço!!!

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  5. Lindo, Ivan!

    O mar sempre questiona, tanto quanto o AMAR.

    Se tem fundo ninguém ainda questionou. Será você a descobrir?

    Beijos

    Mirze

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  6. O barco deriva-se das pequenas canções das ondas, e em comunhão com o azul do céu e do mar que se confunde nesta vasta imensão, ele é o pássaro da lua,

    Ivan, dá uma olhada http://alinhavodecores.blogspot.com/2010/07/ainda-sobre-as-folhas-de-platanos.html

    dediquei algumas palavras a ti,

    abraços

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  7. Não sei se terá fundo, mas já há a profundidade.

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  8. Muito linda a imagem e as ideias que se formam. Belo poema. Bj

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  9. Ivan,
    o mar é profundo, mas tem fundo. Tenha certeza disso!
    Beijosssss, moço lindo.

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  10. E onde tudo atormenta, chega a Poesia com seu deslizar no mar de palavras...

    Um beijo, Ivan.

    Carmen Silvia Presotto
    www.vidraguas.com.br

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  11. sim, há tormentas.
    como há estio, céu azul, bonança.

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  12. barco pensamento que deriva do mar.

    lindo!

    um beijo, ivan.

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  13. O barco à deriva acaba por chegar a bom porto.
    Gostei. Bom fim-de-semana. :)

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  14. Barco à deriva que derivou num poema e nos questiona sobre a profundidade do mar.

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  15. Lembrou-me Djavan: "Nem que eu bebesse o mar, encheria o que eu tenho de fundo..."

    Lindo poema, Ivan!

    Sigamo-nos então.
    Rossana

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  16. Esse barco à deriva é onde paramos a vida de vez em quando... exatamente sem prognóstico e sem vento que a conduza para algum lugar.

    Beijos!

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  17. Tudo tem fundo - lá, bem lá onde moram os segredos insegredáveis.

    Tão bonita a imagem que as letras foram criando...

    Beijoca, querido

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  18. "Deriva de que?"...

    Ivan, também continuo lendo por aqui, mas ancoro ora neste. faço maré nas tuas construções.

    Que poema!

    Um beijo, e grata por gravares palavras no Dialogando...

    [Ouso-te isto, dois poemas em diálogo: água doces beijando olho de mar]

    Nenhum tempo se ancora à memória das águas
    sabe-se que era março
    ela, moça
    cumpria seu curso
    canais sem mancha, gôndolas sem remo
    pluvial como uma nascente em cabeceira de céu
    sem rumo desceu
    contra rochas, contratempos
    correntezas na foz
    calmaria no cais
    só adentro um rumor de ribeiro
    seguiu

    de nuvem descingiu um vestido velho
    lavadeira na beira de riacho doce
    em seu leito, beirava a loucura
    e lavava-se de cócoras em caldas
    calor de verão
    pano coado – pingos de febre
    sais-de-cheiro de chuva por trás das serras
    contorno sertão
    agora lagoa - sequiosa, inquieta
    garoa nos lábios
    - úmidos quão olhos -

    evaporam-se os dias, fica-se o fluxo
    rio vertical
    em ciclo e regaço manso
    remanso esgarçado num colo
    como quem irrompe
    do pote o barro

    [Katyuscia Carvalho]

    Read more: http://katyuscia-carvalho.blogspot.com/search?updated-max=2009-11-29T22%3A24%3A00-03%3A00&max-results=10#ixzz0tTjjRNwj

    ...

    Uma canção lambe a noite caída d’um búzio à letra da tarde
    a letra nascida da exaustão

    Quando a espera é tanta, embala-nos o cansaço a maré
    Na rede, soltam-se os remos…

    Há rendidos a trocar sonhos por salva-vidas
    Sobreviventes à espera da ressaca nova

    Seres que da vida vivem sua volta
    qual mulheres de pescadores e suas rendas e lendas

    marcando encontro com náufragos
    com os que arrastam o hoje tardio até a borda

    Marulhos de semprespera, seixos de contartempo
    e uma garrafa a aportar para os que encalham no cais

    O que espera dos seus a vida?
    Secarem os dias? Ou morrerem afogados de alto-amar?

    [Katyuscia Carvalho]

    Read more: http://katyuscia-carvalho.blogspot.com/search?updated-max=2010-02-05T18%3A28%3A00-03%3A00&max-results=10#ixzz0tTib6j00

    Beijos.

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