Uma visão perfeita, celeste, vinha de cima e me chamou
Olhava-me o céu inquirindo-me da vida
Calado lhe olhava junto aos pássaros
Queria eu um voo, uma visão altiva, menos repetitiva
Olhava-me o céu repetindo-se na pergunta
Desafiando-me a responder o irrespondível
Irresponsável mania humana de tudo querer saber
E, nesta mania, constrói, destrói, mói, se dói
Pássaros na árvore miram o céu, miram a mim
Olhar inquiridor, estranham-me a falta de penas
Sentem pena por meu caminhar, compreendem céu
Voam seus voos belos e voltam à bela árvore
Nunca pararei de olhar o céu, de olhar as aves
Nem de questionar o irrespondível viver
Pois sempre serei inquirido pelo céu
Sempre terei a compaixão das aves
Tentarei, não como Ícaro, voar meu voo altivo
Ver o mundo de cima para entender-me pequeno
Ver-me no alto para entender-me baixo
Ver-me pássaro para entender-me humano
As nuvens passam, os pássaros aquietam-se pousados
A árvore inerte, só em aparência, fica imóvel como eu
Mas estamos vivos, eu e ela e também o céu
Que insistirá eternamente a me inquirir até o fim
Obs.:
Poema inspirado nesta bela foto tirada por Yani Rebouças, Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, neste ano de 2010.
Agradeço a Ana, do blog (In) Cultura, de Portugal, pela publicação deste poema em seu espaço cultural. Vocês podem conferir pelo link: http://sonhar1000.blogspot.com/2010/07/um-poema-do-outro-lado-do-mar.html e vejam muita coisa interessante que há por lá.
Olhava-me o céu inquirindo-me da vida
Calado lhe olhava junto aos pássaros
Queria eu um voo, uma visão altiva, menos repetitiva
Olhava-me o céu repetindo-se na pergunta
Desafiando-me a responder o irrespondível
Irresponsável mania humana de tudo querer saber
E, nesta mania, constrói, destrói, mói, se dói
Pássaros na árvore miram o céu, miram a mim
Olhar inquiridor, estranham-me a falta de penas
Sentem pena por meu caminhar, compreendem céu
Voam seus voos belos e voltam à bela árvore
Nunca pararei de olhar o céu, de olhar as aves
Nem de questionar o irrespondível viver
Pois sempre serei inquirido pelo céu
Sempre terei a compaixão das aves
Tentarei, não como Ícaro, voar meu voo altivo
Ver o mundo de cima para entender-me pequeno
Ver-me no alto para entender-me baixo
Ver-me pássaro para entender-me humano
As nuvens passam, os pássaros aquietam-se pousados
A árvore inerte, só em aparência, fica imóvel como eu
Mas estamos vivos, eu e ela e também o céu
Que insistirá eternamente a me inquirir até o fim
Obs.:
Poema inspirado nesta bela foto tirada por Yani Rebouças, Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, neste ano de 2010.
Agradeço a Ana, do blog (In) Cultura, de Portugal, pela publicação deste poema em seu espaço cultural. Vocês podem conferir pelo link: http://sonhar1000.blogspot.com/2010/07/um-poema-do-outro-lado-do-mar.html e vejam muita coisa interessante que há por lá.
Belo, muito belo.
ResponderExcluirEstive a lê-lo ao som de "Vissi d'arte"" ária do II Acto de Tosca.
"Tentarei, não como Ícaro, voar meu voo altivo"
"Ver-me pássaro para entender-me humano", estes foram os versos que mais me tocaram.
Se me der permissão colocarei o seu poema no meu blogue.
No céu sempre cabem todos os poemas.
ResponderExcluirMuito bonito!
Beijo.
Oi, Ana.
ResponderExcluirClaro que pode publicar meu poema no seu blog. Vai ser uma honra estar por lá. Quando o fizer, me avise por e-mail que coloco aqui um link abaixo do poema fazendo a ligação do meu blog ao seu.
Beijo grande.
Lara,
Sempre bom te ter aqui com esta leitura de quem escreve tão bem.
Beeeeeeijo.
Ivan, eu estava com saudades de voce... então vim lhe ver e encontrei esta linda foto. Realmente, a vida, para quem sabe apreciar o belo e a simplicidade no magnetiza. Somos captados pelo esplendor do ceu em composição com as curvas da natureza e a beleza das aves.
ResponderExcluirBeijinhos
Sou como um pássaro que, sentado no galho de uma árvore, contempla o céu. Desejo voar, mas minhas asas estão feridas. Felizmente posso sentir os raios de sol e a brisa tocarem minhas penas...
ResponderExcluirParabéns, Ivan, pela sensibilidade expressa no poema! Esta é uma característa de poucos homens: apenas os nobres de espírito tem capacidade de detê-la.
Um beijo!
Oi, Sissy.
ResponderExcluirQue bom te ter por aqui. Ando em dívida com muitos blogs, e o seu é um deles. Nem sempre dá tempo de ler tudo, mas passo por lá pra saber das novas.
Beijo.
Luana, dona cantora.
Bom te ter por aqui, também, e obrigado pelas palavras. Volte mais.
Beijo grande.
Tentarás como poeta voar seu voo altivo
ResponderExcluirE verás o mundo de cima para entender-se pequeno
Verás do alto para entender-se baixo
Verás pássaro para entender-se humano!
[licença poética]
Isso é profecia pura que emana de suas palavras e que faz o fragmento de vida captado pela minha lente mais poético e mais significativo!!!
Seja sempre, Ivan!
Yani,
ResponderExcluirQue bom te ter aqui de novo e muitíssimo obrigado pela foto que me inspirou o poema. Este "casamento" entre fotos e poemas é algo que idealizo desde aproximadamente 1988. Começou a tomar forma com o blog.
Obrigado e quando tiver mais fotos legais, me mande pra ver se a tal da inspiração baixa, tá?
Beijo grande, fotógrafa, poeta.
É da natureza humana se questionar permanentemente.
ResponderExcluirAcho que a gente tem que sempre se questionar, ainda que em doses pequenas (a contagotas). Quando a gente não se questiona, se estaciona, para de pensar. Não é exatamente fácil às vezes dói, mas vale a pena.
ResponderExcluirBeijo.
Caro Ivan,
ResponderExcluirMe afeiçoei com seu texto. Congrats sinceros.
Andreia.
Que inspiração!!!!!
ResponderExcluirCéu, aves, a Lagoa Rodrigo de Freitas, e Ivan!
Já bastava para que o voo fosse alto e o sonho como de Ícaro.
O porta ultrapassou as barreiras e nos presenteou com este belo poema!
Belo, Ivan!
Beijos
Mirze
Oi, Andréia.
ResponderExcluirSeja bem vinda. Bom ter sua leitura.
Beijo.
Mirze,
Sempre bom te ter por aqui. Este podema é que me veio de presente através da foto. É uma daquelas fotos que fazem a inspiração se incorporar da gente.
Beijo grande.
O poeta voa de uma forma tão desregular e tão singular que deixa aviadores profissionais malucos.
ResponderExcluirO poeta questiona sem questionar, fala sem dizer, Diz sem falar. O poeta é tudo num só, o poeta alça voos maiores do que qualquer pássaro que dorme de braços abertos.
Que lindo Ivan, que bom te ler,viu?
Vou te linkar lá no Desmondier, pode? Se não deixar, eu linko mesmo assim. Quero que todos vejam que maravilha de blog tenho pertinho!!
Um beijo
ivan, conheci vc naquela insanidade enológica ... rsrs ... no blogg da dani. abrir garrafa de vinho com sapato, de homem, é pedir demais. escrevi um coment, se quiser ler.
ResponderExcluirvim aqui pelo seu comentário lá e resolvi seguir vc, principalmente, pela sua preferência cinéfila: amadeus é o primeiro, dos 5 filmes da minha vida.
tenho 3 bloggs, que eu acredito vc vá gostar. um sobre rock, outro de receitas e suas histórias e este, com o qual assino aqui.
beijo. regina.
Carol,
ResponderExcluirQue comentário mais gostoso. E é claro que pode colocar meu link lá no Desmondier. Eu é que tenho a agradecer.
Beijo enorme.
Regina,
ResponderExcluirSeja bem vinda. Vou lá conhecer seu espaço. Quanto ao método de abrir o vinho, como disse lá, na falta de sacarrolhas, melhor usar uma toalha. (rs...)
Beijo e bem vinda.
Poesia demais, Ivan. Transbordante. Linda, como o azul desse céu.
ResponderExcluirBeijooO
Valéria,
ResponderExcluirEsse céu, como você leu, eu ganhei de presente. Foto que inspira: olhar para fora que faz olhar para dentro.
Beijo.
"Irresponsável mania humana
ResponderExcluirde tudo querer saber."
Sinto-me, então,
por vezes,
nem tanto humana...
Há coisas
que prefiro
imaginar
a conhecer.
(Quinta-feira nublada.
Dia propício a devaneios.) rs
Um abraço,
Doce de Lira
Olá Ivan,
ResponderExcluirVai sair amanhã, dia 16 de Julho!
Coloquei um link para o seu blog.
Muito obrigada!
:)
Oi, Renata.
ResponderExcluirBem vindo seu devaneio, que ficou como um poema dilho do poema. Isso é muito bacana.
Beijos.
Ana,
Obrigado mais uma vez pelo carinho e será uma honra estar publicado lá no (In)Cultura (http://sonhar1000.blogspot.com/) e ter a chance de ser lido também pelos seus leitores. Obrigado pelo carinho.
Beijo grande.
Ter a compaixão das aves é um grande achado e também um voo certo!
ResponderExcluirUm beijo amigo, Ivan.
Carmen Silvia Presotto
www.vidraguas.com.br
Carmen,
ResponderExcluirTenho verdadeira paixão pelos pássaros e um quintal cheio deles. Pode até ser projeção, mas gosto de pensar assim, ajuda no voo.
Beijo grande, sempre bom te ter por aqui.
Eu acho que se texto me deu a receita ideal de como entender-me humano.
ResponderExcluirTerei eu que virar ave,lá do alto me olhar pequeno e me inquirir.
Ou seja, nunca vou me entender.
E aí chego no desfecho do seu poema: vou ser inquirido até o fim.
ótimo Ivan!
abraços!
É, Pedro.
ResponderExcluirAcho que a gente nunca se entende por completo, mesmo.
Bom te ter por aqui. Volte mais.
"Sempre terei a compaixão das aves"
ResponderExcluirivan,
a frase é uma das mais belas que li nos atuais tempos dos termos da poesia.
bravo!
um verso repleto de beleza.
parabéns por mais uma belíssima construção. comovente.
um beijo.
Questões, ou a questão. O tom filosófico, ou a reflexão em versos que fazem pensar.Gostei muito.
ResponderExcluirOi, Betina.
ResponderExcluirNem sei o que dizer diante da sua declaração, a não ser obrigado pela leitura, pelo carinho.
Beijo grande.
Gerana,
Bom te ter por aqui de novo. Minha ideia foi mais de algo em tom reflexivo, mas muitas vezes uma introspecção nos leva a filosofar, mesmo.
Beijos.
Oi, Ivan, perfeito texto poético, de pura sensibilidade. Acredito que essa melodia nos transporta à realidade pessoal, somos, sim, questionados, seja por nós mesmos ou pelos outros, numa frequente transposição de perguntas, muitas vezes sem respostas.
ResponderExcluirLinda inspiração! Parabéns!
Ver-me pássaro para entender-me humano
ResponderExcluirIvan, que frase belíssima...é preciso voar pra conhecer a terra.
↓
ResponderExcluirVoaste alto IVAN,
e lá do azul trouxeste este lindo poema!
Dá-lhe Ivan oh é!
Caro Ivan,
ResponderExcluirEstive visitando seu blog e este poema está entre os muitos que apreciei... viver com simplicidade não é tarefa das mais fáceis.
Eu, sinto-me as vezes sem condições de voar... mesmo fervilhando em mim todas as emoções do mundo.
Será bom um dia poder voar altivamente, "entender-me pequeno, baixo e humano."
Abraço...
Oi, Luciana.
ResponderExcluirOs questionamentos são inevitáveis, e nós é que nos fazemos, ou diretamente ou em forma de projeção (que foi como fiz no poema). Questionar é preciso, ainda que não se tenha as respostas. Quem não questiona, se engessa, né?
Adriana,
Acho que a gente só entende o quanto é pequeno se vendo (ou se imaginando visto) do alto. Mesmo em um avião a gente já tem esta noção da miniatura que somos. Em escala universal, não somos mesmo quase nada. E ainda há os que estufam o peito e questionam "Você sabe com quem está falando?". A resposta deveria se "Com um pozinho cósmico" (rs...).
Tonho, mago das imagens palavreadas,
Este poema saiu de um papel A4 e veio parar aqui.
E como informação pra quem não conhece o trabalho do Tonho, acessem http://www.6vqcoisa.blogspot.com/ e também http://www.po--etica.blogspot.com/. O do papel A4 está no Facebook.
Abraços, tchê.
Djones,
Bom te ter por aqui, cara. Acho que neste poema cabem questionamentos como "Who wants to live forever?", não? Acho que você deve conhecer a música. (rs...)
Abraços
"Ver-me pássaro para entender-me humano"
ResponderExcluirEntender inclusive os desejos instintivos que relutamos em libertá-los...
O que restaria de essência nessa existência tão influenciada pelas experiências e interações com o outro?
Teríamos coragem para compreender o que restaria de identidade crua? Estaríamos preparados para verdade pura que nos habilitaria a executar vôo pleno?
Adorei o estilo e as reflexões aqui propostas!
Oi, Lívia.
ResponderExcluirSeja bem vinda aqui ao Empirismo Vernacular. Já fui conhecer seu blog "Inquietude do Pensamento" e já estou seguindo. Vou ler com calma.
Beijo grande, bom te ter por aqui.
Belo esse poema, Ivan! Adoro o céu, olho o sempre e sempre e sempre...talvez por isso tenha crescido achando que era meio pássaro, meio gente
ResponderExcluirporque o céu sempre me pede asas (não de borboletas..rsrsrs).
Também busco olhar de cima para saber o tamanho exato.
um beijo pra ti
Andrea,
ResponderExcluirEsta sua paúra de borboletas ainda há de ser curada. (rs...)
Enquanto isto, use as asas das aves, mesmo, ou as da imaginação, ou as do avião, enfim, voe seu voo e de vez em quando dê uma razante por aqui.
Beijos.
muito legal seus poemas. vim conhecer o blog e convidá-lo para conhecer e seguir o Morena de Pintas. abs
ResponderExcluirOi, Angela.
ResponderExcluirSeja bem vinda aqui em Empirismo. Já estive em seu blog "Morena de Pintas" (http://angeladalpos.blogspot.com/) e já comecei a ler. Já sou seguidor por lá. Te espero como seguidora aqui, também.
Beijos.
Ivan como foi preciso desser para postar um comentário. Mas valeu! amei vir novamente a sua Casa, ler seu Texto muito lindo. Noas alerta para "olharmos" com mais atenção para natureza ao redor. Há tanta belza no Céu! Precisamos sim, prestar mais atenção e olhar para cima, mas com o cuidado de sempre olhar com "humildade e sabedoria", penso eu. Amei passear novamente pela sua Casa. obrigada por esse deleite!
ResponderExcluirCom amor e carinho,
Sílvia
PS.: Há novas Postagens minhas no meu Blog. Sinta-se bem vindo!
http://www.silviacostardi.com/
Obrigada Ivan,
ResponderExcluirbom domingo, por aí.
Bjs
Oi, Sílvia.
ResponderExcluirVou lá no "Colcha de Retalhos" pra ler as novas agora mesmo.
Beijo.
Ana,
ResponderExcluirBom domingo e bom todo dia pra você também aí no "além mar". Ainda hei de conhecer Portugal.
Beijo grande.
Oi,querido amigo poeta dos "bão",estive ausente do seu lindo blog por alguns dias e ao revisitá-lo me deparei com esse poema lindíssimo! Parabéns e vê se me escreve estou com saudades e com novidades das boas.
ResponderExcluirBeijos mil
Ely
Ivan, poema lindo, desses que calam bem fundo, de mergulhar nesse céu azul e ficar inerte na arvore com os pássaros, tomando banho de sol na manhã fria.
ResponderExcluirBeijão!
P.S - realmente, aqui cabe o poema da Anita, rssr
"Olhar de cima para ver-me pequeno", gostei desta frase!
ResponderExcluirEly, Patrícia e Mariane
ResponderExcluirObrigado pela leitura e pela presença. Sempre bom ser lido por olhos atentos.
Beijo pras três.
Fabrício,
Obrigado por vir conhecer, já estive no seu blog, espero você seguindo aqui, também.
Abraços.
Parabéns pelo estilo e proposta do seu blog!
ResponderExcluirÓtimo poema, Ivan. Não conhecia o seu blog, mas essas duas árvores da foto conheço bem. A de folhas fininhas, na qual estão empoleiradas as aves, é uma das muitas casuarinas que há no entorno da lagoa. E as aves são biguás, velhos freqüentadores da Rodrigo de Freitas.
ResponderExcluirSaio do seu blog relaxada, renovada, como se estivesse chegando em casa depois de um passeio pela lagoa.
Voltarei.
Abraços
Cristiano,
ResponderExcluirObrigado pela leitura e pelo comentário.
Anga,
Adorei sua explicação do nome da árvore, uma casuarina, e dos biguás, as aves que estão empoleiradas nela. Bom te ter por aqui.
Beijo.
Olá Ivan
ResponderExcluirO seu blog é um mundo a explorar e um prazer a degustar... devagarinho.
Um beijo amigo
Liliana