quinta-feira, 1 de julho de 2010

Vôo a lado

E quando a grande descoberta
Se desperta em quimera
Mudar o mundo, a vida, quem dera?
E a descoberta se encobre
Pouco ou nada se revela
Sob os panos, entre as núvens, cegueira
A busca atada em desencontro
O encontro revelando-se fim
A vida a se desenrolar como novelo de lã
E solta, a linha se emaranha
Nós, maçarocas, tudo atado
Ao por a cabeça no travesseiro, desnorteio
Som ligado, conto carneiros
Travesseiro como pedra
Pouco dormir, pouco relaxar: pesadelo só
O dia seguinte é gemido, é dor
Prenúncio confirmado, tempo perdido
Vôo alado... Paz?

23 comentários:

  1. Acho que "?" é praticamente um complemento para a palavra paz. Que paz? O que é paz? É só o contrário de guerra?

    "Qual nada"... É tudo aquilo que cão está acomodado de tal forma a impedir inspiração e expiração completas...

    É muito mais que isso. É específica. É individual...

    De repente, a paz se revela na sensação do travesseiro... Gostei da analogia possível.

    Lindos versos, Ivan... Beijo meu!

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  2. Efemeridade é o termo que me ocorre ao ler o poema.

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  3. O encontro constituindo-se como uma lagarta, alimentando-se das possibilidades que a vida oferece, guardando-se para embelezar-se e num rompimento, o vôo a(lado)?

    Hei, Ivan. Tenho que lhe responder o e-mail. Está bem guardado na caixa de entrada, quero só encontrar um tempo neste final de semestre que pede cada vez mais pelo seu término.

    abraços e bom finde

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  4. A paz está sempre no fim.
    Fim de transformação.
    Fim de desencontro.

    Voo!

    Beijos

    Mirze

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  5. Ivan, meu querido
    Primeiramente, obrigada pelo comentário no Minimo Ajuste...
    Entaum... profundidade é algo q acredito intensamente...
    Nada vale realmente a pena se não for profundo.
    Bem... qto ao teu texto...
    Lindo, maravilhoso, tocante...
    Embora a interrrogação sobre a paz,
    acredito sim, que o voo trouxe paz...
    a sensação de liberadade nos permite isso,
    mesmo que momentaneamente....
    Bjo carinho Ivan...
    Espero vc tb no Permita-se!
    www.permitaser.blogspot.com
    =)

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  6. Oi Ivan,tudo bem?

    Muito Obrigada pela visita e pelas palavras gentis.
    Nossa,como vc consegue conciliar tantas coisas nesse mundo corrido e louco em que vivemos?Engenheiro,fotografo,baterista,amante da psicanálise...Ufa,que fôlego hein?Admirável,álias,pessoas como vc,com tanto conteúdo,merecem muita admiração mesmo.

    Adoro fotografia também,ás vezes arrisco umas fotos,mas nada muito grandioso.

    Você é sempre muito bem vindo.Vou me ausentar por um período de férias,mas em breve volto á postar.

    Grande beijo.

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  7. "E solta, a linha se emaranha", é muito bom!, isso me faz recordar que a vida é efeito deste atos, atados, somos os nós do viver!!!

    Um beijo amigo

    Carmen Silvia Presotto
    www.vidraguas.com.br

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  8. no fundo esse emaranhado é mesmo um casulo...o duro é saber para onde voar...eu mesma já dei de cara com muro tantas vezes! paz? liberdade!
    ps:
    linda foto!
    mil beijos!

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  9. Não dá pra deixar de sonhar em transformar o mundo e a vida, mesmo que os caminhos por vezes nos sejam embarreirados. Que desse novelo de lã nos saiam muitas meias, pra nos esquentar os pés nesses dias-ventanias. Nada como a paz dos dedos quentes. ;)

    Beijo, querido

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  10. Lindo, lindo, lindo, Ivan.

    "O dia seguinte é gemido, é dor
    Prenúncio confirmado, tempo perdido"

    Como me identifiquei...

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  11. Vi seu comentário na postagem "cabresto" do Fouad. Gostei!
    Fiquei curiosa e visitei seu espaço. Gostei do que vi, vou continuar.
    Até breve!

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  12. Terá sido ícaro que voou a lado?
    :)

    O vôo é sempre belo mesmo que não traga paz!
    Bjs

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  13. Ivan, tenho me perguntado que busca é essa, será quimera? Desencontros, linhas emaranhadas, tempo perdido.... paz? A paz não acompanha a inquietude...

    beijos

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  14. Eu, aqui, acordada desde as 4 horas, sei muito bem de que você está falando :)
    bjs.
    B.F.

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  15. Muito bom... Insônia, torturadora de nós... PERFEITO!!!!

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  16. Paz? Sim, não...depende...muito lindo o poema. Beijo.

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  17. Ivan,

    amei o título:
    vôo a lado, vôo a-lado, vôo alado!

    E não é que pintou a vida
    como novelo de lã,
    como me havia pintado
    em "Inverno"?

    A estação a nos sugerir
    casulos e borboletas.

    Um abraço,
    doce de lira

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  18. Ivan, boa noite.

    Muito obriagdo pela visita ao 'poética herética' e pelas palavras generosas que deixou por lá. Isso permitiu que eu também pudesse conhecer sua belíssima poesia.

    No 'vôo alado', especificamente, vi o dilema entre a transformação e falta de vontade de mudar - ou o medo do novo. Profundo, filosófico, bem ritmado, musical,... seu poema envolve o leitor.

    Sucesso pra você,... hoje e sempre. E um abração, pra você transmitir ao povo dessa terra maravilhosa que é Goiânia - adoro essa cidade.

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  19. Caro Ivan, eu te descobri primeiro e também descobri que temos coisas em comum, especialmente a psicanálise, que leio vorazmente. Gostaria de ser um poeta como você, por enquanto faço umas crônicas. Agradeço pela visita ao meu blog, adorei o seu, quero manter contato contigo. Grande Abraço. Antonio Celso

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  20. Sua poesia me fez pensar...
    Respostas? Mal conheço as perguntas certas... o que sei é que a vantagem da lagarta sobre mim, é a certeza que ela tem de que, um dia, será uma borboleta... eu não tenho certeza de nada... mas acredito que um dia também alçarei vôo... Naveguei pelo seu blog e pus em dia minha leitura e foi muito bom. Apareça!
    Beijos.

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  21. Ivan, bonito esse teu espaço! Bonitas as imagens, bonitas as palavras... e amei seu perfil! rsrs... Quer dizer que vc é um caso a ser estudado, é? rsrs... adoro gente que não se engessa!
    Tô te seguindo!

    Beeeijos!!! :)

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  22. ideia em torrente, poesia derramada.

    ficou muito bom!

    preciso que me perdoe a ausência, meus filhos estão de férias e fica difícil ler tudo o que quero e escrever tudo o que preciso... mas estou por aqui!

    abraços, ivan.

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