Eu falo do que falo
porque senão me entalo
com o talo mal dosado
dos acontecimentos,
que dificilmente descem goela abaixo.
Falo por pensar, ter boca,
necessitar.
Falo pela boca,
falo pelos dedos,
pela voz e na escrita.
Dizem que peco pela transparência,
mas não quero o vidro fosco.
Posso me quebrar com facilidade,
mas tenho aprendido:
envolvo-me em papel bolha
para sair da bolha que me impede de viver
plenamente.
Siga falando pelos poros, Ivan! Teus desabafos ajudam outros poros a seguir conVersando... No mais, sabemos que, envoltos em papel bolha, a Escrita sempre ganha qualquer parada.
ResponderExcluirUm beijo amigo e carinhoso.
Carmen Silvia Presotto
www.vidraguas.com.br
Consegui me enxergar, Ivan, eu seus versos. Também falo por necessidade, por incômodo, ou simplesmente por pensar... Mas nem sempre os ouvidos a quem dirigimos nossa fala estão preparados para ouvir. O olhar do ser ouvinte, neste caso, se desvia do ser falante, tornando as palavras incompreendidas, às vezes, perdidas ao vento. Felizmente, vez ou outra em uma dessas viagens, o vento leva tais palavras a outros ouvidos capazes de codificá-las, agregando novos sentidos e gerando outras palavras...
ResponderExcluirParabéns pela poesia! Continue falando sempre!
Beijos.
Olá Ivan, atire a primeira pedra quem nunca teve vontade de vomitar aquilo entalado na garganta. Diversas vezes me vejo o fazendo, porém, graças a Deus estou me pegando a vomitar mais sentimentos de amor que outrora. Agora sinceramente espero um dia não sentir mais a ânsia, espero que minha sabedoria me dê a paciência e compreensão divinas! Mas por quanto salvem as latrinas! Quanto ao teu post anterior, fato é fato, ressaltar aquilo que não gostamos é deveras incômodo aos outros e para nossa alma, agora ressaltar o desgosto com animais, criaças, é passível de no mínimo análise. Beijo
ResponderExcluirMuito BOM!!!
ResponderExcluirRealmente o vidro fosco embaça a vida. Sou à favor dessa transparência, mesmo que embrulhado em papel bolha!
Um abraço, Ivan!
Mirze
Ivan, que lindo e transparente este poema. Tocou-me profundamente, pude te ver em cada palavra. Ninguém peca pela transparência, meu querido. Só pensa isso quem tem o olhar embotado.
ResponderExcluirAinda bem que a tua natureza é de entrega.
Um beijo
(agora que parei de correr um pouquinho, vou lá te responder e agradecer a foto "presente"..rs)
Quando minhas palavras não encontram compreensão comum, e se escondem nas entrelinhas, corro para o meu mundo de bolha transparente, onde me encontro no meu perfeito estado, e assisto o meu silêncio interno gladiando com uma avalanche de palavras... sentimentos.
ResponderExcluir↓
ResponderExcluirFAL(h)O e não CALO!
:)
P.S: Voltando ao sorriso amarelo,
lá po--ética tem o poema 'amaryellow', veja lá!
Ivan... Eu não diria que é um belo poema ( na verdade é sim um belo poema ). Mas acho que seria mais verdadeiro, no meu caso, seria exclamar: - "Que sentido poema, cara!" Realmente diz muito de suas reações e a rspeito de seu momento.
ResponderExcluirBom final de semana.
No que tange à adoção do papel bolha como isolante, carapaça, exoesqueleto, enfim, como a proteção confiável para a alforria do dizer, penso que, tal qual a franqueza, o papel bolha atrai sádicos e fanfarrões afeitos a estourar entre as unhas seu quinhão de proteção - o prazer do estouro, a satisfação em dar a partida-combustão a causar a agonia alheia. Então diga - se o puder, se for bastante a coragem ou a necessidade de o fazer. Protegido, de fato, ninguém está. Sempre haverá quem não quererá entender, porque lhe será cômodo assim ignorar, como aqueles que se metem a criticar aquilo para o quê não têm alcance, ou, ainda, pelo deleite de assistir a agonia da minhoca santitante, partida ao meio.
ResponderExcluirExistir dói. Talvez algum dia me disfarce de papel bolha - para tal, ainda me percebo muito covarde. Você que já ousa, descasque-se.
Alguém há de ouvir, alguém quer escutar, e muitos, muitos precisam falar.
ResponderExcluirExtravaso-me aqui contigo.
Beijo.
Excelente poema, Ivan!
ResponderExcluirTambém me
"dizem que peco pela transparência,
mas não quero o vidro fosco."
Jamais me contentaria com tão pouco.
O risco?
Quebrar-me sucessivas vezes.
E me recompor o quanto antes.
E por que não,
da próxima,
com papel bolha? : )
Um abraço,
Doce de Lira
Quem prefere a visão obnubilada, certamente ficará no meio da estrada e nem poderá ver o entardecer.
ResponderExcluirUm abraço!
Ué cadê o meu comentario que estava aqui???
ResponderExcluirO Blogger sulgouuuuuuuuu...rsrsrsrs
Um belo tema.. que além de advertencia e poesia nos serve como desabafo...
Gostei do ritmo e repeti o poema em voz alta duas vezes e quase saio dançando...
Parabéns!
Aline Moraias Farias
Blog: Periódico Subversivo
http://alinemoraisfarias.blogspot.com/
Eu adoro vir aki...
ResponderExcluirMe identifico com mta coisa q vc escreve...
É sempre mto bom deparar cmgo msm...
Vc me possibilita isso através de seus textos...
Origada por isso Ivan.
Bjo enorme
=)
Que lindo! Se Freud se contorce...creio que aqui é de pura satisfação, posto que ele mesmo já dizia que quando a boca cala falam as pontas dos dedos, não é mesmo? Bonita essa transparência...bjos, sigo-te por aqui!
ResponderExcluirThis is really amazing. thank you for sharing!
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