terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A ressurreição de Lázaro

- Olá.
- Olá.
- Tenho algumas verdades a te dizer.
- Pois diga.
- Na realidade são duas coisas, as demais são ramificações e consequências dedutíveis.
- Vá lá, diga.
- Teu verdadeiro nome é Lázaro.
- Já o suspeitava. E que?
- E não há nenhum cristo a vir te salvar.
- Já o sabia.
- Não trago novidades, então?
- Não, apenas confirmas aquilo de que suspeitava, quase sabia.
- Já o sabes agora, então.
- Sim.
- Nada mais, me vou pra as outras paradas. Vida de mensageiro de notícia única.
- Vá com deus.
- Olha lá esta ironia.
- Desculpe-me, não foi a intenção.
- Sempre é.
- Será?
- Sim, sempre.
- Discutível.
- Discuta só, pois me vou só. Adeus.
- A deus.

          Pintura:
           A Ressurreição de Lázaro - Van Gogh

2 comentários:

  1. Mesmo assim nos reinventamos na dor e renascemos na própria vida!Inevitável e certo como o próprio fim!
    O que faz da vida essa grande comédia pastelão cheia de gente correndo devolta ao inicio, tonta de meio, e aflita de fim... A melhor parte da piada é que ainda chamamos esses caminhos de "DESTINO"...
    Acertou na ironia denovo!

    E... como diria a Dori de Procurando Nemo (adoro a Dori): "se a vida não te da a solução... continue a nadar, continue a nadar, nadar, nadar, nadar..." =)

    Beijo!

    Aline Morais Farias
    Periódico Subversivo
    http://alinemoraisfarias.blogspot.com/

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  2. Ivan!

    Dizem que a família e os amigos de Lázaro, não gostaram da sua volta à vida. Faz sentido. Choraram sentiram tanto e de repente ei-lo!?

    Gostei!

    Beijos

    Mirze

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