Aguarda-me um momentoAh, guarda-me
Por um momento ao menos
Guarda-me no teu coração
Ah, guarda, deixa de vigiar tanto
Deixa-nos viver, viver
Preciso repetir isto pra mim:
Vamos viver, viver
Já tenho um guarda em mim
Como todos têm
Na psicanálise tem nome pomposo
Superego é sua alcunha
Castrador filho da mãe
Castrador sem pai nem mãe
Mas, ah, aguarda-me um pouco
Guarda-me, guarda-nos um tempo
De entrega
De paixão
De amor
De doação
De respeito até à solidão
Ocasionalmente latente
Cortante e tangente
Incoerente, não?
Não! Só aparentemente
Ah, aguarda-me, bela guarda
Aguarda-me do meu lado
Ah, guarda-me no teu coração
Tira este uniforme
E se deita aqui comigo
Psiu, deixa o silêncio falar, agora
adorei "castrador filho da mãe/ castrador sem pai nem mãe", ótimo.
ResponderExcluirespecial...doce, sutil e com muita força...
ResponderExcluirEstranho que possamos exigir tanto do amor...Não me parece justo..passamos a vida o perseguindo e depois o mandamos esperar?..pra que?
Adorei a ultima frase "Psiu, deixa o silêncio falar, agora." Melhor do que fazer ou dizer é sentir...E não acredito que exista maior prova de intimidade do que se curtir o silencio a dois sem constrangimento sem necessidade de conversas, musicas ou sala.. só sentindo e silenciando...
Não sei se a gente exige "do amor", acho que a gente exige da gente mesmo e idealiza demais muitas coisas. Isso é assunto sem fim... ainda bem, pois dá pra escrever muito.
ResponderExcluirBeijo grande.
Pois é, Gê.
ResponderExcluirÀs vezes esse castrador tem sua utilidade, é inegável, mas muitas vezes se torna uma voz insuportável, um castrador filho da mãe, sem pai nem mãe, mesmo.
Beeeeeeeeijo, vidragoriana!