quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O conto que canto

Canto como um conto
Que de encanto perde o ponto
Que de ranço perde a glória
Conto pra quem não tem memória
E perde a graça
E perde a grande farsa
Canto como quem canta fora
De sua nota, de seu tom
De sua vontade, seu batom
Que manchou minha roupa
E de vermelho ficamos
Na boca, na cara, na gola
Nada que não se faça coisa rara
Conto que não se degola
Gente que se ama e se atola
Como quem anda no brejo da vida
Como quem tem uma lida
Do dia a dia, da letra, dos livros
Conto o que me vem aos ouvidos
Mas só se segredo não for
Que não sou de dar com as línguas
A não ser em boca bonita
De mulher que me cativa dentro
Daí tento com intento
No conto, no canto, no meio
Da vida que ela faz parte
Do conto que ela canta e conta
Das vezes em que a vir tonta
Canto como um conto, mesmo
Canto agora acompanhado
Em solo ou em dueto, seja lá
Só não fale tão alto pra não atrapalhar
O conto que canto
Que me derramo em pranto

11 comentários:

  1. A todos que aqui visitam:
    Este poema, com certa surpresa minha, foi publicado no site Vidráguas (www.vidraguas.com.br) logo após um poema da Fernanda Marra, do blog Tides and Undertows. Parabéns pra Fê pelo poema Inóspito. Leiam!

    Obrigado a Carmem Sílvia Presotto, do Vidrágoras, pela atenção e palavras de carinho e incentivo enviadas por e-mail. Parabéns para todos do site do Vidráguas por disseminar palavras e literatura.

    Beijo a todos.

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  2. Ivan, dizia em outro comentário que acredito na troca poética, acredito na troca de versos, palavras e leitura, acredito na crítica para crescermos e seguirmos. E mais que tudo, acredito no abraço do amor e do desejo onde a Poesia é a soberana que reina em conVersas...

    Um abraço carinhoso e obrigada por divulgar Vidráguas em teu espaço e linkados seremos mais em Arte e Poesia.

    Carmen Silvia Presotto
    www.vidraguas.com.br

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  3. Carmem,
    Eu é que agradeço pela divulgação e pela troca de conVersas (como você bem disse).
    Abraço e apareça sempre.

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  4. ué cadê meu comentário???
    esses blogs andam de marcação comigo....
    então, repetindo....rsrss...
    amei a poesia principalmente por seu rítmo e gostosura... da vontade de colocar uma melodia e dar para Marisa Monte gravar...parece ser uma letra dos tribalistas...enfim deliciosa!!!
    outra coisa que chama muito atenção é a riqueza de temas em um só... a percepção e visão que um poeta, pode ter de cada assunto e de todos ao mesmo tempo...a generosidade e a coragem de compartilhar com mundo seus sentimentos... movimentos..atos...e principalmente a densidade de sua alma e "bipolaridade" inerente aos artístas que sentem o universo de tal forma que hora descobre o fundo do poço outra as portas do paraíso...
    além de tudo isso, ainda surgem infinitas interpretações acerca de inúmeros temas como amor, perda, desejo, frustração e enfim... e de como eles poderiam ser sentidos e descritos...
    a cada leitura uma nova descoberta!
    parabéns!!! acho que é sua poesia mais rica!!
    adorei!!!
    super beijo!!!

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  5. Ué, Aline.
    Não tinha chegado nenhum comentário seu antes, não! Estranho isso. Mas que bom que você se lembrou do que tinha escrito e reescreveu.
    Obrigado pelas palavras, pela leitura sempre atenciosa e carinhosa, pela percepção aguçada, pelas leituras e releituras.
    Beijo grande.

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  6. Ivan, seus poemas estão cada dia mais belos!
    Esse em especial tem um sentimentalismo tão expressivo, uma entrega ("gente que se ama e se atola como quem anda no brejo da vida"), uma junção de seres, de vidas, coisas ao redor, resgate de algo que deve ser contado pra não cair no esquecimento, acompanhado ou só, porém, contínuo. Percebo também uma ponta de sensualidade, um tom de exigência nesses dois trechos, quando diz: "De sua vontade seu batom que manchou minha roupa e de vermelho ficamos..." e "Que não sou de dar com as línguas a não ser em boca bonita".
    Eu adorei e fiquei imensamente feliz por ele ter sido publicado junto com a foto que é linda... Parabéns! Continue sempre cultivando esses dons tão especiais que você possui, que alegram tanto nossos olhos e corações.
    Muitos beijos!

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  7. Muito bom o conceito do seu espaço, volto mais vezes, claro...e seguirei, abs

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  8. Kenia,
    Obrigadíssimo pelas palavras e pela análise sempre atenta e positivamente exigente. Isso é ótimo. Obrigado pelo elogio, também, pois sei que é sincero e é sempre bem vindo. Vindo de uma corretora OFICIAL, nossa!
    Beijo enormezão.

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  9. Olá, Cristiano.
    Obrigado pela análise e pelas palavras. Obrigado por ler, também. Com tempo visitarei seu blog e, claro, também seguirei.
    Grande abraço.

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  10. incrivel, incrivel!
    parabens pela publicação no vidraguas, me senti toda orgulhosa de conhecer os goianos (a fê e vc).
    o conceito do site é lindo!
    mil vezes parabens!

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  11. Polly,
    Obrigadíssimo e saiba que também adoramos te ler, e você sabe, pois estamos sempre no seu A Necessidade procurando por coisas novas. Ah, e a Gê agora também tem um poema (tiro, como ela chama) lá no Vidráguas. Dê uma olhada. O site é muito bacana e extremamente receptivo.
    Beijo grande, Polly.

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