sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Livro caído

Eu esbarrei no livro
Que caiu no chão, espatifou-se
As letras e palavras perdidas
Os personagens sem rumo
Livro sem prumo
Assim não pode, não
Palavra se trata é com carinho
A personagem dá-se caminho
Pobre daquele menininho
Corre perdido
Em meio a letras soltas
Mas, ah, que isso?
Livro não se espatifa
Peguei de volta
Dei um trato, um carinho
Voltei a ler
Que dar atenção é dar vida
Personagens no caminho
Dei-lhes alento
Tiveram rumo e fim

10 comentários:

  1. "Todos somos escritores. Só que alguns escrevem, outros não."
    (José Saramago)-escolhi essa frase pq vi que estava lendo Saramago pela foto..e tem muito haver com tudo que vc disse...
    me senti esse menininho correndo em volta das letras soltas..sem rumo... quem será que esbarrou no livro da minha vida?...e eu que pensei que o estava escrevendo... ingenua... estava era só sendo mesmo...
    Suuuper Beijo!

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  2. Ivan, que belo poema!

    As magens do livro caído, decomposto, que com o fluir da língua vais se recompondo me inavadiu de curiosidade de chegar ao fim do poema.

    Depois li, reli, tresli para remontar os personagens no caminho,pois, é inegável que dar atenção é dar vida, e ar um empréstimo de humanidade e um grande gesto de amor, vivas a este livro poema,aberto a mais versos.

    Um abraço carinhoso.

    Carmen Silvia Presotto

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  3. Carmen,

    Obrigado pelas palavras e que boa notícia que nosso Falsa Tempestade foi publicado no site A Casa Que Caminha. Obrigado mais uma vez.

    Sobre este poema, estive pensando em como um livro sem leitores é sem sentido, é como se tivesse caído, se fosse reconstruído. Por isso o escrito precisa ser lido, relido, comentado, repassado adiante, ser inspirado e inspirar-se em outros escritos. Acho que temos feito isto, né?

    Beijo grande.

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  4. Aline,
    Não sei por quê você se sentiu como esse menininho, mas a verdade é que em algum momento da nossa vida (em vários momentos) nos sentimos assim, meio perdido em volta das letras, buscando um rumo. Isto é ser humano, é ser gente, é ter sensibilidade.
    Ah, e você escreve, sim. Nem vem! Dizer "e eu que pensei que o estava escrevendo... ingenua... estava era só sendo mesmo..." não significa não escrever. Ser é escrever, é se descrever e criar em cima do que vivemos. Aliás, todo escrito é assim, ainda que não literal, tem um pouco de nós e é literário.
    Beeeeeeeeeeeijo.

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  5. Olá Ivan, coisa boa encontrar um blog tão cheio de inspiração como o seu. Adorei a frase: "Que dar atenção é dar vida", e quantos de nós precisam só disso...
    A partir de hoje serei presença constante aqui.
    Abraços
    Cris

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  6. Oi, Cristiane.
    Bem vinda aqui ao Empirismo. Obrigado pelas palavras e pela leitura.
    Aguardo sua presença constante, o "seguimento" (de quem segue e de continuação) e os comentários e críticas, sempre bem vindos. Você tem blog? Também escreve?
    Beeeeijo.

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  7. Então Ivan, eu tenho um blog mas ainda não abri para leitura, preciso tomar coragem primeiro rsrs
    Eu fiz Letras, gosto muito de literatura e poesia.
    Beijos!

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  8. Cris,
    Se você já escreve, se já organizou seu espaço literário, então coloque o blog para ser lido. Como diz minha amiga Gê, "quem escreve quer ser lido", ao que complemento dizendo "e comentado".
    Vá lá, respire fundo e abra seu blog pra leitura. Você vai ver como é bom compartilhar as idéias.
    Beijo.

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  9. Procurar palavras caídas, desperdiçadas ou usadas de maneira torpe, é uma atividade que me ocupa...Gosto também quando tratam mau as palavras, quando deixam de polir, quando elas saem assim, como poderia dizer, do eixo...Indo de encontro a qualquer lugar não planejado...Ficam assim quando ganham vida própria...Bailando em alguma página, perdidas em algum endereço virtual...

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  10. Shirlei,
    Te entendi bem ou onde você diz "gosto" você queria dizer "não gosto"?

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