sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Alinhavando

Eu tento não me conter
nos contos e nos versos,
mas neles estou eu,
embora não seja eu.

Eu tento planejar,
eu tento alinhavar,
mas nunca peguei em linha, quase.
Sai tudo torto demais...
Pelo menos sai!

Eu tento me contar
nos contos e nos versos,
pois neles estou eu,
embora não seja eu.

Eu tento não planejar mais,
não alinhavar mais,
nunca pegar em linha.
Sai tudo reto demais...
Pelo menos sai!

5 comentários:

  1. Às vezes eu penso que a imagem é minha língua, não o português, não as palavras... como compreendo a contradição dos cerzidos tortuosos e retilíneos, embora, também, nunca tenha pegado em linhas. Não é demais poder fingir com ares de que somos entendidos?!

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  2. Adorei essa dualidade!
    As vezes a sinto em mim mesma, tão latente, tão a flor da pele. O que fiz, o que não fiz, o que sou eu, o que não sou, um pouco certo, um tanto errada, unindo, desunindo, sorrindo, chorando, amando, odiando e vivendo, ainda que pareça um tanto insano... Intensamente, sempre!

    Mil Beijos...

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  3. Acho interessante como em qualquer texto literário, sempre mostramos um pouco de nós, mesmo quando tentamos ser "implícitos". Sempre assim...
    E a diferença que a inspiração faz, também, não? Acho que improvisar é algo muito difícil, por isso é raro ter um bom resultado.
    Ainda assim, escrever, até quando não temos vontade, faz bem. Como está na poesia, "pelo menos sai", pelo menos contamos...
    Adorei.Relatou bem o que acontece. Parabéns.

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  4. Thátis,
    Que Bom te ter aqui, meu amor. Volte mais, leia mais, volte sempre, comente sempre. Sua opinião é (sempre foi e sempre será) importante pra mim.
    É verdade que nos textos a gente mostra um pouco da gente, mesmo não sendo a gente, é um "filhote" da gente, de alguma forma. Alí estão plantadas idéias, umas melhores que as outras, mas, de qualquer forma, escrever é sempre bom... Ler também!
    Eu tenho a escrita, assim como a música e a fotografia, como um mecanismo de catarse, e catarse sempre faz bem.
    Ainda bem que sai, pelo menos sai. Ficar engolindo sempre é que não dá.
    Beijos, e volte muito sempre pra caramba "ad eternum", tá?
    Te amo.

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  5. Tentando juntar ideias, desejos, anseios, ..., mesmo sem conexão. Ao menos é a tentativa para que algo seja expresso.
    É como olhar para o céu e começar a alinhavar estrelas para que dali saiam inúmeros desenhos.

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