segunda-feira, 15 de março de 2010

Apocalipticos

As noites provavelmente engolirão as pessoas em fogo. Está prometido! Será o fim dos dias. A data tem sido adiada periodicamente, de forma irritante, porque quem comanda o universo está por demais ocupado criando outro mundo, outro universo, outra humanidade. Arrependeu-se desta, pela enésima vez, registrado está em escritura sagrada. As noites que nos engolirão serão noites quentes, noites sem piedade, talvez sem eletricidade, as de verão.
As deverão separar no calendário os que tratam do assunto para os dias perfeitos do fim. É... ironicamente serão chamados de "dias perfeitos ao fim". Perfeitos para destruição da criação imperfeita? A humanidade, fanaticamente, quer um fim. Deseja, anseia, necessita em nome do altíssimo.
Altíssimo é quem bebeu demais e já não responde por seus atos? Um ébrio? Questionamento jogado ao léu... Não anseio por resposta.
Já que a humanidade anda, e há tanto, neuroticamente esperando, e criando, e delirando, e alucinando um fim, que seja então assim. Se furarem com a próxima data, se falhar o fim e a vida seguir irritantemente, não fiquem aflitos, uma nova data virá. Há quem a há de criar, montes de gente. Arranjarão novas explicações inusitadas, debilmente embasadas, mentalidades cada vez mais castradas.
Não se aflijam, meus filhos, o fim vem, sim. Uma hora tudo acaba.
Instrumentos a postos, em especial as trombetas! Qual é o tom? Qua é a música? Alguma sinfonia em especial? Pelo amor de deus, alguém ajude...

6 comentários:

  1. o apocalipse, por favor: dos males o menor. Ou como pudesse e como já dizia Raul: Pare o mundo que eu quero descer.

    ResponderExcluir
  2. Ivan,
    Nietzsche disse: "Quão pequena é a porção de prazer que basta para fazer a vida agradável!"
    Pois bem, enquanto esse fim não chega, (e na minha concepção a morte é o fim, o fim do meu mundo e não do mundo como um todo). Devemos fazer uso dessa "pequena porção de prazer" para tornar essa vida um pouco mais interessante.
    Afinal, se o fim é algo particular, individual e intransferível, quero festejar a vida o quanto for possível. Já que não dá pra saber quando será o último Open Bar, vamos aproveitar cada um como se fosse o último!!!

    Beijão

    ResponderExcluir
  3. É, Ivan... e enquanto o Sr. Fim não chega, melhor para os Poetas e Escritores e Criadores de Escritas que por cada ponto ao texto, treinam o fim que certamente um dia virá...

    Um beijo amigo e que bom te ler.

    Carmen Silvia Presotto

    ResponderExcluir
  4. Ivan, esse tema é ótimo...O Fim!...
    Até entendo a humanidade buscar tanto por ele já que muitas vezes tenho a noção exata de que para dar jeito em tudo ou no mundo só passando a régua...começando do zero...e o fim seria mesmo uma oportunidade incrível é claro que se restasse o mínimo, como por exemplo a poeira cósmica...! Nem as baratas poderiam sobreviver, como se especula, porque todas já foram contaminadas de seres humanos...
    mas acho que não será possivel já que a vida é ciclo e tudo realmente tem um preço...
    é como o efeito borboleta, cada escolha individual ou coletiva geram consequencias inimagináveis e de um jeito ou de outro estamos todos aqui involuntariammente fazendo os movimentos de rotação e translação..
    Adorei!
    beijo!

    ResponderExcluir
  5. ah... ainda tem toda essa compensação de loucuras justificaveis e inversão de valores que muitas vezes não são nem nossos... são padrões impostos por alguém ou pela tão especulada sociedade...me lembrou daquela musica do Leline...que é ótima!...


    "O Que Você Faria
    Lenine
    Composição: Paulinho Moska/Billy Brandão

    Meu amor
    O que você faria
    Se só te restasse um dia?
    Se o mundo fosse acabar
    Me diz o que você faria

    Ia manter sua agenda
    De almoço, hora, apatia?
    Ou esperar os seus amigos
    Na sua sala vazia

    Meu amor
    O que você faria
    Se só te restasse um dia?
    Se o mundo fosse acabar
    Me diz o que você faria

    Corria pr'um shooping center
    Ou para uma academia?
    Prá se esquecer que não dá tempo
    O tempo que já se perdia

    Meu amor
    O que você faria
    Se só te restasse esse dia?
    Se o mundo fosse acabar
    Me diz o que você faria

    Andava pelado na chuva?
    Corria no meio da rua?
    Entrava de roupa no mar?
    Trepava sem camisinha?

    Meu amor
    O que você faria?
    O que você faria?
    Abria a porta do hospício?
    Travanca da delegacia?
    Dinamitava o meu carro
    Parava o tráfego e ria?"

    O négocio é viver como sugeriu a Kênia ou como diria Lulu Santos..."Vamos nos permitir..."
    mais beijos p vc!

    ResponderExcluir
  6. Aline,
    O que eu faria? Não sei. Pergunga pro Lenine, que vai te mandar perguntar pro Paulinho Moska e pro Billy Brandão. Só nisso você vai ter ótimos diálogos a levar adiante.
    O que me motivou a postar este conto/crônica foi essa onda apocalíptica que, de tempos em tempos, volta. Até os canais-documentários a cabo, do tipo Discovery e History andam abusando da boa vontade de quem busca algo de bom a assistir.
    Sometimes it burns the bag! (rs...) - não tente traduzir de forma séria.
    Beeeeeeeeeeijo.

    ResponderExcluir