terça-feira, 2 de março de 2010

Pai

Lembro-me de quando era pequeno
Lembro-me pequeno
Pouco lembro
Pequeno

Chorava por falta de pai morto
Chorava a falta de um pai
Morto por falta
Falta-me

6 comentários:

  1. ivan, poemas sobre perda e falta são tão difíceis. a falta por si esgota a palavra. esse poema ficou muito bom. as palavras assim dispostas são mesmo a falta em si.

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  2. Ivan,
    As perdas, as faltas, não são fáceis. São questões delicadas, dolorosas que acabam deixando buracos profundos na alma, vazios imensos no coração e um desequilíbrio no ser.
    Eu consigo perfeitamente entender uma perda por morte, mas por abandono, jamais! Pra mim é algo inexplicável.
    Cada um de nós trás em sua própria história essas perdas, as vezes nos acostumamos com elas, aprendemos a conviver com a ausência, mas esquecer é algo complicado.
    Vez por outra essas questões acabam vindo à tona e os questionamentos são sempre os mesmos... Por que? Eu não sei. Alguém sabe? Mesmo sabendo que não há resposta plausível, continuamos pensando, questionando e sofrendo de novo. Faz parte da nossa existência querer entender o abandono, ainda que a resposta não nos convença e nem traga de volta o tempo perdido em sofrimento.
    Isso deriva do fato de pensarmos demais e como você disse ontem: "E nós somos do tipo que pensa muito, né?"

    Beijos meu queridíssimo.

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  3. Sim Gê, é nessas faltas que nos reencontramos.Aí está o ato poético em si...

    Que bom poema, Ivan. Parabéns!!!

    Um abraço carinhoso.

    Carmen Silvia Presotto.

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  4. "Morto por falta"... a falta mata...é um buraco, um nada inflamado de tudo, uma ferida aberta..
    claro que tentamos cubrir a ferida,curá-la,e muitas vezes até nasce aquela casquinha fina...
    mas a casquinha é frágil não pode levar um esbarrão sequer, e o pior de tudo é que sempre coça e qdo colocamos o dedo...descobrimos todo pus que existe ali por baixo!...
    a falta mata, e se não matar inflama, dói e corrói e nunca cicatriza...

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  5. Ah, Deus, como não pensei em colocar a reprodução do querido Van sem orelha? tsc tsc.
    Acho que mudarei a foto. Obrigada :D

    Esse poema é lindo, lindo.

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  6. Esclarecimento:
    Para entendimento dos demais a respeito do comentário da Laura, recomendo a leitura da "Crônica Cirúrgica" no blog de autoria dela, DELÍRIOS LÍRICO-RADICAIS (http://lauraveridiana.blogspot.com). Leiam lá, vejam os comentários e entenderão. De quebra, leiam o blog todo.
    Beijos.

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