segunda-feira, 26 de abril de 2010
Alice sem país
Olhava-se no espelho, só
Petrificada,
Encurralada.
Não podia entrar ou sair
"Sou eu!", pensava,
"Não sou!", resistia.
As marcas do tempo, ali,
Agrediam, ruiam.
Era e não era ela.
No olhar, as sombras de sí (só):
Do que fora,
Do que não fora.
Era o que não tinha feito,
Estava confusa
E um tanto difusa.
Em múltiplas, estilhaçou tudo:
Espelho, mãos, rosto.
Sete anos de azar,
Pensou, mas não sobreviveu.
Restaram cacos,
Pedaços de rejeição.
Pois ela era tudo e nada ali.
Apenas mais uma...
Apenas uma a menos...
De
sa
pa
re
ceu.
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Advertência,
Poesia
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Andou lendo muito bem nossa alma feminina, lindo poeta!!!
ResponderExcluirSigo me inspirando e me advertindo com suas poesias tão densas e intensas como só poderia ser ao versar sobre universo tão particular!
E "desapareceu"... como pode um vazio tão grande nos pertubar tanto?...
Beeeijo!
Aline,
ResponderExcluirEsta realidade não é exclusividade das Alices, mas de qualquer pessoa "sem país", ou que se sinta assim.
Beijo grande.
Realmente. Esta não é uma realidade particular das Alices.
ResponderExcluirEu que o diga.
Ela é bem particular dos Pedros também.
Ótimo texto, Ivan!
Abraços.