quarta-feira, 14 de abril de 2010

Do todo, do resto, do meio

Certo e errado, bem e mal, bom e mau, bonito e feio... As pessoas tendem a classificar as coisas pelos extremos, como se não houvesse um resto, um meio-termo, e o meio-termo (não digo o ponto de "equilibrio zen" absoluto, mas o intermediário que pende pra cá ou pra lá) é o que predomina no mundo e dentro de cada um de nós. Talvez seja só o que exista, de verdade. A pureza é quimera, é ilusão, ilusionismo ou autoengano! O resto, ou o meio-termo que sai dos extremos, é quase a totalidade de tudo, mesmo, pois o certo e o errado e seus "parentes" são dois extremos radicais, como as pontas de uma régua ou, mais, como as pontas da régua do infinito, que por si só já é extremo. Que deus e diabo me perdoem por tê-los classificado tão mal, lá nas pontas da régua, e tê-los ligado tão irremediavelmente pela mesma régua. Mas não fui eu! Juro por deus!

3 comentários:

  1. excelente!! a vida é nuance, e por isso tão difícil, e complexa, e incrível, e maravilhosa. mas é duro penetrar na dimensão do relativo, né? tão mais fácil atribuir categorias extremas, simplistas...rs. ô, se é. entre preto e branco, a vida é cinza e todas as suas nuances, né?

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  2. Hey, Ivan!!!

    Que bom que as pontas de tua régua infinita estão carregadas de "es"... e isso e aquilo, e este e os outros, e... assim, nunca ficaremos na restrição do OU, uma conjunção por demais alternativa, que não adiciona, apenas exclui.

    Amei a reflexão, com ela reviso a gramática do pensamento, hehehe!!!

    Um beijo amigo e carinhoso e que bom te ler e...

    Carmen Silvia Presotto

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  3. Gê e Carmen,

    Esta postagem surgiu de uma reflexão que começou quando comentei um artigo postado no blog Abraça Sua Loucura (link: http://bigtime-sensuality.blogspot.com/). É de um texto da Martha Medeiros (olha ela aí, Gê) que aproveito para postar abaixo, como registro e agradecimento:

    "Existe o certo, o errado e todo o resto.
    (...)
    Todo o resto é muito mais vasto. É nossa porra-louquice, nossa ausência de certezas, nossos silêncios inquisidores, a pureza e a inocência que se mantêm vivas dentro de nós mas que ninguém percebe, só porque crescemos. A maturidade é um álibi frágil. Seguimos com uma alma de criança que finge saber direitinho tudo o que deve ser feito, mas que no fundo entende muito pouco sobre as engrenagens do mundo. Todo o resto é tudo que ninguém aplaude e ninguém vaia, porque ninguém vê." (Martha Medeiros)

    Obrigado pela leitura de vocês, obrigado à Rafaela e à Martha Medeiros pela inspiração.

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