domingo, 31 de outubro de 2010

Opa!cidade

- Não vejo brilho nos seus olhos, no seu semblante, no seu ser e agir. Que há? - peguntei a ela, interessado

- Estou sem bateria desde sempre. - respondeu-me secamente e seguiu








     Pintura:
     Amadeo Modigliani

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Gelo

Falava com tanta frieza e constância sobre temas corporativos e negócios, mas nada relacionados às convivências de vida, que não tinha tempo de perceber a ponta da língua e os lábios a congelarem em meio ao vazio. Trincava tudo, gelava ao redor, se isolava, era frieza só.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Não vês?

Você não percebe o tamanho do ferimento e o quanto sangra e o quanto dói? Parece-lhe invisível! Parece invisível a quase todos, mas é real, talvez mais real do que se fosse absolutamente explícito e tangivel com os dedos.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Enquanto lia

E quando parecia que vinha
a trégua não era trégua,
era régua desmedida.
Era golpe de foice,
ainda não tão certeiro.
Ainda,
mas tem mira boa, tenho visto.
Era tortura,
era tontura,
enjoo, cansaço.
E enquanto lia, embolia.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Tratativa

Tento imaginar as pessoas
Como elas são.
Tento entender,
Lidar,
Mas nem elas mesmas são
Como imaginam ser.







Pintura: Rembrandt

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Outros mesmos

Nós nascemos e morremos várias vezes na vida. Nem sempre os funerais são bons, nem sempre as recepções são calorosas aos recém chegados. Mas é preciso reciclar. Somos os mesmos e outros novos, sempre.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Chega!

Não há trégua, não há pausa
Não há régua que meça
A dor, o sangue na taça,
Pausa que finda a vida
Tum tum... tum tum...

Coração como que régua
Medida de amor
Lágrimas não salvam
Medida de dor
Tum tum... tum tum...

Foice maldita a ceifar vidas
Chega a qualquer hora
Não há trégua: sofrimento é lida
Não adianta régua ou oração
Não mais... Tum.