sexta-feira, 29 de abril de 2016

Relaltividade

O tempo corre quando a gente não quer e se arrasta quando a gente quer que corra. É totalmente relativo... e, via de regra, cruel.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Tecidos

Desconheço teu rosto em face à face que me beija, sem língua a se intrometer, assim como desconheces minha face, sem língua a se intrometer. Há beijo, pouco tato no beijo, há pouco ranço, pouco hálito, pouca entrega, pouca coisa que se esfrega. Tudo meio incompleto. Rostos cobertos, a face do medo. E o que parece entrega é teatro, é cena, é figura, é arte da falta de vida. Desconhecemos nossos rostos internos e externos, assim como desconhecemos nossos ids, egos e superegos, que nos comandam eternamente por debaixo dos panos. Não nos conhecemos sequer minimamente e arrotamos arrogância mundo afora. Rostos cobertos, beijos vazios, mãos tateando temerosas no escuro.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Desilusão...

Viagens alucinantes já não me fascinam mais, não no campo da suposta realidade. Tomaram seu lugar, definitivamente, na área da ficção científica e da diversão. Não espero magia da vida, ou espero pouca, sem ilusão, apenas com uma réstia de esperança semiperdida. Tudo que é zen demais, me irrita, cai no ilusionismo, no autoengano, na magia fácil, no engodo. Espero pouco das orações, mas as faço assim mesmo. Não acredito em deus, mas o invoco quase todo dia, assim como os santos e os que se foram pro outro lado. Só acredito na magia do que é corriqueiro e natural, ainda que possa, às vezes, ser raro. Não quero me alucinar, quero me apaziguar. Que os demônios vivos mantenham boa distância.