terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Hoje é dor

Hoje tá difícil de segurar a onda... tá foda
Hoje é saudade, é dor, é solidão
E certo tom de desespero, ainda que contido.

Hoje é vontade de retroceder, ceder,
Avançar sedento no passado...
E o choro corre solto, e o soluço vai junto.

Hoje é ontem em cada pensamento
Hoje é ontem em cada sentimento

No perfume que sinto sem cheirar,
No tato que experimento sem tocar.

E a dor vai dando facadas, vai sangrando,
E o coração sofre, bate e, mais, apanha.

Saudade, saudade, santa maldade!
O que fazer? Apenas engolir em seco e sorrir amarelo...

Hoje é certo o desespero, hoje é pranto.
Hoje ao redor me falta encanto.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Roger Taylor - The Unblinking Eye (Everything Is Broken)


Apesar de não se tratar do Brasil, e este é um blog brasileiro, mais que tudo, além de nacionalismos e patriotismos, sempre tão limítrofes em suas linhas de raciocínio, sempre impondo limites xenofóbicos e "racistas" (que mais corretamente é dizer 'de cor'), esta música do Roger Taylor (baterista do Queen e multi-instrumentista) nos leva a pensar um pouco acerca da estupidez humana que promove "guerras santas" sem nenhum nexo para o mundo, e aí digo por mundo a população mundial, dizimando os mais fracos sempre com motivações financeiras, de poder e podridão.

God would weep if he existed
And he saw what man can do to man
He'd think that we were twisted
His unblinking eye would blink and then
He'd say not in my name you don't
You stupid little men
With your arrogance and ignorance
You'll do it time and time again

And I, I must be getting old
There's fire and fury driven deep into my soul
It's the helplessness that comes from being under your control
And everything is broken

We've got a high street full of holes
The hight street's full of holes

Five million cameras stare at us
You treat us like we're fools
Our privacy is meaningless
We're suffocated by ten thousand rules
And this kingdom's not united
Just a complicated mess
Are we in Europe? Half in Europe? Not in Europe?
We're soulless, spineless, directionless

Why send our young men out to die
In wars that we don't understand?
And why on earth should we medaling in places like
Afghanistan? The price is much too high
In terms of money or our precious men
Your reasons are mysterious
And quitte beyond our ken

And I, I must be getting old
There's a fire and a fury driven deep into my soul
It's the helplessness that comes,
You even sold our gold
And everything is broken...

Frutos Verdes Suculentos

Há instantes em que o tempo para
E para o tempo, o instante é nada
Como nada no tempo é de fato
Tempo, momento, agora ou depois.
Corrijo-me:
Tudo o que há é o agora.
Mas o tempo é quimera!
Quem dera poder mais
E tanger a realidade
Filtrando do todo a maldade...
Isto sim é que era bom, mesmo!,
Mas passa longe da verdade.
Instantes, momentos, intentos, rebentos...
Há tempos em que nada é tudo
E tudo é um estranho nada
Por viver, já vivido, um porvir.
E diz Cazuza que o tempo não para,
E digo eu, às vezes, que o tempo não anda (é impaciência),
E noutros anda depressa demais (é retardo).
Viver é tentar se equilibrar nesta corda
Que é tênue, que é bamba, que á fraca,
E daí, tudo na vida empata
Como pata de elefante de circo,
Como pescoço de Tiradentes na execução.
A vida é arte e é tortura,
E é preciso alguma tontura
Para os instantes em que o tempo para...
Pare, pense, não siga sem refletir!
Mas também não reflita demais, senão morre!
Viva!... A vida dá frutos verdes suculentos.

Escrito em: 26/12/2009 (23:50h) lá na reunião da casa do Olympio e da Tati, que foi bem bacana e regada a uma linguiça assada em um molho agridoce; um frango assado com catupiry e batata palha, vinho, whisky, água e H2OH.

Para pagar merchandising por favor entrar em contato aqui mesmo no blog, senão paro de divulgar e fico só a divagar.

De Extremos

Uma demonstração de carinho
Mínima,
Um "eu te amo", um afago
Mínimo,
E eu desabo em choro de amor
Máximo.
É assim com amores primitivos, maternais.

Escrito em:
26/12/2009 (20:10h)

sábado, 26 de dezembro de 2009

Você, eu e um pouco de Kafka

Você chegou como luz que iluminou meu escuro,
Como aquela que derruba o espantalho para não amedrontar o pássaro...
E então te toquei as mãos, os braços,
Te puxei pelo pescoço e te beijei.
Pela primeira vez senti teus seios levemente, então.
Deste momento em diante, tudo voou:
Desejos, planos de "para sempre" encantados,
E me sentí capaz até de ser herói,
Mas todo conto de fadas tem uma pitada ácida de caos e é mito.
Me iludí, enganei a mim mesmo
E caí na armadilha minha... caístes junto.
Fomos de cabeça e coração, sem capacete, sem proteção
E eu encantado com teu sorriso, com teu carinho,
Com teu sexo, nosso sexo, nosso aconchego e cumplicidade...
E como você chegou, chegou a síndrome de Kafka
E dentro de mim as convicções de então se transformaram:
O desejo foi mantido intacto, mas o herói foi morto e aniquilado;
O amor, acuado pela limitação do inseto-eu...
Difícil compreender o inseto! Difcil ser... e somos.
E, ainda que encantado, o inseto recuou com medo e incompetência;
Entrou na toca, achando ali se proteger...
E os pés de Kafka queriam pisar, esmagar.
Ah... tudo delírio meu! Kafka ou seu insteto, sou tudo eu!,
Eu em constante medo e metamorfose:
Recuando, incapaz de ser humano, apenas um inseto estranho ou humano demais
A sonhar com teus seios nús em minhas mãos,
Com tua boca em minha boca, com tua boca em todo meu corpo e a minha no teu,
E a tua cabeça relaxada em meu peito à noite.
Resta-me, por respeito, a solidão... solidão de inseto, solidão de gente,
Resta-me o resto e o rastejar em seis patas,
Para, depois, num acesso anti-kafkiano, me tentar manos inseto, mais ereto e sapiens.

Escrito em 12/12/2009 (22:56h) e 26/12/2009 (14:12h)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Fiat Lux

A gente não força um poema ou escrito para que saia cabeça afora em processo criativo a por as mãos a escrever ou a boca a recitar. É ilusão nossa pensar que criamos pensamentos. Eles vêm e vão quando bem querem, como toda manifestação artística. Somos nós os comandados na arte e criação. Somos presa fácil dos pensamentos. Um poema ou inspiração nos vem como o passarinho que pousa espontaneamente na varanda, porque quer. É um presente da vida, ainda que seja um passarinho feio.
Dá-se-lhe um beijinho, um trato e melhora-se a estética, que é o que nos compete. Nossa prepotência da criação é, talvez, herança religiosa da "imagem e semelhança do pai"; mas como ele, o pai, também escrevemos coisas ruins, escrevemos e não gostamos, pegamos o papel com nossa criação e embolamos, jogamos no lixo num acesso de ira, como numa destruição de Babel, como que se repleto de linguas e ditos ininteligíveis.
Fiat lux... Ah, que labor terá sido este que fez a luz e fez tudo mais, mas depois deixou tudo abandonado à mercê do livre arbítrio, também criado pelo mesmo fiat. Muito do que saiu desta criação original e, diz-se, única, saiu torto, irremediavelmente torto, ao que parece... ao que padece. Daí saímos nós, também com a mesma pretenção da potência do fiat criativo e criador.
Temos algum mérito, mas como já disse quando relatei sobre o elefantinho do circo, tomamos decisões conscientes obedecendo, sem saber, nosso inconsciente. Não são conscientes, portanto. É quase sempre assim... quase sempre. Fiat lux! E tudo sai do controle dos nossos próprios fiat.
Ah, e é natal... fiat natalis e finitus est in nomini dei.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Meu avô e os sapos

Eu adoro os sapos e muita gente me olha com estranheza quando me ouve falar isso. Muita gente tem asco desse bichinho tão simpático e inocente. Gosto dos sapos graças ao meu avô.

Eu era pequeno e meu avô era uma figura muito importante pra mim. Sírio, um nariz enorme e orelhas enormes e um sorriso cativante sempre estampado no rosto, e nunca na vida reclamou de nenhuma situação ou percalço. Meu avô Antônio era figura rara, sábia. Veio da Síria aos 9 anos de idade e aprendeu a falar o português nos porões do navio. Viria a se casar com minha avó Alice, imigrande de italianos, e sabe-se lá como o destino dos dois se cruzou.

Meu avô se dizia ateu, mas um dia, questionado por minha mãe se realmente não acreditava em deus, respondeu: "Minha filha, se deus existe, para mim, ele está em tudo o que é bonito: os animais, as árvores, as plantas..." e a impressão que tenho é que meu avô era incapaz de se concentrar em algo ruim. Até as maiores dificuldades que passou na vida não lhe tiraram os sono. A vida estava acima dos problemas. Muito pouca gente sabe fazer isto! E era ateu. Tenho uma tia que diz que ele era panteísta, mas eu vejo que o aparente panteísmo era só uma forma de conjecturar os questionamentos que lhe faziam. Nunca teve religião, sempre foi incrível... Talvez exatamente por isto.

Viveu 94 anos e, mesmo na cama, dependendo de cuidados de outros, mantinha sempre uma fantástica ludicez e um sorriso aberto.

Voltando aos sapos, pois meu avô renderia um livro, um dia cheguei na casa dele (eu tinha, então, uns 9 anos de idade) e fui direto ao quintal pra cumprimentá-lo. Eu adorava ajudá-lo na horta, uma bela e enorme horta, que ele tinha no quintal, cuidadosamente separada em canteiros. Cheguei, cumprimeitei-o e, sabendo que eu gostava de romã, ele já foi me dizendo, com seu sotaque particular que mais parecia de paulistano que de estrangeiro, "Pega romã, tem romã madura" e fui eu pegar a romã, enquanto ele aguava as plantas. Quando cheguei perto do pé de romã parei e fiquei estático com medo de um sapo que, para meu "fator de escala" de então, hoje pareceria ter uns 30 cm. Meu avô, percebendo aquilo, deixou a mangueira no chão, se aproximou de mim, se agachou e me perguntou: "Você está com medo do sapo?" e eu respondi que sim. Daí ele me perguntou: "Você não gosta de me ajudar com a horta?", e eu também respondi que sim. Daí ele disse, finalmente: "O sapo também nos ajuda aqui na horta. Ele come os insetos que podem fazer mal às plantas, ele revolve a terra e, veja bem, o sapo não é feio, nem perigoso, nem sujo. O sapo é limpo, não faz mal a ninguém e se nós o achamos feio é porque não estamos habituados a olhar pra ele". Dito isto, ele pegou o sapo com as mãos, mas não me impos nada, apenas continuou falar de valores de julgamento que tanto fazemos, e fez isto com uma naturalidade e num liguajar tão especial que eu, aos 9 anos, compreendi tudo o que ele estava a me dizer. Talvez sem ter a dimensão da enormidade do que ele falava, ele me ensinou ali, naquele dia, naquele momento, que as aparências, o feio e o bonito, o diferente e o usual, eram coisas sem importância real, mas apenas relativa. Existiam, mas não eram importantes de fato. O sapo já tinha deixado de ser feio, perigoso e ameaçador para mim, e este diálogo terminou comigo acariciando as "costas" do sapo, como ele mesmo tinha feito. Ele colocou o sapo de volta no chão, no mesmo lugar, e lá o deixou, voltando a aguar suas plantas e me deixando com a "lição" sem nada me cobrar. Eu, naturalmente, me aproximei do pé de romã e peguei a romã madura, já rachada, linda, que me esperava e que tinha sido reservada pra mim. Os sapos, desde então, além de me fazer recordar meu avô, me fazem recordar de tudo o que ele me ensinou ali. Foi um tratado ao não-preconceito, o que ele fez de forma tão naturalmente sábia, e acho que aprendi. É hipocrisia alguém dizer que não tem preconceitos. Todos temos, mas aprender a enxergá-los e a lidar com eles, colocá-los de lado, é o fundamental.

Hoje em dia adoro os sapos. Quando me aparece algum pelo quintal, olho e admiro da mesma forma que faço com um pássaro, um beija-flor. Deixo-o no quintal, e se aparecerem mais, tanto melhor. Tive uma infância de quintal, brincava subindo em árvores, telhados, muros, escavando na terra e sempre havia sapos nas épocas de chuva. Era sempre divertida a descoberta da presença de um sapo por lá. Uma companhia a mais, com seu espaço reservado. Os sapos têm lá sua beleza, mesmo, e eu adoro romã até hoje.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Complemento Baterístico Beatlemaníaco

Complementando o que postei abaixo e matando a saudade dos idos de 1997, aí estou eu, feliz e sorridente no Cavern Pub, em frente ao Cavern Club, em Liverpool (UK), prestes a comer um fish and chips e posando com cara de meio (ou por completo) abobalhado ao lado da bateria do Ringo.

Fiz o dito "Circuito Beatles" em Londres e Liverpool (UK) e em Hamburgo (Alemanha). Conheci o estúdio Abbey Road onde cometí uma das minhas maiores gafes da vida. Gafe da qual, aliás, não me perdôo. Segue o relato:

Estava eu em frente ao estúdio, era inverno, então todo mundo fica meio igual e igualmente elegante, até os homeless. Tirei fotos atravessando a famosa rua, assinei nas muretas da entrada do estúdio e, em dado momento, achando que o estúdio tinha uma parte de visitação pública, me dirigí à portaria principal. Havia acabado de chegar um carrão e tres caras, tão elegantes quanto eu, entraram convictos pela porta principal do Abbey Road. Fui, inocentemente, e entrei. Na época meu british English estava pra lá de fluente, e assim entrei e cumprimentei o recepcionista com um impecável "Good evening." e fui estúdio afora. Entrei e andei por corredores, vi portas fechadas, vi portas abertas, cruzei com pessoas (nenhuma conhecida) e, sempre cordialmente, dizia "Good Evening". Um verdadeiro lord-inglês-tupiniquim passeando dentro de nada mais nada menos que o estúdio mais famoso do mundo.

Eu continuei andando e queria encontrar uma porta com uma plaquinha onde estivesse escrito Studio 03, que era o estúdio mais usado pelos Beatles. Procurei, procurei, mas o local é grande e não tinha a plaquinha. O que fazer, então, eu, lord-inglês-tupiniquim? Claro! Voltar à recepção e pedir orientação. Lá fui eu de volta e me dirigi em inglês ao recepcionista:

- Please, where do I find the "Studio 03"?

- Are you a musician?

- Yes, I am, but I am here as a tourist, just to know the "Studio 03"

Mal completei esta frase e ele me olhou num misto de auto-reprovação e vontade de rir. A verdade é que a frase seguinte foi:

- I'm sorry, but you cannot get in here.

Era isso, o estúdio só era aberto pra pessoas com alguma agenda profissional. Nem as melhores argumentações filosóficas adiantariam, e não adiantaram. Turistas ficam só lá fora. Mas eu entrei logo atrás dos outros três caras e, mais que isso, entrei com aquela convicção inquestionável de quem está onde deve estar. Maldita hora em que decidi voltar à recepção pra pedir informações. Ainda conversei um pouco com ele, e foi bastante engraçado, porque eu estava arrependido de ter voltado pra falar com ele e ele estava ciente de que tinha falhado ao deixar entrar um turista. Perguntei se tinha gente famosa gravando alí naquele dia:

- Off course, every day.

- Who?

- I cannot tell you, I'm sorry.

E assim terminou minha saga pelo Abbey Road Studios. Agradeci... O clima de vontade de rir e arrependimento mútuo era inegável e voltei pro meu flat com um misto de felicidade e frustração. Felicidade por ter entrado em boa parte do estúdio (o que não era permitido a turistas e eu fiz) e arrependido por não ter continuado a andar e andar e andar sem voltar para pedir informação. Mas valeu! Hora de voltar praquelas bandas ou outras bandas distantes, além de tentar ver a Paul McCartney Band aqui no Brasil, mesmo. Já conhecí a casa do cara em Liverpool, por que não posso ir ao show?

The dream is not over, I'm sorry, Lennon!

Loretha, my Love

Eu tenho uma amante chamada Loretha, que é linda, deliciosa de ser tocada, é grande, soa bem, sabe se expressar quando eu a toco, sabe corresponder, é quase a amente perfeita. Loretha é minha amada, idolatrada, salve salve bateria. Ela não é simplesmente uma bateria, ela é A Bateria. E se o B.B.King pode ter uma guitarra com nome de Lucille, eu posso ter uma bateria com o nome de Loretha. Aí estamos nós em ação em um show na antiga Kashmir, com minha antiga banda.

Ah, quantos momentos de prazer já tive e tenho com a Loretha. Devo confessar que é uma relação meio sado-masoquista: sádica da minha parte, masoquista da parte dela... É lindo! Eu bato, ela reage positivamente, aí eu entro em delírio. É um amor que perdura desde 1996, quando ela entrou na minha vida. Já foi ouvida nas rádios por aqui. É a relação não sexal mais bem sucedida que já ouvi dizer por essas bandas... Talvez exatamente por não ser sexual. A cumplicidade é enorme. Tive outras antes dela, mas nenhuma das anteriores era tão fenomenal, embora renda aqui minha homenagem a elas (foram duas), pois foi nelas que aprimorei o toque. Não saberia fazer a Loretha soar tão orgasticamente não fossem as anteriores. Ainda assim, as anteriores são, simplesmente, as anteriores e a Loretha é a Loretha, amada Loretha.

Loretha é meu refúgio em momentos de ansiedade, mas também é meu refúgio em momentos de alegria e não há momento em que eu olhe pra ela e não me dê vontade de tocar. O único problema de uma bateria de verdade (pois bateria eletrônica não é bateria de verdade) é não ter volume, e os seres humanos, de forma geral, não tem a sabedoria e o tino musical para compreender o som de uma bateria.

Comecei tocando Beatles com vizinhos quando tinha 17 anos. Tocávamos só Beatles e só depois de muito tempo é que começamos a agregar novos repertórios do rock, da MPB, do jazz.

Meus refúgios prediletos são a música, a escrita e a fotografia. Preciso desses refúgios, sobrevivo graças a eles, respiro melhor, atenuo a angústia quase que inerente ao existir, ao menos ao meu. Nada como me sentar diante da Loretha, empunhar as baquetas e começar a tocar "sem rumo", terminando em um solo enfurecidamente controlado e ritmico. Não sei se mais alguém gosta, mas eu adoro!

She loves me, yeah yeah yeah... She loves me, yeah yeah yeah... She loves me, yeah yeah yeah yeaaahhhh...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Shakespeareando Um Pouco

Um dia Shakespeare estava a escrever, pensar e beber, e já tinha bebido bastante. Sábio homem que era, pensava se deveria continuar a beber ou parar. Decidiu continuar, mas quantas cervejas mais deveria beber naquele dia? Foi quando lhe surgiu a grande e célebre frase magistral e mundialmente conhecida: "Two beers or not two beers?" ao que o barman, impaciente, respondeu de bate-pronto: "That is the question!"

Muitos pensam que toda a sentença é de Shakespeare, mas não, o barman foi o grande responsável pelo complemento. Ao menos, em se tratando da Inglaterra, sabemos que deve ter sido cerveja de primeira qualidade, provavelmente "two pint beers", suponho eu. Um teor alcoólico a mais, uma obra mais prima.

Agora fico eu a pensar em mim, na minha vida, nos meus planos e na ausência deles (às vezes), e não tenho beers aqui por perto, nem vinhos, nem whisky (é assim que se escreve? sei beber!). Tem um licorzinho de jenipapo alí na geladeira, caseiro, bom, mas não se compara a uma pint beer. E, voltando aos questionamentos não alcoólicos, penso: "What is my question?".

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Instante Sagrado

Isto eu desenterrei da memória, agora. É um poema que fiz em 1989, por volta de setembro, e que acabou sendo adotado como o poema que faria parte do convite de formatura da minha turma de Engenharia Civil da UFG.
Também fui o orador e "choquei" o público ao apresentar uma crônica contando, de forma bem humorada e irônica, a história (meio verídica, meio fantasiosa) daquela turma de recém formados. Alguns adoraram (a turma, em especial), mas um senhor atrás da minha irmã e da minha então primeira-dama comentou "Vê se isso é discurso de se fazer numa formatura de Engenharia?!", indignado. Não era! Era melhor. Não tinha formalidade, nem era longo e era pra nós, formandos.
Mas voltando ao poema abaixo, foi escrito num quadro negro que eu tinha na área dos fundos da minha casa na rua 04, nº 163 do Setor Oeste (saudade de lá!). Acho que foi o único poema que eu escrevi num quadro negro. Os demais vão escritos em folhas de papel, em cadernos ou diretamente no computador. Aí vai o poema antigo, já com 20 anos de idade. Eu era um bebê e já escrevia poemas! Não sei se me lembrei dele direitinho, mas qualquer coisa eu corrijo ou completo depois:

Instante Sagrado

Mesmo com a morte do instante sagrado,
Sagrado é o momento do agora, porque assim o quisemos.
O adeus pra nada mais serve, se nem deus o conhece mais,
O momento é eterno porque vive dentro de nós.
Se choramos, então, é de felicidade!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A Pausa, o Silêncio

Não concebo uma sinfonia sem pausas,
Nem tampouco um solo de bateria sem paradas e viradas.
O equilíbrio está em balancear ação e pausa,
E não só na música ou no diálogo, mas na vida toda, em tudo.
Só não se pode ter a pausa total, o silêncio total.

A pausa na música, é música;
A pausa no diálogo, é diálogo;
O silêncio faz parte do diálogo, faz parte da música, é necessário.
Silêncio como parte, integra;
Silêncio como regra, desintegra, isola, destrói.

Os ouvidos são janelas abertas por onde entra vida naturalmente.
Os olhos são janelas que dominamos e deixamos a vida entrar quando queremos.
O que isola mais? Um ouvido fechado ou um olho fechado?
Pior de tudo é alma surda, espírito cego, bondade paralítica, o resto não é defeito,
É característica, é particularidade, é "capricho" desnecessário... De Deus?

Deu-se o tom, entoam o primeiro acorde os primeiros instrumentos,
E seguem em movimento inicial, e pausas, e silêncios da música e da platéia.
Até o silêncio desta, às vezes, é o aplauso mais veemente de estupefação!
Clap clap clap... surgem os ruidosos aplausos das mãos e os assovios,
Segue-se mais silêncio e mais som e mais ação e mais pausa.

Diálogo que não comporta silêncio é monólogo, ansiedade incontida.
Música que não comporta pausa é barulho desenfreado e falta de talento.
Temos dois ouvidos e uma boca, mas também dois olhos.
Devemos ouvir mais, observar mais, daí, então, falar com propriedade.
O silêncio e o som, a sabedoria da dosagem das notas, da harmonia...

A sabedoria do ouvir, do ver, do falar, enfim, do viver.
Viver em harmonia entre os movimentos do pêndulo que oscila pelos opostos
Passando sempre pelo ponto de equilíbrio.
Os extremos são necessários desde que o ponto de equilíbrio seja sempre tocado.
Psiu, silêncio: ouça bem o som quieto e manso desta linda madrugada.

Escrito em: 07/05/2009 (01:02h)

Amor e Brasa... Paixão e Fogo

Há pessoas que sabem amar.
Há pessoas que apenas dizem saber amar
Mas cobram o que não se cobra,
O que só surge naturalmente.
Querem uma exclusividade doente
Que vai além da desejada lealdade.

Amar é simples e complexo:
Simples pela ausência quase total de regras exatas;
Complexo exatamente pelas mesmas razões.
Ama-se ou se deseja uma posse impossível?,
Uma exclusividade impossível?,
Uma dedicação quase à beira da anulação?

Confunde-se amor e paixão!
Confunde-se brasa que aquece contínua com chama que se apaga;
E se a cobrança é grande, a cobrança é, então, água
E apaga o fogo, e enfraquece a brasa.
E a fumaça intoxica o nariz, os olhos, a visão
E aí no meio, tudo se perde, por fim...

Escrito em: 14/03/2009 (12:03h)

Pós Carnaval

Ah, que festa linda e vazia me parece o carnaval. Quatro dias de insuportável alegria fútil a desfilar por todos os cantos. Todos tão alegres, todos tão bem, todos tão superficiais. Muitos me apedrejarão e me jogarão pedras por eu denegrir a imagem carnavalesca do país, mas o país emburrece, para, paira na superficialidade de uma alegria inventada, artificial. Nem mesmo aquele tom reflexivo do carnaval de Veneza há aqui. Carnaval e futebol. Nossos orgulhos? Acho que não. Nossa moeda de venda barata. Nossa imagem fútil, imbecil, colorida, bela (por que não?).
Carnaval... Para o "planeta Brasil". Planeta, pois parece que nos esquecemos do resto do mundo. É bom saber lidar com os problemas, saber colocá-los de lado vez por outra, mas esquecê-los, não. Criticamos tanto os americanos por olharem tanto pra si mesmos e fecharem os olhos ao mundo, e fazemos da mesma forma nos carnavais e copas do mundo. Patéticos comportamentos, ambos! Será só nessas ocasiões? Tenho dúvidas. Às vezes não enxergamos a própria futilidade... Nossa futilidade estampada em forma de carnaval e futebol, e tão glorificada até por intelectuais. Valha-me!
Alalaô ôôô ôôô, mas que calô ôôô ôôô...

Escrito em: 23/02/2009 (15:29h)

Há Dias

Há dias em que a mente, mais habitada por pensamentos criativos, faz os dedos se moverem em processo criativo. Noutros dias, somos como moscas mortas a ressecar seu exoesqueleto ao vento, ao sol. Há dias em que a cabeça gira, e é como que em uma roda gigante rodeada de belas paisagens, como aquela às margens do Tâmisa. Há dias em que a cabeça gira, e é como que em um tufão, desordenado em meio ao ordenado caos que rege tudo.
Hoje acordei de um pesadelo enorme! Fui para as ditas abluções (palavre estranha, esta) como quem tinha sido salvo de uma vida paralela, uma ida paralela. Personagens conhecidos e desconhecidos neste sonho/pesadelo. Tudo louco, como devia estar a minha loucura. No café da manhã, meu rosto, meu semblante, transparecia o choque de quem acaba de sair do meio de uma tragédia imensa, mas também ainda sem entender bem. Será que algum dia nos entendemos, mesmo?
Os sonhos, "A Interpretação dos Sonhos"... Ah, Freud, muitos tentam te atacar por tanto se atracarem em si. Não és o dono da verdade, mas gosto de mergulhar nas parcas psicanálises que sei. Gosto de me buscar em meio a estes furacões. Às vezes vejo alguma luz na interpretação, às vezes não.
Agora só me lembro da sensação, mas não mais do que ocorria. É estranho, isto. É olhar pra dentro de si mesmo, é criar, ver a si próprio com os próprios olhos internos e não compreender. É você falando pra si mesmo algo a ser compreendido, e não compreendendo aquela mensagem do id, o nome chique do inconsciente. É estranho "saber sem saber que sabe", e estamos todos no mesmo barco, ainda que sejamos, também, barcos individuais num imenso mar de igualdades... nem sempre justas, diga-se.
Isto é a vida! Não me acostumo fácil. Sou birrento!

Escrito em: 18/02/2009 (00:10h)

Margens Largas Estreitas

É tanta margem de erro neste rio quase sem margens,
Sem matas ciliares,
Sem matos protetores,
Cheio de predadores, e me sinto indefeso.

Não, as margens de erro são pequenas. Grande só pros predadores.
Eu sou caça, não caçador.
Me esgueiro como posso,
A mata, mata e é vida, como pode ser.

Gritar pra que, se Deus não dá atenção a birras infantis?,
E somos todos tão infantis!
Correr pra que? Pra onde?
Os predadores habitam nossas paranóias e nossa realidade.

É difícil se dividir, como é difícil se unificar, introjetar vida.
Sou uno, sou duo, sou não sei quem, ou que.
Ser humano não é fácil.
Por isso muitos se tornam máquinas de viver.

E fingem viver alegremente, ricamente, em sucesso,
E fingem viver...
Poucos vivem, mesmo.
Poucos se arriscam mesmo nessas margens largas estreitas.

Escrito em: 17/02/2009 (23:48h)

Assalto de Viver

Assalto de emoções,
Assalto de transgressões,
É este o viver.

Regras são regras,
Vida é vida.
A consciência é a mãe dos atos.

Se livre ou não,
Depende do ser,
Da subjetividade;

Da liberdade,
De certas jaulas mentais,
Da vontade;

Da independência dos tabus,
De depender de regras humanas,
Sempre tão humanas.

Não há Deus que nos permita,
Não há Deus que nos proíba,
Nós somos deuses irresponsáveis.

Regras são regras,
Vida é vida,
A consciência é a mãe das escolhas.

Viver com menos regras,
Viver mais consciente,
Chave que abre sorrisos e encantos.

Viva!
Arrisque-se!
Viva o risco de ser feliz.

Escrito em: 24/02/2008 (02:12h e 12:22h)

Aponta-me o Dedo

Aponta-me o dedo acusativo!
Deixo barato se não conseguires alcançar meu nariz.
Caso o alcance, que saibas correr rápido!
Vou ao teu encalço a te fazer provar tuas inocências
Em meio a tantas demências.

Aponta-me o dedo acusativo,
Pois acusar é sempre mais fácil que admitir falhas;
E que não encostes em meu nariz,
Pois assoarei sem dó toda a sujeira que apontas
E reconhecerás tanta semelhança!

Olha para mim, como a um espelho.
Os seres humanos são tão irrisórios no existir,
Tão diferentes, mas também tão iguais e previsíveis...
Vá, aponta-me o dedo acusativo,
E ele te será decepado junto ao pescoço, um dia.

Escrito em: 22/04/2008 (22:13h)

O Eu Insuportável

É insuportável não conseguir não me enxergar.
Enxergo-me em demasia, mergulho em mim demais: dói, corrói.
Não consigo mentir o que não sou,
Não consigo fingir o que não sou, o que não sei.
Torno-me presa fácil, alvo fácil, vida difícil de viver assim.

É insuportável me ver ao espelho e me saber
Sem enganos, com tanta crueza, sem sutileza, com tanta rigidez
De julgamento, de exigências, de clemências,
De auto-piedade, de maldade, de boba-bondade.
Torno-me alvo, presa, caça, de difícil deglutição pra mim e outros.

O espelho me mostra um homem que é menino,
Um homem que tem medos infantis, pueris, mas doídos como quê.
O espelho me mostra o tempo
Melhor que qualquer relógio ou ampulheta
E meu coração salienta mais e mais as batidas em vão, a falta de paixão.

O espelho mostra o monstro e o bom,
Mostra o que queria ser, no meu olhar, e o que não sou, na sobrancelha franzida.
Mostra-me um olhar desalentado
E uma esperança meio perdida, mas insistente, cambaleante.
O coração bate, os olhos choram, a boca ri e cala o grito.

Às vezes sou insuportável pra mim mesmo,
Às vezes acho que a culpa é do mundo, que não se olha no espelho,
Que não se reconhece; não se enxerga.
A futilidade alheia me fere, bem como a paranóia coletiva.
E o coração bate com medo, inseguro.

É insuportável não conseguir não me enxergar,
Olhar-me e enxergar-me tão podre, tão gente, tão vulnerável e pequeno.
É quase insuportável o existir, existindo mesmo.
Existir atrapalha a viver. É preciso fingir um pouco, ao menos.
Sou péssimo nisto. Acabo por atirar pedras... no espelho, até.

Escrito em: 10/02/2009 (23h33)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Tênues Fios da Escravidão

Li agora há pouco no blog da Fernanda: "Acredito nas escolhas pessoais, intransferíveis e conscientes." Eu acho também que fazemos escolhas pessoais e intransferíveis, mas conscientes? Não creio! Nosso id (ou inconsciente) é o que nos domina na esmagadora maioria das vezes. E não é exagero dizer esmagadora, pois é esmagadora, mesmo. Até mesmo nossas decisões mais conscientes e mais pensadas e refletidas saem, sem que o saibamos, ou sabendo em teoria, do nosso temido e inevitável id ao qual somos escravos. Escravos como o escravo de Michelangello, alto, forte, potente e imobilizado por tênues fios, prisioneiro de fios que ele, em teoria, poderia arrebentar com um simples movimento mais brusco e sem tanta força.
Ouvi dizer que fazem exatamente isto com os elefantes no circo. Eles ficam, ainda segundo o que li, presos por uma pata a um toquinho de madeira fincado no picadeiro.

Há neles força suficiente para arrancar aquele toquinho, arrebentar aquela corrente e sair. E por que o elefante não sai? Porque ele foi amarrado ao toquinho quando era ele também um toquinho de elefante. Se esforçou, tentou, se estafou e não conseguiu. O toquinho era intransponível para o elefantinho. E agora, o elefantão? O toquinho "cresceu" junto com ele dentro da cabeça dele, no id, e ele continua prisioneiro.

Nossas maiores clausuras são assim: toquinhos ou fios tênues que nos são impostos em tenra idade. Daí, depois de adultos, pouco adianta lutar. Mesmo descobrindo que os fios são tênues, que o toquinho se solta com um simples movimento, continuamos presos e presas. Não saberíamos fugir, nem por que fugir, nem pra onde fugir, nem o que fazer. No fundo somos todos prisioneiros em fios tênues do nosso id, por mais ultrapassado que esteja o termo.

Nossa consciência é fraca. Quem manda, quem comanda, quem domina, dita as regras e escraviza é nosso inconsciente. Análise ajuda, mas demora. To na fila de espera!

Águas de Dezembro

E chegaram as águas de dezembro. Chegaram antes de dezembro, já que todas as águas são uma água só. Chegaram sem o charme das águas de março, mas isso é charme possível pro Tom, não sou nem Jerry. Caem molhando tudo como se o céu, adivinhando minha necessidade, chorasse por mim, mas aquele choro sem pena ou piedade de quem está por perto. Os trovões gritam por mim e os raios são olhares fuzilantes que emito em direção às coisas que não gosto. Sou mesmo tempestade... mas eu tento ser bonança, eu tento, juro que eu tento.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Despedida

Eu me despedi com a certeza de quem deseja, desde já, o reencontro.
Eu me despedi como quem se despede cumprimentando,
Pegando pela mão, tomando pelos braços, enlaçando a cintura, beijando os lábios.
Me despedi acariciando os cabelos e tocando os seios,
Sentindo o movimento interno e externo da vontade e da sede de manter
O amor, o querer, a capacidade de aturar... aturar a mim mesmo diante do mundo.

Eu me despedi com a certeza da dor latente, da vontade querente.
Eu me despedi como quem empurra segurando pelo braço,
Como quem expulsa de casa sem deixar chaves nas portas, nenhuma janela aberta.
Me despedi em meio ao açoite compreensivo de quem se analisa e se condena
E, em meio à análise, analisa toda a situação, toda a própria limitação.
E o desejo a gritar, a solidão tomando espaço e tendo, de qualquer forma, que me aturar.

Eu me despedi como quem se despede de uma jóia viva,
De uma música querida que não posso ouvir mais... Impossível ouvir mais!
Dei adeus a um pedaço de mim, também... Com dor, mas sem arrependimento.
Vivi, amei... Amo! Continuo vivo, mas cambaleante, pela despedida.
A vida é mesmo feita de despedidas, mais que de encontros, mas este... ai, doeu!
Este fui eu que decidi, fui eu que me senti incapaz! Daí doi mais, e como! Eu disse adeus a Deus.

Eu Fotografo!

Eu fotografo os momentos, as paisagens, os pássaros, os animais, as obras, as pessoas e eu mesmo. Eu fotografo... Eu simplesmente fotografo, e cheio de pretensões. Eu tento ver melhor através das lentes, que já se multiplicam por além das lentes oculares normais e dos óculos. Agora, a mais, as lentes da câmera... e são várias: grandes angulares, normais (50mm) ou teleobjetivas. Às vezes tento um "olho de peixe" pra tentar um 360° e abranger mais, mas a distorção é inevitável. Congelo o que me captura a atenção nas fotos que ouso, fora disso, memorizo os sons em seus pormenores; as nuances que não são possíveis de ser congeladas, memorizo; dos toques, me lembro, me arrepio; tento me sentir melhor, tento me entender melhor e tento isto por meio da observação alheia. Dizem, pois, que tudo é projeção e espelhos, inclusive nós. Que façamos bom uso da imagem narcizística que nos rodeia, seja pra onde for que olhemos. Daí eu fotografo, além do muito que já observo. É pena que não dê pra fotografar, com algum espectro ou histograma, minha alma e meus pensamentos. Daria pra ver em quais pensamentos o histograma penderia para a esquerda (pensamentos escuros) ou penderia para a direita (pensamentos claros). Alguns até ficariam centralizados, naquele ponto confortável do existir que leva a belas fotos, belos momentos, belas convivências e amores. A gente precisa aprender a controlar melhora as imagens pra poder fazer o histograma ficar mais tempo no centro! Eu fotografo, mesmo sem saber, fotografo. Eu fotografo com a câmera, com o olhar, com o ouvir, com o tocar, com o cheirar, com o provar, com o intuir, com o sentir. Depois de tudo, no que me incomoda, tento um "photoshop" da vida. Mesmo assim, fotografo!