quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Ref.




Sem um ponto de referência, uma bússola e um norte de nada adiantam, pois se desconhece sul, leste e oeste também.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Pró-cura

Imagem: Wald Disney Pictures - Jessica Rabit
Ela se acha
Mas não se encontra

     Por isso os olhares fatais
     As roupas sensuais
     As poses propositais

Ela se encontra
Mas não se acha

     Cadê?
     Quem é?
     Por que? Pra que?

Pró-cura:
Quero que ela seja!

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Perecimento

Não sou nada do que pareço
Pereço em gotas
Não sou descolado, livre
Não sou decente, alegre
Sou um tanto demente

Não sinto prazer ou sorrio
É tudo um rasgo
De rosto, de alma
Falta-me um tanto de calma
E um monte de sabedoria

Não sou nada
Sou só quase um tudo
Que é pouco
Pois tudo perece
Em gotas seguidas sem fim

Habeas corpus

Eu só queria um habeas corpus que me concedesse liberdade condicional ou liberdade provisória ou algum tipo de liberdade.

O que é

Quem escreve não escreve só sobre o que está a acontecer ou o que aconteceu. Escrever é delinear palavras sobre acontecimentos e sentimentos possíveis e passíveis ou não de acontecer. A ficção pode ser realidade e a realidade, mera ficção.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Passarinho




Às vezes penso como passarinho
Vejo as coisas do alto
Quase toco as nuvens
E roço a cabeça nas asas dos anjos

Às vezes não sou bem um pássaro
Mas voo alto até os cumes
E me deixo cair sem pousar
Em estrépito ao chão

Passarinho II

Por mais que busque, é oculto
Qualquer sentimento bom
Hoje dentro de mim, utopia
Qualquer altruísmo ou bondade
Hoje sou agonia

Por mais que queira, é nulo
Qualquer caminho a seguir
Hoje o mundo é labirinto
Sombrias passagens, perigos
Hoje é tudo mito

Por mais que queira sorrir
Qualquer movimento rasga
Hoje esgarça meu rosto
Penso em subir alto e ver o céu
Daí brincar de passarinho

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Sintoma

Arte: Tonho Oliveira - Porto Alegre/RS



É a moda vigente - patética e vazia - a de se colocar nas redes sociais (palavra e coisa que nem existia há bem pouco tempo atrás) tudo o que está fazendo: onde está fazendo, com quem está fazendo, porque está fazendo, como está fazendo, o quanto é bom, o quanto é bonito, o quanto é diferenciando, o quanto é impar, o quanto é importante, o quanto é genial, o quanto deve ser admirado, o quanto é chique, o quanto dá status... Fico pensando se, com isso tudo, dá tempo de "curtir" de verdade o que se faz.

E eis que reinam no mundo o mundano e o medíocre... Reinam os escravos de Jó... É que quem é raso, não consegue mesmo se aprofundar, não vê essa dupla perspectiva.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Arte

E ela teria que catar meus trapos, enxugar meus prantos, recolher meus cacos, todos em pedaços e, em meio a tudo isso, ainda ter olhos pra ver arte e criar retalhos e mosaicos. Fazer arte comigo.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Terá?

Pensar na vida como uma jornada que termina... é preciso pensar algo... mas terá ela um fim?

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Né?

Tem uma quantidade incontável de pessoas querendo salvar o mundo (etnias, grupos, animais etc.), mas essas mesmas pessoas, em sua maioria, são incapazes de enxergar um moribundo caído do próprio lado. Apenas saltam, passam por cima sem ver e seguem seus discursos utópicos e sintomáticos.

Acho que o "lema vigente" é: "Ou 'grandes causas' ou nada."
Patético!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Insanos

Fotografia: Ivan Bueno


Frente a frente:

As pessoas se vão, inevitavelmente... As pessoas não vêm quando se quer ou se precisa... Nem as entidades máximas vêm! As pessoas não são o que se deseja diante de um não são... Nem as entidades são! Somem... se vão em vão.

Univer...SOS


O universo foi restrito
Contido num quintal
Entre poucos cômodos e paredes
Pouca vida

Vazio existir
Horizonte limitado
Vista restrita por muros
Andar contido por grades

Nós e amarras aos tornozelos
Poucas chaves
Algumas claves
Gritos silenciosos de SOS