sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Se ame (ses)

Formar um casal não é o mesmo que dar à luz gêmeos siameses, que não sabem e nem podem se desgrudar, pois correriam "risco de vida".

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Alerta do avô!

Já dizia meu avô materno, no alto de sua sabedoria própria: "Tenha um pé atrás com quem não gosta de plantas, animais ou crianças. Há de se prevenir!" Foi quem me ensinou a gostar de sapos.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Porque

Voou alto o pássaro e
Do alto mergulhou

Parou de bater as asas
Porque quis

Fechou os olhos
Pra não ver

Largou-se em voo cego
Porque sim

Sentiu o vento em si
Porque bom

Aterrissou em estrondo
Porque fim

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Quiçá

Talvez a (boa) loucura seja tão somente uma permissão, uma permissão de liberdade para viver para si, não para os outros ou para os "sistemas".

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Sangria

Há uma lágrima que escorre
Enquanto a música transcorre
Nota por nota
Gota por gota
Pulso por pulso

Há uma dor que se faz sentir
Mesmo se a postura é quieta
Assento por assento
Pé ante pé
Costas no encosto

Há um clamor silencioso
Um olhar que se volta pro céu
Nuvem por nuvem
Anjo por anjo
Cada pedaço de deus

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Confissões inéptas

Ao se dizer algo que seja extremamente confessional, é bom que se tenha em mente que quem ouve normalmente não é padre regulamentado. Não sabe aconselhar, nem calar, nem se isentar do julgamento e da sentença.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Reinvenção

Imagem: M. Levacy
Um fantasma de mim
Tenta, tenso, ser a virgem maria.
Buscaria um milagre?

E nem é virgem
E nem sequer maria.
É um joão errante, gritante.

Um fantasma de si
Fugindo do espectro em que está:
Um joão até pouco só.

E agora, ainda sem maria,
Nem liga pra virgindade,
Prefere fugir da maldade

E sem maria encontra claudias
Em cada canto, ponto,      
Cada sorriso, cada sombra.

O fantasma morreu
E revivi-me joão alguém.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Sou

Sou de vagar, quase praiano, mas me falta ir a mar.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Entretantos

Arte: Tonho Oliveira - Porto Alegre, RS
Entre tantos entretantos
Finalmente compreendi
A pausa, o silêncio
O suposto ponto final
Que não é o fim do autor
Nem sequer ausência de cor

Entretanto, entre tantos de nós
Reina ainda a ignorância
Prevalece a insana ganância
Do querer sem ser
Ou de ser sem querer
Nesses valores in versos

Fala gera intimidade
Silêncio comprova
Olhares que se trocam
Almas que se tocam
Antes de mãos e tais
Entre tantos sutis senões