domingo, 26 de julho de 2020

Multidões

Em mim, aglomeram-se multidões
Uma que canta, outra que chora
Uma que anda, outra que corre
Uma parece cair, outra se recobra
Uma que chora saudosa, outra que brinda o encontro

Em mim, habitam pessoas diversas
Uma que vive o agora, outra remove o outrora
Uma que quer silêncio e outra que cantarola
Uma presa à ansiedade, outra desfrutando o aqui, agora
Uma que ri, outra que chora

Vivem em mim tantos eus, tantos outros
Que, até no calar mais íntimo, há conversa
Uns se cumprimentam, outros não se olham
Há monstros, há deuses e há demônios
Em mim, enfim, vive um eu e tantos teus... multidões