terça-feira, 12 de novembro de 2024

Rush! Run if you can....

Algumas pessoas não conseguem lidar com o mundo da forma como ele é, ou como elas própria são, se sentem impotentes para mudar as coisas e então ficam totalmente loucas. Desperdiçam suas vidas em desilusões, paranoia, raiva inconsequente e neuroses, e no processo em geral tornam a vida de quem está ao redor delas uma tristeza. 

Neil Peart
Rush - Através das Décadas, pág. 792

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Habitantes

Imagem Freepic (internet)

Ainda se mesclam em minha memória e meu afeto o que foi de bom, o que foi real, o que foi de ruim e o que foi de irreal. Ainda perambulam lado a lado verdades e mentiras e meias verdades, que mentiras são, como que fantasmas a atordoar minha mente. Ainda me faço amiúde a pergunta de onde esteve o amor, de onde esteve a carência, de onde esteve o sexo e de onde esteve o puro interesse social e financeiro. Quais foram, aparte de mim, os personagens que foram meramente fictícios, se é que houve algum real, além de mim. Se é que eu fui um personagem real ou se, como tantos homens no processo cego de autoengano, me acomodei em me enganar e me aconchegar no colo da mãe no corpo d’outra. O rumo me pede a direção, mas por enquanto tudo parece sem sentido. Quero ficar só, mas não quero ficar só. Quero limpar a casa de todas essas energias das quais está impregnada, nessa salada maldita de pretensas crenças benditas. Quero limpar, colocar mais música, tirar os aromas antigos e colocar novos. E quero, acima e antes de tudo, que seja tudo e todos permeados por luz, leveza, paz e amor.

domingo, 10 de novembro de 2024

Réquiem...

Imagem da Internet
Cinco linhas e quatro espaços para duas pessoas
Mi, sol, si, ré, fá
Fá, lá, dó, mi
Fora bemóis e sustenidos
Pausas, definitiva pausa, finalização do adágio, presto

Sejamos semibreves, no semínimo, ao relatar
Para não atordoar o leitor que ora põe os olhos
Nesta partitura, iniciada em papel suposto em branco
Preenchida com belas notas e melodias
Mas também um certo exagero de falsetes
Não era o que se pensava escrever que era escrito

O papel da partitura, suposto branco,
Demonstrou tons amarelados, envelhecidos, escuros
As notas representadas ali começaram a escorrer a tinta
A melodia era cantada, então, não somente em falsetes
Mas em falsidades explícitas

Fá lá, some, tenha dó de sí e de mí
Deixe de ser ressonância de música macabra disfarçada
Um réquiem que anuncia o luto de gente viva
E um coração, este metafórico, que morre e se enluta
E uma alma que não parece, no momento, encontrar muitas esperanças

Sejamos mínimos nessa pausa desse réquiem, nesse relato
Nessa vivência, nessa carência de ritmo, de arranjo
De um carinho dos seus, de um anjo, um arcanjo, de deus
Oremos em brado raivoso e de aceitação
Urremos a dor que corrói o que destruído já foi
Lá se vai sem mí, sem sí, sem dó nem piedade



segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Da dor

Tem doído, tem doído muito
abrir mão (ter que abrir mão)
do amor que sinto
e ter que deixar que a razão
tome as rédeas da situação
que já ia perdendo o controle.

Dói ver e não ocorrer mais o abraço,
não ocorrer mais o brilho de alegria nos olhos
(agora seguem opacos ou restam
marejados de tristeza).

Amo, e amo demais.
Sou grato, e sou grato demais.
Foram quase sete anos muito felizes.

Sempre amei, talvez sempre ame.
E vamos para caminhos diferentes.
Vou sentir falta,
vou sentir muita falta.

Espero ao menos que deus
conceda a graça da amizade,
da admiração e do respeito.
Amarei sempre e serei
eternamente grato.