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Cinco linhas e quatro espaços para duas pessoas
Mi, sol, si, ré, fá
Fá, lá, dó, mi
Fora bemóis e sustenidos
Pausas, definitiva pausa, finalização do adágio, presto
Sejamos semibreves, no semínimo, ao relatar
Para não atordoar o leitor que ora põe os olhos
Nesta partitura, iniciada em papel suposto em branco
Preenchida com belas notas e melodias
Mas também um certo exagero de falsetes
Não era o que se pensava escrever que era escrito
O papel da partitura, suposto branco,
Demonstrou tons amarelados, envelhecidos, escuros
As notas representadas ali começaram a escorrer a tinta
A melodia era cantada, então, não somente em falsetes
Mas em falsidades explícitas
Fá lá, some, tenha dó de sí e de mí
Deixe de ser ressonância de música macabra disfarçada
Um réquiem que anuncia o luto de gente viva
E um coração, este metafórico, que morre e se enluta
E uma alma que não parece, no momento, encontrar muitas
esperanças
Sejamos mínimos nessa pausa desse réquiem, nesse relato
Nessa vivência, nessa carência de ritmo, de arranjo
De um carinho dos seus, de um anjo, um arcanjo, de deus
Oremos em brado raivoso e de aceitação
Urremos a dor que corrói o que destruído já foi
Lá se vai sem mí, sem sí, sem dó nem piedade