A vida dá muitas voltas. Às vezes as voltas nos tonteiam, caímos, levantamos e seguimos, e às vezes as voltas do mundo nos aprumam e nos trazem de volta pra nós mesmos. Meus antigos álbuns de retratos ganharam nova cor.
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Não há fim
Ensimesmada e eu mesmo caído
Olha-me nos olhos
Agarra-me a alma, o peito
Reencontro um olhar há tanto desfeito
Perdido no tempo
Um tempo que nem passou
Não de verdade
Coisa einsteiniana, dobrou-se o tempo
Diz-me te amo e respondo também
Encontramo-nos no alto, no ato
Numa mesa de bar
Como que num altar, um atar
Um reatar de algo que nem se rompeu
Mas nem sabíamos
Não antes disso, não antes dito
E o tempo pula
E pulamos nós, em alma, em corpo
Acimamos um tempo
Começamos outro de agora além
Coisa mágica, coisa linda
Não há coisa assim que se finda
sábado, 16 de agosto de 2014
Traços da solidão...
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Arte: Sarolta Bán |
Somos uma sobra dum quadro pintado que caminha por um deserto habitado e desabitado. Somos várias pessoas-sombra que caminham sem tomarem conhecimento umas das outras. Em cada pintura egoísta só aparece um. Queixam-se da solidão e não se enxergam mutuamente. Caminham tão sem vida que nem sequer deixam rastros na areia. Caminham sós, lado a lado, mas sem companhia, rumo a um nada ou a um algo que desconhecem. O rumo traçado é falso e incerto e o que têm de concreto, ao alcance das mãos, é menosprezado. A pomba da paz tenta alertar para os atritos resultantes da solidão coletiva, do egoísmo e do egocentrismo, desse caminhar solitário em companhias aparentemente invisíveis, não vistas, mas nem é ouvida e apenas voa seu voo habitual e cata as migalhas deixadas pelo caminho pelos caminhantes por pura displicência consigo mesmos. A paleta de tinta e os pincéis foram deixados, abandonados, e tudo parece se resumir a um céu nublado, uma pessoa só e uma pomba à toa. E o pintor, por que nos abandonou? Ou fomos nós os pintores esquecidos que deixamos nossas paletas e pincéis para trás? Acho que sim, mas via de regra tendemos a culpar Outrem. É sempre mais cômodo um dedo além do que reconhecer-se responsável ou, no mínimo, corresponsável.
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quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Presente
O mundo dá mesmo muitas voltas, e volta e meia, nessas voltas inteiras do mundo, nos remete ao resgate de coisas, de nós, de outros, às vezes traz presentes do passado que não passou.
domingo, 3 de agosto de 2014
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Santo, santo, santo...
Todos querem se fazer salvadores. Uns de almas, outros de corpos, outros de gentes, outros de bichos, mas todos querem, e querem fazer disso sua santidade imaculada, normalmente hipócrita. O fanatismo só muda de nome e categoria, mas é o mesmo aqui e acolá.
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terça-feira, 22 de julho de 2014
Paciência
A paciência não me habita mais
Deu as mãos à esperança
E saíram por aí... bem distante foram
Sucumbiram no nada
Deu as mãos à esperança
E saíram por aí... bem distante foram
Sucumbiram no nada
quarta-feira, 16 de julho de 2014
segunda-feira, 16 de junho de 2014
Aforismos....
Onívoro
Os cães são mais calóricos, os gatos mais dietéticos. Me agradam ambos, sou onívoro.
Hein?
Freud explica... Freud implica?
Os cães são mais calóricos, os gatos mais dietéticos. Me agradam ambos, sou onívoro.
Hein?
Freud explica... Freud implica?
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sábado, 14 de junho de 2014
A mão e o porto
Se a mão pausa
no porto
em que navio nenhum
atraca,
é pausa inútil,
é porto morto,
é mão sem fim.
Se o fim
da mão
não é o porto,
mas a busca
de navio que atracaria,
encontrou-se
em lugar tardio ou precoce.
É preciso
dar um rumo,
um leme, um norte
pra essa mão,
em uma primeira
ou, melhor,
uma segunda demão.
no porto
em que navio nenhum
atraca,
é pausa inútil,
é porto morto,
é mão sem fim.
Se o fim
da mão
não é o porto,
mas a busca
de navio que atracaria,
encontrou-se
em lugar tardio ou precoce.
É preciso
dar um rumo,
um leme, um norte
pra essa mão,
em uma primeira
ou, melhor,
uma segunda demão.
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