Eu fotografo os momentos, as paisagens, os pássaros, os animais, as obras, as pessoas e eu mesmo. Eu fotografo... Eu simplesmente fotografo, e cheio de pretensões. Eu tento ver melhor através das lentes, que já se multiplicam por além das lentes oculares normais e dos óculos. Agora, a mais, as lentes da câmera... e são várias: grandes angulares, normais (50mm) ou teleobjetivas. Às vezes tento um "olho de peixe" pra tentar um 360° e abranger mais, mas a distorção é inevitável. Congelo o que me captura a atenção nas fotos que ouso, fora disso, memorizo os sons em seus pormenores; as nuances que não são possíveis de ser congeladas, memorizo; dos toques, me lembro, me arrepio; tento me sentir melhor, tento me entender melhor e tento isto por meio da observação alheia. Dizem, pois, que tudo é projeção e espelhos, inclusive nós. Que façamos bom uso da imagem narcizística que nos rodeia, seja pra onde for que olhemos. Daí eu fotografo, além do muito que já observo. É pena que não dê pra fotografar, com algum espectro ou histograma, minha alma e meus pensamentos. Daria pra ver em quais pensamentos o histograma penderia para a esquerda (pensamentos escuros) ou penderia para a direita (pensamentos claros). Alguns até ficariam centralizados, naquele ponto confortável do existir que leva a belas fotos, belos momentos, belas convivências e amores. A gente precisa aprender a controlar melhora as imagens pra poder fazer o histograma ficar mais tempo no centro! Eu fotografo, mesmo sem saber, fotografo. Eu fotografo com a câmera, com o olhar, com o ouvir, com o tocar, com o cheirar, com o provar, com o intuir, com o sentir. Depois de tudo, no que me incomoda, tento um "photoshop" da vida. Mesmo assim, fotografo!
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