Você chegou como luz que iluminou meu escuro,
Como aquela que derruba o espantalho para não amedrontar o pássaro...
E então te toquei as mãos, os braços,
Te puxei pelo pescoço e te beijei.
Pela primeira vez senti teus seios levemente, então.
Deste momento em diante, tudo voou:
Desejos, planos de "para sempre" encantados,
E me sentí capaz até de ser herói,
Mas todo conto de fadas tem uma pitada ácida de caos e é mito.
Me iludí, enganei a mim mesmo
E caí na armadilha minha... caístes junto.
Fomos de cabeça e coração, sem capacete, sem proteção
E eu encantado com teu sorriso, com teu carinho,
Com teu sexo, nosso sexo, nosso aconchego e cumplicidade...
E como você chegou, chegou a síndrome de Kafka
E dentro de mim as convicções de então se transformaram:
O desejo foi mantido intacto, mas o herói foi morto e aniquilado;
O amor, acuado pela limitação do inseto-eu...
Difícil compreender o inseto! Difcil ser... e somos.
E, ainda que encantado, o inseto recuou com medo e incompetência;
Entrou na toca, achando ali se proteger...
E os pés de Kafka queriam pisar, esmagar.
Ah... tudo delírio meu! Kafka ou seu insteto, sou tudo eu!,
Eu em constante medo e metamorfose:
Recuando, incapaz de ser humano, apenas um inseto estranho ou humano demais
A sonhar com teus seios nús em minhas mãos,
Com tua boca em minha boca, com tua boca em todo meu corpo e a minha no teu,
E a tua cabeça relaxada em meu peito à noite.
Resta-me, por respeito, a solidão... solidão de inseto, solidão de gente,
Resta-me o resto e o rastejar em seis patas,
Para, depois, num acesso anti-kafkiano, me tentar manos inseto, mais ereto e sapiens.
Escrito em 12/12/2009 (22:56h) e 26/12/2009 (14:12h)
Como aquela que derruba o espantalho para não amedrontar o pássaro...
E então te toquei as mãos, os braços,
Te puxei pelo pescoço e te beijei.
Pela primeira vez senti teus seios levemente, então.
Deste momento em diante, tudo voou:
Desejos, planos de "para sempre" encantados,
E me sentí capaz até de ser herói,
Mas todo conto de fadas tem uma pitada ácida de caos e é mito.
Me iludí, enganei a mim mesmo
E caí na armadilha minha... caístes junto.
Fomos de cabeça e coração, sem capacete, sem proteção
E eu encantado com teu sorriso, com teu carinho,
Com teu sexo, nosso sexo, nosso aconchego e cumplicidade...
E como você chegou, chegou a síndrome de Kafka
E dentro de mim as convicções de então se transformaram:
O desejo foi mantido intacto, mas o herói foi morto e aniquilado;
O amor, acuado pela limitação do inseto-eu...
Difícil compreender o inseto! Difcil ser... e somos.
E, ainda que encantado, o inseto recuou com medo e incompetência;
Entrou na toca, achando ali se proteger...
E os pés de Kafka queriam pisar, esmagar.
Ah... tudo delírio meu! Kafka ou seu insteto, sou tudo eu!,
Eu em constante medo e metamorfose:
Recuando, incapaz de ser humano, apenas um inseto estranho ou humano demais
A sonhar com teus seios nús em minhas mãos,
Com tua boca em minha boca, com tua boca em todo meu corpo e a minha no teu,
E a tua cabeça relaxada em meu peito à noite.
Resta-me, por respeito, a solidão... solidão de inseto, solidão de gente,
Resta-me o resto e o rastejar em seis patas,
Para, depois, num acesso anti-kafkiano, me tentar manos inseto, mais ereto e sapiens.
Escrito em 12/12/2009 (22:56h) e 26/12/2009 (14:12h)
Nossa como esse me escapou?....Suuuper minha cara!rsrsrss
ResponderExcluirTão lindo e de uma intensidade pertubadora!
Acho que o amor pertuba mesmo...qdo fica ou qdo vai embora...é um pulo no precipício... a gente pensa que esta voando e qdo percebe já estamos caindo...O importante é se atirar...As feridas das quedas sempre se curam e a sensação do voô é i-n-e-s-q-u-e-s-s-í-v-e-l!!!!
Ainda estou me tentando menos inseto, mais ereto e sapiens.
ResponderExcluirEu também, modéstia às favas, adoro este poema.
Lindo!
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