segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Às vezes tem osso...

Meu sobrinho devia ter uns 3 ou 4 anos de idade e já estava na escola, "estudando". Meu cunhado foi buscá-lo no fim do dia, colocou-o no banco de trás e ia pra casa. Meu sobrinho estava estranhamante calado e pensativo. Ele era um tagarelazinho extremamente inteligente, mas naquele dia estava pensativo. Meu cunhado olhava pelo retrovisor, enquanto dirigia pela Marginal, e via só aquela carinha de pensativo. Foi um bom trecho até que meu sobrinho, ainda com ar reflexivo e sério, rompeu o silêncio e disse:
- Sabe, pai? Meu "piu" às vezes tem osso, às vezes não tem osso!
Meu cunhado, claro, praticamente (ou literalmente, não sei) teve que encostar o carro para rir, mas rir muito. O pior é que a reflexão do meu sobrinho era séria, e ele detestava que ríssemos de alguma coisa que ele dissesse. Mas as crianças, nessa descoberta do mundo, dizem coisas divertidíssimas. Essa entrou pra história.

Atualmente ele tem 18 anos e já sabe bem administrar esse osso-não-osso. A história é motivo de risos até hoje, 14 anos depois, e ainda será por muito tempo.

Aquela carinha pensativa não só pensava como investigava de forma tátil a ocorrência surpreendente de um osso que ora aparecia, ora desaparecia. A gente aprende mais com as crianças do que ensina. É ilusão achar que é o contrário.

10 comentários:

  1. Ivan! Esqueci de te dizer que o Bob adorou os acepipes que trouxemos..Ele agradeceu daquele jeito todo pitoresco dele!! Rendeu, heim!! Além do jantar maravilhoso que desfrutamos, ainda fizemos uma alma feliz! Beijos!!

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  2. Eu estava por te perguntar se ele tinha gostado, mas mais era pra confirmar se você tinha dado os "acepipes" (foi você quem falou isso!) pra ele. Ração é horrível. Eu já experimentei! (rs...)
    Ah, você se lembrou dos salsichões por causa da história acima? Ah, desculpe! São "acepipes". (kkk...)

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  3. Como ignorava o termo, fui ao dicionário. Falar com letrados tão bem letrados às vezes nos exige esforço extre. Lá vai:

    (a.ce.pi.pe)

      1 Tipo delicado de alimento, em pequenas porções servidas como aperitivo.

    sm.
      2 Designação geral de qualquer alimento apetitoso, preparado com capricho; IGUARIA; PETISCO; PITÉU; QUITUTE

    [F.: Do ár. az-zebib]

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  4. É uma observação plausível, não é?
    E como todo conhecimento, torna-se útil a partir do momento em que aprende-se à administra-lo.
    rs...
    Ótima história.

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  5. ADORRRRRRRRRREI!
    tem osso, não tem osso, tem osso, não tem osso... genial! quem domina essa gangorra, heim? que delícias...

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  6. Gê, o osso é meio que autônomo. Na verdade não é autônomo, mas lendo esta postagem e a do nariz, você vai ver que o osso-não-osso tem a ver com as subjetividades do nariz.

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  7. ivan, vc tem razão. nariz e piu têm tudo a ver. mas, vc deve concordar, que tem gente que administra melhor o osso-não osso-osso-não osso depois que o nariz deu sinal verde pro piu, né?

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  8. ivan, dá uma passada lá no bicho e verifique se as postagens de ontem, terça, estão aparecendo. tô desconfiada... depois me avisa, tá? beijo

    ah, agora tá na moda falar acepipes, né? como se fosse coisa muito chique e muito diferente e muito sofisticada, né? kkkkkkk e pior, já me aconteceu de eu falar petiscos e a pessoa dizer que prefere acepipes! ai, meus sais aromáticos!

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  9. Estão aparecendo e até já postei "post-postagem" da Aline Morais (agora somos globais! rs...).

    Quanto a acepipes, foi a primeira vez que ouvi (na verdade li) o termo. É bonitinho e totalmente novo para emissão de qualquer juízo de valor, ainda que linguístico.
    Nunca servi acepipes a ninguém que foi à minha casa. Siro tira-gostos ou petiscos ou, em situações extremas, nada! (rs...) Não por má vontade, mas pela falta de tudo ou até mesmo de qualquer coisa. Mas o importante é que se alguém me visitou e entrou, as portas estavam abertas, como gosto.
    Quando não se tem muita coisa ou nada, um cafezinho faz as vezes, não faz? O meu é amargo, forte, com pouco açucar. Bom pros bêbados, embora nunca tenham aparecido.

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  10. Agora respondendo à postagem anterior, onde a Gê diz:
    "...nariz e piu têm tudo a ver. mas, vc deve concordar, que tem gente que administra melhor o osso-não osso-osso-não osso depois que o nariz deu sinal verde pro piu, né?"

    Vai minha teoria empírica e vernacular:
    Nariz e "piu" tem tudo a ver, sim. Esse nariz metafórico do qual falei em "Subjetividades do Nariz", onde o nariz representa o próprio, mas também toda nossa psique e sei lá mais o que. O que?

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