Já uma neblina paira sobre a cabeça
E a cabeça paira imersa em pensamentos
Já os pensamentos se mesclam com a neblina
E me torno neblina e fog
Já o trago traz a tosse e o chiado
E o chiado traz a asma e o diabo
Já o diabo traz deus a seu encalço
E deus traz o diabo criado e tanta descrença
Já a luz traz o olho apertado
E o olho apertado traz o rosto franzido, magoado
Já o franzido traz a ruga inerente
E a ruga traz o botox, a xerox, o photoshop
Já o menino traz em si o adulto
E o adulto traz o menino em si, sempre
Já o sempre traz em si uma ilusão
E a ilusão carrega, sem saber, qualcosa di vero
Já as letras carregam juntas as palavras
E as palavras carregam algum sentido, às vezes
Já o sentido contém uma reserva só
E a reserva perde o pudor e cai na vida, a toa
Já a puta grita de falso prazer, que é pago
E o pagamento emputece quando é pouco, ela grita
Já o pouco é mesmo conceito relativo e parco
E por parco é aqui que mesmo termino
Já neblina
E cabeça
Já pensamento
E acabou, de fato
E a cabeça paira imersa em pensamentos
Já os pensamentos se mesclam com a neblina
E me torno neblina e fog
Já o trago traz a tosse e o chiado
E o chiado traz a asma e o diabo
Já o diabo traz deus a seu encalço
E deus traz o diabo criado e tanta descrença
Já a luz traz o olho apertado
E o olho apertado traz o rosto franzido, magoado
Já o franzido traz a ruga inerente
E a ruga traz o botox, a xerox, o photoshop
Já o menino traz em si o adulto
E o adulto traz o menino em si, sempre
Já o sempre traz em si uma ilusão
E a ilusão carrega, sem saber, qualcosa di vero
Já as letras carregam juntas as palavras
E as palavras carregam algum sentido, às vezes
Já o sentido contém uma reserva só
E a reserva perde o pudor e cai na vida, a toa
Já a puta grita de falso prazer, que é pago
E o pagamento emputece quando é pouco, ela grita
Já o pouco é mesmo conceito relativo e parco
E por parco é aqui que mesmo termino
Já neblina
E cabeça
Já pensamento
E acabou, de fato
Infinito Particular
ResponderExcluirMarisa Monte
Composição: Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Carlinhos Brown
Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Infinito OO tem a ver com conjuntos, também. E essa idéia de "infinito particular" é bem curiosa, menos que a do "universo ao meu redor". São, aliás, os dois únicos CDs da Marisa Monte com os quais eu não tenho familiaridade, até por não tê-los. Tenho todos os outros.
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