domingo, 24 de janeiro de 2010

Medos fracos

Meu medo é corajoso,
não tem medo de ser medo,
e assume-se medo,
assume-se frágil,
assume-se humanamente
medonho
e medroso.
Minha fraqueza é forte,
pois busca sempre o rumo norte
a nortear seus quilograma-força.
Meu medo é o medo de quem pensa
e, por pensar,
conclui e,
por concluir,
concorda
e discorda
e tem dúvidas das próprias certezas
incertas e oscilantes,
mas nem todas.
Não tem dúvida do medo,
mas não sabe definir o perigo.
Não tem dúvida da fraqueza,
e sabe que a força
não está em vencê-la,
mas em render-se à existência dela,
assim como sabe que a coragem
não é a ausência do medo,
mas a capacidade
de encará-lo de frente e dizer:
Medo, qual o perigo?
E, ainda que com medo,
viver o que se tem pra ser vivido.

9 comentários:

  1. Sabe, eu sempre fui uma pessoa muito medrosa, tinha medo da vida, da solidão, da cidade grande, dos problemas, dos relacionamentos... enfim, eu era o medo em pessoa! Mas com o passar do tempo e um pouco da experiência de vida que os anos trazem, de algumas imposições da vida... Eu aprendi a superar alguns medos míticos, não é fácil, porque o medo é forte e quase real. Hoje, consigo definir o que é uma situação de medo real daquilo que é um medo fantasioso, sei que algumas situações são de medo, medo de verdade e devem ser temidas, mas outras, são absolutamente algo superável. Com tudo isso me descobri uma outra pessoa, uma pessoa muito forte, que escondeu o potinho de áçucar... Mas, que com o tempo o deixará totalmente disponível.

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  2. O potinho de açucar está tentado a ser escondido, tentando ser escondido, escondido por ser tentado, com a tampa meio aberta, isso é inegável, como inegável é que há o potinho.

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  3. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    to com muito medo dessa foto!!!
    vc é mesmo um besta...

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  4. acredito que na vida temos grandes medos e pequenos medos, os pequenos podem ser tratados, mesmo que não sejam tão pequenos, e até curados vem de traumas e de nossas vivencias.. nosso problema mora justamente nos grandes medos, da morte, da vida e principalmente das perdas..oq nunca podemos é perder a coragem para reconhecer esses medos..como vc bem disse..."Hay que endurecer, pero perder lá ternura JAMÁS!"(Che Guevara)

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  5. adorei: medo, qual é o perigo?
    vou por em prática... hoje mesmo.
    meu medo é dos mais covardes.

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  6. Aline,
    Te confesso que em algumas, ou várias, situações me parece difícil distinguir o que é um medo "grande" de um medo "pequeno". O medo da morte é inerente ao ser humano, não há como negar, mas o medo é subjetivo e, daí, seu tamanho também.

    Gê,
    Você disse que gostou da pertunta de enfrentamento "Medo, qual o perigo?". Aprender a perguntar isso diante dos medos que são medos por que sim e a genta não sabe bem a origem exata é um ganho. Mas o Medo (maiúsculo, pois personificado aqui) nem sempre responde de imediato. Faz ouvidos moucos e até faz de conta que se foi, pra voltar depois. Daí, de novo, a gente pracisa enfrentá-lo e perguntar "Medo, qual é o perigo?". É proceso contínuo, é caminhar, fazer trilha.

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  7. Quanto à foto... faz parte de um book pessoal. Linda, não? (rs...)

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  8. "E, ainda que com medo,
    viver o que se tem pra ser vivido."

    Digo isso sempre, sou dessa linha, prefiro lamentar por bobagens que fiz a suportar a dúvida de como seria se não tivesse me acovardado. Acho que meu nível de censura é alto para com minha própria pessoa, calculo, meço, mas acabo decidindo arriscar, afinal a vida é curta e é só uma, dizem!

    Beijo grande!

    A tempoooo:

    Agora eu que vou cobrar: vai lá no Marés e leia meu texto Amarelinha que postei por sua causa, pronto falei, tá pensando que só você sabe cobrar!

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